Comunidade Alô Bebê
Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
VOLTAR

Minha prolactina está alta. E agora?

Minha prolactina está alta. E agora?
Alô Bebê
abr. 16 - 7 min de leitura
000

Como todos os hormônios que circulam pelo corpo da mulher, a prolactina tem uma função bem específica e aumenta de quantidade — ou diminui — dependendo da fase em que a pessoa se encontra. Especificamente, a prolactina é um hormônio produzido pela glândula hipófise, que fica no cérebro.

Ela tem como função estimular a produção do leite materno. É uma daquelas maravilhas da máquina do corpo humano: quando o bebê nasce, a hipófise recebe sinais de que a amamentação já pode começar. Assim começa a produzir e secretar prolactina.

Além disso, o hormônio também atua de forma importante no desenvolvimento das mamas, para que elas estejam preparadas para produzir o leite quando o bebê nascer. Sem esse hormônio, a amamentação não rola. Natural, portanto, que enquanto a mulher amamentar, a prolactina esteja em níveis elevados.

Durante a gravidez, outro hormônio, o estrogênio, bloqueia a ação da prolactina. Por isso a mulher não produz leite antes da hora. Logo depois do parto, a produção de estrogênio cai bastante. Essa é a senha para a hipófise começar a produzir prolactina e abrir caminho para a amamentação.

Mas, às vezes, alguma coisa dá errado nesse processo e a hipófise recebe recados fora de hora. A mulher nem teve bebê, mas o estrogênio despenca e a hipófise começa a trabalhar e produzir prolactina. Que maluco, não? Pode ser só um desequilíbrio passageiro, ou pode ser algo um pouco mais sério.

A hiperprolactinemia

Prolactina elevada quando a mãe já não está amamentando há algum um tempo pode ser um problema. Chamada de hiperprolactinemia, a condição se dá quando é verificado o aumento do hormônio prolactina no sangue. As causas são variadas e os efeitos também. E, um detalhe, embora homens não amamentem, eles também podem apresentar níveis elevados de prolactina.

Outras informações bem importantes sobre a prolactina: ela participa de outros processos no organismo da mulher e do homem, como na produção de células sanguíneas, nos processos de cicatrização, regulando o sistema imunológico, entre outros.

A menstruação, por exemplo, é regulada pela subida e descida dos níveis de prolactina no sangue. Assim como na regulação e no equilíbrio de outros hormônios femininos.

Quer mais? A prolactina é um regulador importante da função sexual. O orgasmo do homem e da mulher, assim como aquela sensação de bem estar após a relação sexual, passam pelo equilíbrio de prolactina no organismo. O excesso de prolactina, ao contrário, tem relação direta com a disfunção sexual e a perda da libido.

Valores

A Organização Mundial da Saúde, OMS, indica que a faixa entre 5 e 25 ng/mL de prolactina no sangue é considerada normal. Assim, qualquer valor acima de 25 ng/mL é considerado hiperprolactinemia.

Claro que se o resultado estivem muito próximo desse limite, o médico deve mandar repetir o exame, porque pode haver uma variação de laboratório para laboratórios e de método para método. Para as gestantes, a faixa considerada ideal é de 5 a 215 ng/mL

Causas

Além da amamentação, prolactina alta pode ser provocada por fatores patológicos, como tumores benignos, problemas na hipófise ou no hipotálamo, hipotireoidismo, alguns medicamentos ou insuficiência renal crônica.

Outras causas possíveis: exercício físico intenso, estresse psicológico, estimulação mamária, remédios para enjoo, alergia, anestesia, convulsão e pressão alta.

A medicação que pode elevar os níveis de prolactina são aquelas mais pesadas e de uso contínuo, como antipsicóticos, antidepressivos, anti-hipertensivos , antieméticos e analgésicos opioides, como a morfina. Por isso, se estiver fazendo uso desses remédios, informe seu médico.

Quando seu médico pedir a medição do hormônio e o resultado parecer mais alto que o esperado, ele certamente vai pedir novos exames para buscar respostas para o resultado. Só ele pode fechar o diagnóstico. Portanto, nada de ficar pesquisando em sites e outras fontes pouco confiáveis.

Normalmente, as causas da hiperprolactinemia são simples de encontrar e tranquilas de tratar. Vale a pena descobrir logo e iniciar o quanto antes o tratamento.

Efeitos

E o que acontece quando a prolactina sobe a níveis acima do normal? De forma bem genérica, distúrbios menstruais, infertilidade temporária, redução das gônadas — também chamada de hipogonadismo —, disfunção erétil, no caso dos homens, e saída inesperada de leite pelas mamas, conhecida como galactorreia.

É a partir dos efeitos que o especialista decide o caminho do tratamento. Existem medicamentos específicos para fazer a prolactina voltar a níveis aceitáveis. Dependendo das causas, dá para fazer radioterapia e cirurgia.

O ponto que mais preocupa médicos e mulheres é a incapacidade de engravidar por conta da prolactina elevada. O corpo humano é muito sabido e interpreta prolactina alta como "mamãe está amamentando, portanto não é hora de fazer outro bebezinho. Quando a lactação parar, a gente providencia outro herdeiro".

Coisa linda se for essa mesmo a situação. Mas é bem chato se não for o caso. A mulher tenta engravidar e o próprio corpo joga contra, porque deixa até de ovular. Por isso, encontrar a causa da hiperprolactinemia e começar o tratamento o quanto antes é essencial para a mulher que quer ter um bebê.

Dá para desconfiar?

Dá sim. Além de irregularidade no ciclo menstrual e dificuldade para engravidar, dá para desconfiar de aumento nos níveis de prolactina quando há perda de leite involuntária pelas mamas. Dores durante a relação sexual e perda da libido também são bons indícios.

Em exames mais sofisticados, se aparecer redução da massa óssea e diminuição da massa muscular também já dá para desconfiar. Se os pelos estão crescendo menos e mais lentamente, pode ser hiperprolactinemia sim.

Não existe uma relação direta comprovada, mas mulheres que passaram pelo problema garantem que níveis elevados de prolactina engordam. Os médicos tendem a acreditar que esse efeito colateral tem mais a ver com os medicamentos usados para baixar a prolactina do que com a ação do hormônio em si.

O controle das taxas de prolactina deve ser feito regularmente para homens e mulheres. Claro que as situações contadas acima levam à suspeita por parte dos médicos.

No entanto, deve fazer parte da rotina de exames de sangue, porque quando as irregularidades são detectadas no início, tudo fica mais simples. O tratamento é mais rápido e os efeitos colaterais, menores. Por isso, vale pedir para o seu médico acrescentar esse pedido de exame no seu check up anual.

Que tal falar sobre isso com seus amigos e amigas. A hiperprolactinemia é uma condição silenciosa e atrapalha bem a vida de quem está passando por ela. Tem tratamento e dá para curar. O melhor é que depois de atravessada essa etapa, é possível engravidar sem nenhuma sequela para a mãe ou para o bebê.

Curtiu? Então compartilhe. Coloque nas suas redes sociais e espalhe por aí!


Denunciar publicação
    000

    Indicados para você