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Método BLW: o que é e como fazer?

Método BLW: o que é e como fazer?
Alô Bebê
jul. 5 - 7 min de leitura
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Mães e pais que estão terminando a fase da amamentação exclusiva — por volta dos seis meses da criança — certamente já ouviram falar do baby-led weaning, ou BLW. Com nome difícil, esse é um método de introdução alimentar que recomenda a substituição das papinhas pelos alimentos quase inteiros.

A papinha, segundo pediatras e nutricionistas, é muito prática e nutritiva, mas mistura os alimentos, impedindo a criança de saborear e experimentar cada um deles separadamente. Além disso, como a papinha é triturada, o bebê não reconhece as texturas próprias de cada alimento e não desenvolve o paladar, o tato e o gosto de forma mais profunda para cada alimento.

Por que isso seria um problema? Não chega a ser uma preocupação, mas no BLW, o foco está em criar uma ótima relação com a comida, para que a criança cresça saudável e sem questões relacionadas à alimentação. No sentido contrário, quando a refeição é sopa ou papinha, o foco é alimentar e nutrir o bebê, garantindo a saúde, mas sem se preocupar muito com as boas relações do filho com o alimento.

Como funciona o método BLW?

O baby-led weaning é marcado pela autonomia da criança em se alimentar. Não é o adulto quem leva a colher cheia de sopa à boca da criança. Que vai apenas engolir. É o próprio bebê quem leva a comida à boca, usando as mãos. Para engolir, ele vai precisar mastigar e experimentar todas as sensações que aquele alimento promovem em sua boca.

Não é a toa que a tradução livre do BLW para o português seria desmame guiado pelo bebê. O que não quer dizer que a amamentação precisa ser suspensa. Ela é perfeitamente combinável com a introdução de alimentos sólidos.

Talvez você esteja se perguntando se esse não era o método já usado por muitas avós: deixar o pão ao alcance da criança e deixá-lo experimentar, morder e tentar comer aquele petisco. Sim, é exatamente isso. BLW é o nome formal para uma prática que sempre existiu de forma difusa.

Quando começar?

Pediatras, nutricionistas e a própria Organização Mundial da Saúde são unânimes em afirmar que até os seis meses, a alimentação da criança deve ser exclusivamente o leite materno. A partir dessa idade, outros alimentos podem ir entrando, sob recomendação e orientação dos especialistas. No entanto, a amamentação pode prosseguir até os dois anos de idade ou mais.

O melhor momento, dentro da rotina, para iniciar a introdução alimentar — via BLW ou não — é junto com os outros membros da família, durante as refeições. O bebê é parte desse conjunto e deve entender desde cedo que a refeição é um momento de comunhão, com todos juntos. Na mesa rolam as melhores histórias, algumas briguinhas, o acerto da agenda familiar, conversas sérias, e claro, boas risadas.

Como começar?

Os melhores alimentos para iniciar o desmame guiado pelo bebê são aqueles que a própria criança pode segurar e levar à boca. Além disso, alimentos que são seguros, porque soltam pedaços pequenos, ou podem ser triturados pela gengiva e língua (lembre-se de que o bebê ou não tem dentes, ou tem poucos e incisivos).

Em termos práticos, os especialistas recomendam:

  • Brócoli cozido;

  • Cenoura cozida;

  • Beterraba cozida;

  • Batata, batata doce e mandioquinha cozidas;

  • Batata ou mandioquinha cozidas

  • Banana, pera, mamão, ameixa e melão. Todas cortadas e sem casca.

  • As frutas menores, como morango e uva podem provocar engasgo. Frutas mais duras, como maçã, abacaxi ou caqui-chocolate, podem machucar a gengiva do bebê.

  • Ovo cozido

  • Pedaços de carne bem macia cozida

  • Frango cozido

  • Fatias de pão

  • Macarrão integral tipo penne ou fusilli, que são menores e mais fáceis de agarrar.

  • O ideal é oferecer alimento à temperatura ambiente e que o bebê consiga manusear, segurar e levar à boca.

Bagunça ou refeição?

Assim que você começar a oferecer alimentos para seu filho pelo método BLW, vai parecer que ele está só fazendo bagunça e desperdiçando comida. Nem pense em recriminá-lo ou suspender a missão. Essa exploração faz parte do jogo e ela é quem vai guiar os passos e escolhas daquele ser humaninho dali para frente.

É uma graça ver o bebê começar a provar um pedaço de banana, decidir se gosta ou não e, depois, tentar ingerir usando os métodos que tem. Vai amassar, chupar, lamber os dedos. Aos poucos vai descobrindo caminhos mais eficazes e logo vai estar amando aquela brincadeira.

Não se assuste com a sujeira, ela é educativa e fundamental para o bebê conhecer cada alimento: cor, textura, gosto, sensação. Também não se desespere se o bebê não parecer alimentado depois de uma refeição BLW e precisar de uma grande mamada após o almoço ou jantar.

Aos poucos, à medida que for ficando craque, vai começar a se alimentar mesmo e logo as mamadas começam a diminuir. Naturalmente e no ritmo do pequeno, o que é excelente, suave e nada traumático.

O que se sabe hoje é que o bebê deve ser alimentado com calma, sem pressa, sem forçar a barra. Se puder, ele mesmo manusear o que vai alimentá-lo, melhor. O adulto deve interferir o mínimo possível. Encorajar, oferecer, fazer uma graça e estimular é o papel do pai ou da mãe. Pelo BLW, não é o adulto quem leva a comida à boca do bebê. Acredite, ele é capaz de aprender e de, em breve, fazer sozinho.

Outro papel do adulto é variar, diversificar. Apresentar cores, formas, texturas e tipos variados de alimento. Nunca muitos por vez. Um a cada dia, com repetição dos que fizeram mais sucesso.

O pai e a mãe também não devem desistir. Oferecer mais adiante uma fruta, ou um legume que não fez muito sucesso hoje é uma boa medida. Pelo método BLW, a hora da refeição é coisa séria: nada de TV, broncas, brinquedos ou outras distrações, eletrônicas ou não.

Respeito ao tempo e ao gosto do pequeno são as palavras de ordem. Não tenha ansiedade. Em casa que tem comida, bebê nenhum morre de fome. Então tenha paciência e força de vontade. Vibre quando seu filho curtir um sabor novo, ou se animar a ver um velho conhecido de sua preferência. Deixe ele dar as dicas e vá jogando junto.

E, por fim, compartilhe sua experiência com outros pais e mães que optaram ou pensam em adotar o BLW. Você pode ajudar, esclarecer e ajudar a formar uma geração mais saudável e mais bem relacionada com os alimentos e as refeições. A comunidade Alô Bebê Club está de portas abertas para a sua publicação!

 


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