A natureza foi tão sábia e tão camarada que deu aos filhotes humanos uma grande vantagem: aprender tudo o que precisam para ser um adulto bem sucedido — que se sustenta, que conhece os caminhos para sobreviver, que sabe alimentar os filhotes, que produz, que é criativo, que é generoso e que faz diferença no mundo — da maneira mais divertida e eficaz já inventada: brincando.
Sim, porque se você pensa que brincar é só para matar o tempo e se divertir, está enganado. Brincar é — além de muito gostoso, claro — um mecanismo fundamental para estimular aprendizados e conquistas que serão úteis na infância e na vida adulta.
Estimular brincadeiras é, então, um grande incentivo para o desenvolvimento do bebê e da criança. Nessa toada, o papel dos pais é apreciar algumas e estimular outras brincadeiras, mostrando de forma leve bons caminhos para aprender, conhecer, crescer e se desenvolver.
Na linguagem dos educadores e pediatras, a interação com outras pessoas e com o ambiente — brincando, por exemplo — assegura que a criança desenvolva habilidades motoras, cognitivas, sociais, afetivas e de linguagem. Não parece pouco, não é mesmo? E tudo isso brincando.
A parte boa é que essa faceta da educação e da criação dos filhos é uma das mais divertidas para a mãe e para o pai. Vale brincar de forma agitada e cheia de energia, como também vale brincar de forma concentrada e atenta. As brincadeiras começam já com o bebê recém nascido, pequeninho mesmo, e não têm prazo para acabar.
Quer saber ideias de brincadeiras que vão ajudar no desenvolvimento do bebê? Levantamos algumas aqui. Mas, lembre, essa lista não é fechada e, quando você pegar o jeito, vai inventar outras até mais divertidas.
Bola
Paixão nacional, a bola é um brinquedo unanimidade. Não há quem não goste. Permite mil possibilidades, é barata e ensina.
Olha só que legal: coloque o bebê de barriga para baixo sobre uma dessas bolas grandes, usadas por quem faz pilates, sabe? Não é difícil de achar em lojas de produtos esportivos e o valor compensa.
Com a barriga do bebê apoiada ali, o adulto segura a criança pelas costas e faz movimentos de um lado para o outro e circulares. Tudo lento, sem pressa e com um gingadinho prazeroso para os dois.
O bebê relaxa, se diverte e, de quebra, ganha um bom estímulo para o sistema vestibular, aquele que coordena o equilíbrio e os movimentos. O sistema nervoso do bebê vai aprendendo a lidar com a gravidade e a fazer dela uma amiga.
No futuro, ter um sistema vestibular desenvolvido ajuda na coordenação motora e facilita os movimentos, do engatinhar até os primeiros passos. Assim que o bebê estiver sentando, essa brincadeira já pode começar.
Olhos nos olhos
Assim que nasce, o bebê enxerga apenas luz e sombras. A acuidade visual vai aumentando de acordo com o desenvolvimento do bebê. Existe, portanto, um processo biológico normal e esperado até que o bebê esteja enxergando muito bem e reconhecendo formas, cores e rostos conhecidos.
Mas dá para ajudar e estimular. Aposto que você nem desconfiava, mas o brinquedo número zero dos bebês, aquele móbile de berço, é um grande aliado nesse processo.
A criança olha, tenta fixar a visão, e aos poucos vai distinguindo as cores e as formas. Quando cresce um pouco, tenta alcançar as figuras, ou bichinhos, ou formas geométricas, com as mãos e com os pés.
Para facilitar, prefira móbiles que ficam bem presos e apresentam figuras de formas e cores variadas. Cores fortes, como vermelho, azul e amarelo são as preferidas. Não é obrigatório que o móbile seja eletrônico e gire sozinho para estimular o desenvolvimento do bebê.
O vento pode balançar as peças e o pai ou a mãe também podem dar uma chacoalhada para chamar a atenção do bebê quando ele estiver no berço. Bebês com menos de um mês já começam a se interessar por móbiles.
Abdômen sarado
Bebês agarram aquilo que é colocado perto de suas mãozinhas, que em geral ficam fechadas. Aproveite essa característica, ofereça seus indicadores à criança e deixe ela segurar com força. Agora suspenda o braços do bebê em direção ao rosto dele, chamando atenção.
Naturalmente, ele vai tentar erguer a cabeça e fará uma força na barriga para conseguir isso, como se quisesse se sentar. Cante para ele enquanto faz esse exercício/brincadeira. A canção mais usada é “Serra serra, serrador”, mas pode ser a de sua preferência. Quando acabar o movimento e a música, repita.
Essa atividade é legal para estimular a força e a capacidade de erguer a cabeça e focar o olhar. As duas habilidades são fundamentais para o tônus muscular — aquele poder que a gente tem de andar, correr, se mexer e se sustentar de pé — e para a atenção. Pode brincar de serrador desde os 3 meses de idade.
Acerte o buraco
Quando seu bebê já estiver segurando objetos, estimule ele a encaixar o brinquedo ou a peça num buraco. Pode ser dentro de uma caixa, de uma sacola ou de uma tampa de plástico furada.
Além de fazer seu filho gargalhar, você vai incentivar o desenvolvimento dele. A coordenação motora, a atenção e a realização por conseguir objetivos agradecem muito. Mesmo se ele errar e se frustrar, estará aprendendo a lidar com as emoções mais difíceis.
Esconde-esconde
Bebês amam encontrar objetos e rostos desconhecidos que somem de repente. Vale brinquedo, sucata, tampa de embalagem, qualquer coisa que você tenha nas mãos.
Esconda e pergunte ao bebê onde o objeto está, ele vai reagir e, então, você revela o esconderijo. Seu filho vai cair na risada e vai pedir de novo e de novo. Pode variar escondendo seu rosto com as mãos ou o rosto do bebê com uma fralda. Quando ele cruzar o olhar com o seu, diga “Achou!” e ele vai se deliciar.
A partir dos seis meses, essa brincadeira fica mais legal. E desde lá já vai ensinando para o bebê sobre a materialidade dos objetos, sobre as coisas que reaparecem sempre, mesmo que ele ache que sumiram de vez.
Não deixe de cantar, de explicar cada passo da brincadeira e de conversar com seu filho durante as farras. Tudo isso auxilia no desenvolvimento do bebê.
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