"Mãe, pai, me dá um celular? Todo mundo tem. Só eu não tenho."
É duro resistir a esse pedido, ainda mais quando os pais sabem que é verdade. As crianças ganham celulares cada vez mais cedo e, quando não têm, choram, se sentem diferentes dos amigos, desconectadas e preteridas.
No entanto, a hora certa de dar um celular para a criança ainda confunde pais, mães, educadores e pediatras. Por um lado, é uma maneira de manter o contato com o filho, saber onde ele está, e estar por perto mesmo estando longe.
Por outro, é um gasto a mais, a criança pode deixar de fazer outras atividades só para ficar no celular e, pior, pode acessar conteúdos impróprios e complicados.
Então, como saber a partir de que idade está liberado o celular para crianças? A resposta é: depende.
Todo mundo tem? Nem tanto...
Primeiro, não é verdade que todo mundo tem celular. As famílias têm decidido quando entregar um celular para crianças de acordo com as necessidades, as preocupações, a rotina e os acordos firmados com os filhos.
Assim tem quem ganhe aos 7 e tem quem só tenha o próprio aparelho aos 12. No Brasil, 65% dos meninos e meninas já usou celular, mas só 14% das crianças de 5 a 9 têm seu próprio aparelho. Então decida com base na maturidade e nas necessidades da sua criança. Não ceda a chantagens.
Até os 7 anos, a criança entende celular como um brinquedo e não entende que é uma ferramenta poderosa de comunicação, por isso, os pais devem avaliar se é mesmo necessário nessa fase. Uma boa saída é ter um celular familiar, que fica em casa e serve para comunicar coisas rápidas e relativas à rotina.
Fatores a considerar
A partir dos 7 anos, há alguns fatores a considerar. Por exemplo, a vida social. Se seu filho dorme na casa de amigos, se os pais são separados, se rolam passeios com os primos, se volta de perua escolar, talvez valha a pena considerar.
Lembre, nesse caso, que crianças costumam esquecer e quebrar seus brinquedos. O mesmo vale para o telefone. Convém usar um celular barato, robusto e com pacotes de internet limitados. A partir dos 10 anos, é justo ir aumentando as franquias de acordo com as necessidades da criança.
Haverá sempre dois acordos fundamentais: de onde virá o dinheiro para bancar o celular (não pode ser ilimitado e livre, porque a criança precisa sentir que tem algo valoroso nas mãos); e quanto tempo poderá ser dedicado ao uso do aparelho. Os especialistas dizem 20 minutos até 7 anos, 30 minutos até 9 anos, 40 minutos até 12 anos.
Acordo é importante
Nove a cada dez crianças que têm telefone usam para brincar com os joguinhos e 60% delas, para ouvir música. Por isso, foco no tempo gasto. Se seu filho não respeitar e se você não conseguir impor um combinado para esse uso, suspenda. Celular pede uma espécie de contrato.
Dar um celular para crianças também pode trazer problemas de saúde. É preciso pesar a idade para liberar o uso do celular se você quiser evitar dores na nuca, nos olhos, nos polegares, cãibras, e dores musculares.
Agora queremos saber sua opinião sobre o tema polêmico: a partir de que idade é legar dar celular para crianças?
Como sua família decidiu isso? Conseguiram respeitar esse combinado? Escreva aqui na área de comentários o que você pensa sobre o assunto e complemente o nosso conteúdo!