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Quais são os riscos de sangramento durante a gravidez?

Quais são os riscos de sangramento durante a gravidez?
Alô Bebê
ago. 5 - 9 min de leitura
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Se existe uma situação que normalmente assusta as futuras mamães são os sangramentos vaginais durante a gestação. Apesar de na maioria das vezes essas ocorrências não serem graves, elas podem indicar um problema mais sério e que requer cuidados imediatos. Como regra, toda grávida que notar um sangramento deve procurar seu médico assim que possível.

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Primeiro trimestre

Embora tenham má fama e sejam associados a problemas potencialmente graves, a verdade é que os sangramentos vaginais são bastante comuns, especialmente no começo da gestação, durante o primeiro trimestre. Tanto que, só para se ter ideia, segundo estatísticas, entre 20% e 30% das mulheres que engravidam apresentam algum tipo de sangramento nas primeiras 12 semanas de gestação.

Nas etapas iniciais da gravidez, entre os primeiros 6 dias a 12 dias depois da concepção, uma das causas mais comuns de sangramento se dá quando o embrião em desenvolvimento se implanta na parede uterina. Nesse caso, o sangramento é bem leve, com duração de poucas horas a alguns dias, e normalmente ocorre quando a menstruação estaria iniciando.

Inclusive, como essa eventualidade ocorre tão no início da gestação, é bastante comum que as mulheres nem sequer saibam que estão grávidas e simplesmente confundam esse leve sangramento com uma menstruação menos intensa do que o normal.

Outra causa comum de sangramento vaginal no início da gravidez são as alterações pelas quais o colo uterino passa para acomodar o feto em desenvolvimento. Essa região se torna mais vascularizada e recebe maior fluxo de sangue, e o contato na área, que pode ocorrer em situações simples, como exames ou durante relações sexuais, pode desencadear pequenos sangramentos. No entanto, não se trata de uma ocorrência que deva gerar preocupação.

Quando ficar alerta

Apesar de os sangramentos vaginais serem muito comuns e frequentemente não representarem qualquer problema, existe a possibilidade de que eles sejam sinais de complicações, especialmente se a perda de sangue for mais profusa e acompanhada de sintomas como coágulos, cólica, dor abdominal, desconforto nas costas, febre e tontura.

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Uma dessas complicações pode ser a ocorrência de uma gravidez ectópica, que se dá quando o embrião começa a se desenvolver fora da cavidade uterina, normalmente em uma das trompas. Esse tipo de gestação pode ser bastante perigoso, uma vez que é inviável que o feto se desenvolva fora do útero, e o aumento de tamanho do embrião pode ocasionar o rompimento de tecidos e, consequentemente, desencadear hemorragias que colocam a vida da mulher em risco.

A incidência da gestação ectópica é de aproximadamente 2% de todas as gravidezes. Infelizmente, essas situações são incompatíveis com a vida e precisam ser interrompidas o quanto antes, seja através de procedimento cirúrgico, seja com o uso de medicamentos específicos administrados exclusivamente pelo médico.

Além disso, como é mais comum que os abortamentos naturais ocorram nas primeiras 12 semanas de gravidez, pode ser que o sangramento indique o término da gravidez. Nesses casos, o volume de sangue é intenso, acompanhado de cólicas fortes e liberação de coágulos. Apesar de ser uma ocorrência trágica, especialmente quando se trata de uma gestação muito desejada, a maioria dos abortos espontâneos não pode ser evitada e quase sempre é uma reação do próprio organismo a uma gestação inviável ou que não está evoluindo como deveria.

É importante destacar que o fato de uma mulher ter perdido um feto no início da gestação não significa necessariamente que ela tenha algum problema de saúde, que ela não poderá voltar a engravidar ou que não terá bebês saudáveis no futuro. Na verdade, estima-se que entre 15% e 20% de todas as gestações terminem em abortamento natural, e muitas das mulheres que passam pela experiência nem sequer sabem que engravidaram e passaram por esse processo.

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Vale lembrar que nem sempre o sangramento indica que o feto está em risco ou que a gestante sofrerá um abortamento espontâneo. Se durante os exames o médico detectar a frequência cardíaca do feto, há mais de 90% de chances de que a situação possa ser controlada e a gestação evolua normalmente.

Segundo e terceiro trimestres

Enquanto no primeiro trimestre os sangramentos vaginais são ocorrências relativamente comuns, conforme a gravidez vai avançando eles passam a requerer muito mais atenção, pois podem sinalizar complicações com potencial de comprometer a saúde da gestante e do bebê.

No 2º e no 3º trimestres, é possível que as perdas de sangue se deem por conta das alterações no colo do útero ou sejam confundidas com a perda do tampão, que consiste em uma mucosa que fica no colo uterino e se desprende conforme o organismo começa a se preparar para entrar em trabalho de parto. Esse material pode ser expelido dias antes que as contrações ou próprio parto realmente tenham início.

Quando se preocupar

Podem ocorrer sangramentos por conta de infecções vaginais, que devem ser devidamente diagnosticadas e tratadas pelo médico, e até problemas graves. Um deles seria a gestação molar, um tipo raro de gravidez caracterizado pelo desenvolvimento anômalo dos trofoblastos, que são as células que dão origem à placenta e são responsáveis por produzir e manter os níveis de hormônios necessários para que a gestação possa acontecer.

Basicamente, no lugar de uma placenta saudável e capaz de sustentar o desenvolvimento do feto, surge um tecido com aparência de "sagu" que consiste em cistos que invadem a cavidade uterina. Essa complicação pode ocasionar sangramentos e, em determinados casos, a mola hidatiforme pode dar origem a um tipo raro e agressivo de câncer que pode se espalhar para outros órgãos.

Outra complicação seria a ruptura placentária, que ocorre quando a placenta se desprende da parede uterina antes ou durante o trabalho de parto e uma quantidade considerável de sangue acaba se acumulando entre a placenta e o útero. A placenta prévia, condição caracterizada pela fixação da placenta na região inferior do útero, próximo ou sobre o colo uterino, também pode gerar sangramentos importantes; se eles forem muito intensos, a vida da mamãe e do bebê podem estrar em risco. Ambos os casos (ruptura placentária ou placenta prévia) consistem em emergências obstétricas que requerem cuidados imediatos, e o tratamento geralmente envolve a realização de cesárea.

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Outra situação bastante rara, mas que pode ocorrer, é a ruptura uterina, normalmente quando a grávida já passou por uma cesárea e o local onde foi feita a incisão se rompe, o que exige a realização de uma cesariana de emergência. Por fim, mais causas de sangramento vaginal durante a gestação podem ser a presença de pólipos ou miomas no útero, o desenvolvimento de algum tipo de câncer ou danos à vagina ou ao colo uterino.

Como agir em caso de sangramentos na gravidez?

Como esses eventos podem ou não indicar a ocorrência de algum problema, independentemente do estágio da gestação, é de extrema importância buscar ajuda médica o quanto antes. Uma vez no hospital, normalmente as gestantes são submetidas a ecografias, análises de sangue para detectar os níveis hormonais e exames pélvicos para ajudar no diagnóstico. De qualquer forma, existem algumas dicas que podem ser seguidas.

Uma delas é o uso de absorventes higiênicos para que seja mais fácil monitorar o volume de sangue perdido, assim como manter um registro do tipo de sangramento, observando se ele é mais vivo, mais escuro, de coloração rosada ou se há presença de coágulos, por exemplo, informações que podem ser de grande serventia para o obstetra. Também é interessante coletar qualquer tecido expelido para que o material possa ser levado ao médico e, se necessário, submetido a testes.

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Enquanto ocorrer perda de sangue, é aconselhável suspender as relações sexuais e, obviamente, não se deve usar nenhum tipo de tampão, introduzir objetos na vagina ou realizar duchas íntimas com o intuito de estancar o sangramento.


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