Você segue as orientações do pediatra, do grupo de mães, dos professores, dos avós, tudo direitinho. Ainda assim, seu filho, vez ou outra, te desafia, não cumpre o combinado e desobedece as ordens na frente de todo mundo.
A boa notícia é que seu filho é uma criança absolutamente normal: percebe a autoridade e estica a corda para testar até onde pode ir. A notícia melhor ainda é que dá para contornar as situações pontuais e ensinar a longo prazo a obedecer.
Para que os combinados deem certo, a primeira providência é que esteja muito claro, desde sempre, quem é que manda. O adulto é a autoridade e a criança deve sim obediência e respeito. Não sinta culpa por colocar as coisas no devido lugar.
Criança gosta e precisa de limites claros. A segunda providência é lembrar que autoridade não é autoritarismo. Gritos e atitudes mais ríspidas não vão ajudar e podem até piorar a situação.
Nós colhemos cinco dicas para enfrentar a desobediência no momento em que ela acontece e também oferecer atitudes que reforçam que combinados são combinados e devem ser cumpridos.
1. Nunca perca a calma
Você pediu mil vezes que seu filho recolhesse os brinquedos do chão, ou tirasse a toalha molhada de cima da cama, ou arrumasse o quarto, ou levasse o copo para a cozinha. Chegou a hora de ir para a escola e ele simplesmente não fez o que devia ser feito. É comum, nessa hora, a mãe ou o pai perdem a paciência, gritam, dão uma bronca daquelas. Mas existe outra maneira de lidar com a questão.
Respire três vezes, baixe o tom de voz e dê o recado, olhando nos olhos dele e sem deixar margem para dúvidas. "Leve seu copo agora para a cozinha. Obrigada". Acredite, a fala assertiva e firme não vai deixar espaço para a criança enrolar ou desobedecer e ela certamente vai cumprir a tarefa imediatamente.
2. Atue pontualmente
Quando a desobediência acontecer tome a providência na hora. Não espere a criança sair do banho, ou ter terminado a refeição para ensinar o que é necessário.
Filhos menores, com 2 ou 3 anos, não têm uma memória tão longa assim e podem esquecer que descumpriram o combinado. Aí, se a bronca demora, eles nem vão entender o que fizeram de errado.
Já os filhos maiores, de 4 a 7 anos, já têm noção de que descumpriram um combinado e esperam pela orientação dos pais. Se ela não vem, eles podem ficar ansiosos. A conversa na hora é a medida mais justa e acertada.
3. Dê o exemplo
Aqui nós vamos pelo lado positivo. É uma daquelas atitudes que ensinam sem brigar, sem ser chato, e inspirando. E é simples: sempre que você combinar algo com seu filho e estiver cumprindo, lembre a ele.
Algo assim: "Olha filho, eu disse que ia te levar mais cedo para a casa do seu amigo e estou cumprindo". Ou: "Eu disse que ia levar você para andar de bicicleta assim que o tempo abrisse e estou cumprindo. Não é legal quando a gente promete e cumpre?"
Essa atitude dos pais reforça os exemplos positivos, mostra que é possível seguir as regras e que isso ajuda todo mundo a ficar mais feliz.
4. Não tenha raiva e nem frustração
Às vezes, as crianças precisam repetir mil vezes uma tarefa simples até que ela aprenda e vire um hábito. Enquanto a mágica não acontece (e a criança fala de boca cheia, arranca o brinquedo da mão do amigo, não cumprimenta os avós e etc), nem pense em se culpar, em achar que está fazendo algo errado, ou que é uma péssima mãe ou um péssimo pai. E também não ache que ela faz por mal.
Não tem má-educação nos atos isolados de desobediência. Seu filho está apenas começando a aventura de viver num mundo cheio de regras e combinados. E a missão dos pais é mesmo educá-lo. Repetindo o que é certo quantas vezes for necessário. Paciência e tranquilidade são as palavras-chave.
5. Limite
Se a criança estiver desobedecendo só para desafiar os pais, chame para um papo em particular, sem expor seu filho. Respeitando, a gente pode cobrar respeito sem medo de errar. Na conversa diga que se decepcionou com a atitude dele. Explique as consequências daquele comportamento. Deixe claro que não vai admitir que se repita.
Meninos e meninas com mais de 3 anos são absolutamente capazes de entender essa postura. Se for uma criança de 2 anos, ou menos, ela não tem condições de entender todas essas nuances, então apenas impeça delicadamente que ela continue. Contenha os movimentos e diga: "pare já com isso".
Pra fechar, uma dica bônus: Não desista. Filhos não são máquinas que programamos e deixamos para lá. São serzinhos em formação, ávidos por aprender, por conhecer e por nos encher de orgulho. Diante de uma desobediência, tente de novo, ensine de novo e bola pra frente.
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