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Manual Completo: Como educar uma criança

Manual Completo: Como educar uma criança
Alô Bebê
nov. 26 - 20 min de leitura
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A educação realmente vem do berço! As boas maneiras precisam ser passadas para as crianças desde cedo, tanto em casa quanto na escolinha. É o papel da mamãe e papai ensinar os pequenos e dar a devida importância para o modo como tratamos as pessoas ao nosso redor. Uma criança que cresce com as devidas orientações e exemplos, cercada de atitudes respeitosas, dará valor a estes gestos também em sua vida adulta.

E por que essa postura é tão importante? As boas maneiras impactam diretamente na forma como o mundo vê e trata o seu filho. Se ele for educado, as pessoas o enxergarão como um ser humano mais maduro e responsável, e estarão propensas a respeitar suas opiniões e lhe ouvir mais. Além do mais, gentileza sempre gera gentileza!

Obviamente, essa não é uma tarefa simples e exige esforço (e paciência) a longo prazo. Os pais precisam estar seguros de suas atitudes e saber que, sim, será preciso repetir muitas e muitas vezes a mesma mensagem ao filho, desde as questões simples (“agora é hora de desligar a TV”) até as complexas (“você não deve falar xingar…”).

Nos primeiros anos de vida, a criança muitas vezes nem sabe que está cometendo uma “grosseria” – como interromper uma conversa dos adultos, colocar o famoso dedo no nariz ou até mesmo acabar se servindo antes de todo mundo em um almoço de família. Essas atitudes tem solução! Regrinhas sociais podem ser facilmente ensinadas, principalmente quando a família tem um vínculo forte de confiança entre os pais e a criança. A educação real é aquela construída na base do diálogo e das consequências das ações, que ensina o pequeno sobre limites e comportamentos adequados para uma boa convivência, dentro e fora de casa.

“Mas como atingir essa solidez familiar?”. Nós selecionamos 10 pilares para uma boa educação dentro de casa, confira:

No dia a dia:

Não tenha medo dos seus filhos!

As crianças podem gritar, chorar, espernear e até atirar objetos. Mas você não deve se assustar diante dessas atitudes. Se tomou uma decisão, continue firme nela. Se não fizer isto, quando perceber, vai ser seu filho quem mandará na casa. Os pais são a autoridade máxima do lar e o pequeno precisa saber disso, não deixe a hierarquia ser invertida em nenhum momento – mesmo que às vezes seja exaustivo!

Não terceirize sua obrigação

Nem a escola ou a babá são responsáveis pela formação dos seus filhos. Entendemos que os horários livres são cada vez mais escassos e os compromissos profissionais cada vez frequentes, mas mamãe e papai não podem transferir essa obrigação. Somente vocês podem e devem formar o caráter dos seus pequenos. Imagine a cena, ligam da escola para dizer que as crianças estão aprontando e o próximo passo é pegar o telefone para dar bronca na babá, responsabilizando-a pelo ocorrido? Não há cabimento! São os pais que têm de ensinar a eles o que é certo e errado.

O porquê do certo X errado

Existem diversas maneiras de educar uma criança. Mas em todas as abordagens, o aprendizado é muito mais eficiente quanto eles entendem porquê de cada regra social e limites. O pequeno não deve apenas saber o que fazer e o que não fazer, mas ter uma mínima compreensão da moral e dos seus fundamentos (para aumentá-la com o passar dos anos). Não diga simplesmente para o seu filho que tem que cumprimentar o vizinho. Explique por que é importante ser educado com as pessoas.

Para que sua missão como “educador” seja bem sucedida, é preciso deixar claro seguir as regras não é só importante para evitar encrencas. Embora esta até seja uma razão aceitável para comportar-se bem, o seu filho deve ser capaz de reconhecer quando uma regra é justa e que ele prejudica os outros e a si mesmo quando não as segue. Quando ele quebrar alguma regra, pergunte por que fez isso. É verdade, contudo, que nem todas as regras lhe parecerão justas. Quando a dúvida surgir, conversem sobre isso. É assim que se desenvolve o raciocínio moral.

Aprenda a falar “não”!

Você sabia que o bebê de 1 ano já compreende o ‘não’? É justamente por isso que essa é a primeira palavra de muitos dos pequenos! Inclusive, aos 2 anos, ele já entende também que o ‘não’ pode trazer consequências, como um castigo. Segundo Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra e neonatologista, membro da Sociedade Brasileira de Pediatria, impor limites nesta fase é extremamente importante para a formação do bebê! Por mais duro que possa parecer, existem diversos motivos para que os pais já estabeleçam alguma regras, mesmo nos primeiros aninhos de vida.

Primeiramente, é importante saber que o seu filho se decepcionará de uma maneira ou de outra! Tentar satisfazer completamente as vontades achando que isso trará felicidade, é inútil. A partir do momento que ele saiu do útero quentinho, com soninho e comida 24h, ele já ficou irritado. Com isso em mente, pense que ensinar os filhos a esperar e persistir faz parte do papel de pais e mães, pois esses elementos estão presentes na vida adulta. Se os pais simplesmente não negam os caprichos das crianças, elas não aprendem a lidar com as adversidades (derrotas e imprevistos) – e isso se torna um problemão lá no futuro. Podemos imaginar um jovem mimado e imaturo, com medo de enfrentar situações que não pode controlar. Apenas quando caímos, aprendemos a nos levantar, não é mesmo? Só passando por essas situações e aprendendo a lidar com elas é possível adquirir habilidades importantes para toda a vida, como perseverança, paciência, empatia e flexibilidade.

 

Mantenha uma rotina!

Organizar o cotidiano da família tem diversos benefícios! Mas pensando em questões disciplinares, podemos citar dois principais: a organização ajuda a preparar as crianças para a vida adulta e ainda contribui para o fortalecimento da sua segurança emocional. Quando adultos, precisamos organizar nossos compromissos da semana, acordar cedo e estar no trabalho todos os dias no mesmo horário, certo? Disciplina é algo fundamental para tarefas sejam feitas com facilidade – por isso, é importante desenvolvê-la desde cedo.

Já a segurança emocional é decorrente da estabilidade que a rotina traz ao dia-a-dia do pequeno. Ele se acostuma a acordar, depois tomar banho e seguir para a mesa do café da manhã, por exemplo. Esta organização faz com que as crianças fiquem menos ansiosas, visto que já sabem o que vai acontecer em seguida. Além disso, conhecer a ordem das tarefas e saber que, por exemplo, de noite se fazer as tarefas da escola antes de brincar, é essencial para o desenvolvimento do senso de responsabilidade e do estabelecimento de prioridades, duas características imprescindíveis para todas as fases da vida!

Divirta-se com seu filho!

Separe um horário do dia – e grande parte do final de semana para brincar com o pequeno. Tempo livre não é perda de tempo, mas sim uma ótima oportunidade para conhecer e educar seu filho. Um jogo de tabuleiro, uma rodada no vídeo game, ou uma partida de futebol são cenários perfeitos para os pais observarem como o seu filho reage a uma derrota, como atua em equipe, ou divide seus pertences com amigos e/ou irmãos. São momentos assim, que é possível ensinar, enquanto conquista a confiança e a amizade dele.

Ouça o que ele tem a dizer!

Acredite: escutar as crianças é um elemento indispensável para a educação delas! Os pais que dedicam o tempo necessário para escutar seus pequenos são considerados por eles como confidentes e um pilar no qual podem encontrar apoio.

Muitas vezes, mamãe e papai acabam não percebendo, mas os pequenos tem os seus próprios problemas, e eles SEMPRE percebem quando suas palavras não são ouvidas. Seu filho precisa de atenção e consolo. Por isso, você deve estar disponível e atenta(o) quando ele falar.

Ser escutado ajudará seu filho a desenvolver uma imagem positiva de si mesmo, além de melhorar sua autoestima. Além disso, com o tempo, ele terá mais facilidade para compartilhar suas as ansiedades e dificuldades. Isso apenas tornará a relação de vocês mais forte.

Use apenas a voz para se impor!

Disciplina jamais deve ser sinônimo de agressão física contra o seu filho, nem mesmo naquele momento em que você está totalmente esgotada(o), pensando que não há nada mais a ser feito. Além de existir uma lei que proíbe a palmada, a ciência e os especialistas são unânimes sobre as consequências negativas dos tapas, beliscões, chineladas, gritos e outras formas de violência corporal e verbal. Ao longo dos últimos 50 anos, pesquisadores das Universidades do Texas e de Michigan (EUA) realizaram um estudo com mais de 160 mil crianças – o maior e mais completo já feito sobre o tema – e concluíram que, quanto mais elas apanham, mais desafiam os pais, se tornam antissociais, ficam agressivas e podem apresentar problemas cognitivos.

Não sobrecarregue a criança!

Comentamos que os bons modos interferem na maneira como seu filho será visto no futuro, e obviamente, isso reflete em sua carreira. Porém, isso não significa que o currículo da criança deva ser preparado a partir dos 3 anos! Parece exagero, mas muitos pais associam disciplina com a quantidade de cursos e atividades em que o filho está matriculado. Fazer ballet e equitação não é sinônimo de educação. A criança poderá ficar desgastada, estressada e pior, perder o gosto pela atividade. Tudo em exagero é prejudicial!

Dê pequenas responsabilidades ao seu filho!

Ensine-o a ter um pouco de autonomia e responsabilidade desde pequeno, para entender que é preciso sempre batalhar para conquistar e manter algo, como uma casa sempre limpa e em ordem. Um bebê ainda não é capaz de ter responsabilidades, mas quando chegam aos dois ou três anos, ele já consegue compreender que após brincar, precisa guardar os brinquedos para que o local fique organizado. Entre quatro e sete anos, as crianças já podem ajudar nas tarefas de casa, começando pelas menos complexas, como alimentar o animal de estimação, até atividades que precisam de mais cuidados, como tirar o pó dos móveis ou varrer o quarto.

A partir dos oito, seu filho já pode atender o telefone ou a campainha, desde que esteja orientado sobre o perigo de ser abordado por estranhos, e, com dez anos, podem ajudar as mamães e papais a cozinhar, tornando a hora do almoço e do jantar um verdadeiro aprendizado. Também é preciso extinguir a distinção dos gêneros, sem separar as responsabilidades em tarefas de meninas e meninos, para que todos executem as mesmas funções.

Ensine educação financeira

Disciplina, responsabilidade e autocontrole são essenciais na gestão do próprio dinheiro! Por isso, a educação financeira na infância é fundamental!

Adotá-la em casa é uma forma de garantir hábitos saudáveis no consumo do seu filho! O primeiro passo nesta tarefa é dar o exemplo! Você pode ensinar o conceito, mas a criança sempre entenderá melhor na prática.  Mostrando como o papai e mamãe se organizam com as contas da casa, ou até mesmo fazendo compras no supermercado, mostre a diferença entre querer e precisar! E por fim, dê uma semanada ou mesada. Seu filho fará a própria administração do dinheiro, gastando ou economizando!

“Mas existe uma idade ideal para começar a dar essa quantia?” Não há regra, depende muito do que os pais acham correto, e do interesse e maturidade da criança. De maneira geral, com três anos, o pequeno já pode guardar as moedinhas da família, poupando tudo no cofrinho. E quando houver uma quantia razoável, os pais podem conversar com ele para saber o que deseja fazer com o dinheiro, que pode ser desde comprar um brinquedo novo até continuar juntando.

Com sete anos, seus filhos já podem receber a famosa semanada, como R$ 10 toda segunda-feira, para gastar na cantina da escola, por exemplo, mas é preciso entender se o dinheiro está sendo bem utilizado e orientá-lo. Aos dez, podem receber mensalmente, com o controle das despesas sendo feito pelos pais.

Passo a passo

Na hora de impor as regras ou pedir que a criança realize alguma determinada tarefa, não basta ser firme, é importante tomar certos cuidados para que o pequeno realmente cumpra o que está sendo solicitado. Acompanhe algumas sugestões de postura:

Não suborne seu filho

As crianças devem aprender que tudo que são ensinadas em relação a disciplina, desde as regrinhas de convívio social, cumprimento de horários até as tarefas da casa, são para o bem dela, do próximo e de toda a comunidade. Se o único jeito dos pais conseguirem fazer com que os seus filhos façam o combinado for oferecendo algo em troca, significa que eles realmente não entenderam o significado de educação. É exatamente nesse momento que entra o famoso e muito necessário “não”.

Não se explique demais

Normalmente, quando os pais pedem para os filhos realizarem alguma tarefa, o hábito é seguido com uma grande explicação de porquê tal ação é necessária. Isso apenas desgasta a mãe o pai – além da consequente perda de tempo! Sejamos sinceros, a maioria das crianças simplesmente não quer fazer nenhuma tarefa, não importando o seu motivo ou necessidade. Não é uma questão de não ter capacidade de entender, mas de não querer – pelo menos, naquele momento. Então se a criança quer saber porque está sendo solicitada, dificilmente será convencida a fazer por conta de uma explicação. O que ela precisa ouvir é que tudo o que você pede é para o bem dela – e assim será até ela crescer.

Não dê mais de um aviso

Quem nunca passou pela famosa contagem regressiva dos pais, não é mesmo? Parece uma prática padrão em todas as famílias, porém, ao dar várias chances, a criança de sente livre para desobedecer a mãe e o pai durante um tempo muito maior até ter uma consequência efetiva das suas ações – vira um desafio, quase que uma brincadeira na cabeça do pequeno. Esse “modo de aviso” é oposto à firmeza necessária para que a criança entenda e respeite os limites da casa.

Ação e reação

Não existe um “Manual de criação de filhos” simplesmente por que as crianças não são todas iguais. Cada pequeno é único, e responde de maneira diferente a qualquer interação com os pais, inclusive a um pedido ou limite imposto. Por exemplo, quando as crianças se negam a fazer o que foi pedido, eles usualmente expressam uma das três formas: com tristeza, irritação ou distanciamento. E para cada um desses cenários, os pais precisam saber como agir.

De maneira geral a tristeza é simbolizada por chateação, quando o filho parece ofendido por ter sido escolhido e pergunta por que o papai ou o irmão não podem fazer em seu lugar. A irritação se manifesta em confronto, com as famosas discussões e acusações de injustiça. Já o distanciamento pode ser caracterizado por indiferença. Ele ocorre no momento que a criança revira o olho, ignora a presença dos pais, olha para os lados e segue o que estão fazendo como se tivessem sido requisitados.

Em todas essas ocasiões, a criança posterga a tarefa até os pais desistirem do pedido. Mas então, como reagir? O ideal é parar o que estiver fazendo (para mostrar que aquela atitude foi grave), ir até o pequeno, ficar do seu lado e reafirmar o pedido ou combinado.  O recomendado é que os pais falem baixo – isso mostra que eles estão no controle tanto da própria voz quanto da criança – e que olhem seu filho nos olhos.

Se essa abordagem também não funcionar, a coisa mais efetiva que você pode fazer é usar a ‘distância emocional’ até que ele esteja pronto para fazer o que foi pedido. E o que isso significa? É bem simples, basta pegá-lo pela mão e levá-lo para o quarto, dizendo o quanto ele é bem-vindo para se juntar à família, assim que estiver pronto para fazer pedido. Deixe claro para a criança que ela tem o poder de continuar a atividade que estava fazendo antes – seja ficar na sala vendo tv, brincando, comendo, e etc. contanto que ela faça o combinado com a mamãe e o papai.

Nunca sai de moda!

Lista básica (e clássica) de boas maneiras:

  1. Ensine o seu filho dizer “por favor”, sempre que pedir algo;

  2. Ensine o seu filho a dizer “obrigado”, sempre que ganhar algo;

  3. Ensine o que seu filho a não interromper uma conversa entre adultos,  a não ser que haja uma emergência;

  4. Ensine o seu filho a dizer “com licença”, sempre que pedir passagem;

  5. Ensine o seu filho a pedir permissão sempre que não souber se pode ou não fazer alguma coisa;

  6. Ensine o seu filho a sempre bater na porta caso ela esteja fechada, e espera ser convidado antes de entrar;

  7. Ensine o seu filho a cobrir a sua boca ao espirrar e bocejar. Além de nunca colocar o dedo no nariz em público;

  8. Ensine o seu filho a fazer as refeições com tranquilidade. Mastigando de boca fechada e limpando sempre a boca com o guardanapo;

  9. Ensine o seu filho a não dar ordens, mas pedir com gentileza;

  10. Ensine o seu filho a respeitar os mais velhos;

  11. Ensine o seu filho a sempre cumprimentar as pessoas. Quem recebe o "oi" sente que a sua presença é importante - e isso faz toda a diferença em seu humor e dia.

  12. Ensine o seu filho a sempre se identificar no telefone. Sabemos que hoje em dia a maioria das pessoas já tem os contatos gravados, mas não é a totalidade. Então mesmo que seja em uma ligação de “Feliz Natal” para a vovó, é importante instruir o pequeno a se identificar primeiro. Não é educado ligar para alguém e começar o diálogo perguntando quem está falando;

Ensinar bons modos é a maneira mais prática de cultivar gentileza nas nossas crianças! Ao criarmos esses hábitos em nossos filhos, eles acabam por influenciar outras pessoas. Crianças são naturalmente expansivas e didáticas! Consequentemente, os ambientes sociais que frequentam vão se tornando mais saudáveis e íntegros. Prova que pequenos gestos podem mesmo, pouco a pouco, começar por mudar o mundo!

Educar pode parecer desafiador, mas, convenhamos que é uma tarefa muito inspiradora também, não é mesmo? O que você achou do nosso Manual? Concordou com o conteúdo? Acrescentaria mais algum item? Conte pra gente!


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