Se a gente pudesse escolher o aspecto menos glamouroso da gravidez, o enjoo ganharia disparado. Não existe nenhuma grávida que se lembre com carinho das náuseas, da tontura e do mal estar provocadas por esse sintoma tão comum quanto esperado.
O enjoo na gravidez tem uma razão de ser: a dança dos hormônios. Para que uma gestação corra bem, o corpo da mulher precisa passar por várias mudanças, internas e externas, para dar conta de alimentar e sustentar aquela outra vidinha que brota na barriga.
Os responsáveis por essas transformações são os hormônios. Por isso, antes de vê-los como vilões que fazem as grávidas enjoarem, entenda a atuação dessas substâncias como a grande garantia de que tudo vai bem, que aquele organismo está trabalhando para manter a gestação e para o bebezinho nascer forte e saudável.
Agora que a gente aliviou a barra dos hormônios, já podemos contar que essa atuação poderosa tem, claro, consequências. O enjoo na gravidez é uma delas.
A ação da progesterona, por exemplo, modifica a forma como as mulheres sentem e encaram os cheiros do ambiente.
Alguns odores, que antes passavam batido, agora provocam um mal estar incontrolável – café, salsinha e até o perfume do marido podem entrar na lista. Por outro lado, a velha cera de depilação pode abrir o apetite inexplicavelmente.
Da mesma forma, os hormônios mexem na digestão e no metabolismo. Ambos ficam mais lentos e a sensação de peso no estômago pode ser frequente e chata para chuchu.
Nada disso, no entanto, deve preocupar a gestante. Enjoo na gravidez é normal, esperado e, melhor, uma boa dica de que tudo está andando de acordo com o esperado.
O que dá para fazer – sem correr riscos e sem afetar a saúde da mãe ou do bebê – é escapar e buscar soluções paliativas. Tem mulheres que nem enjoam. Tem mulheres que param de enjoar perto dos 100 dias de gestação, a famosa 12a semana. Mas tem mães que têm náusea, tontura e até vômito até o fim da gravidez.
Nesse caso, é melhor se preparar e encontrar caminhos para minimizar o enjoo na gravidez. Nós levantamos uma série de medidas que costumam funcionar.
De manhã
Costuma ser o momento mais tenso em relação ao enjoo na gravidez. Muitas mulheres comentam que já acordam enjoadas.
Essa sensação pode ser bem piorada, porque ao acordar, a grávida está em jejum de seis a oito horas.
Barriga vazia é convite para enjoo na gravidez. Por isso, comer a cada duas horas é fundamental. Nunca deixar o estômago totalmente vazio é uma ótima medida. Para manter a condição, lanches como sementes, bolachas salgadas e sem recheio, suco de fruta ácida, ou a própria fruta, costumam dar bem certo.
Nem demais, nem de menos
Quando sugerimos que o estômago não fique vazio, não significa que ele deve ficar abarrotado também. A digestão da grávida fica mais lenta e isso é um dos motivos do enjoo. Por isso é bem importante comer sempre, mas em pequenas porções.
Prato de criança é o mais adequado para esta situação, mesmo que a mãe precise reabastecer de duas em duas horas.
O alimento ingerido também faz diferença. Prefira refeições leves e cheias de fibras. Quando o intestino funciona, tudo vai bem.
Carnes magras, peixes, legumes verduras e grãos integrais batem um bolão. Fuja de refrigerantes, açúcar e gorduras em geral.
Azedo e gelado
Não é lenda. Alimentos cítricos e gelados ajudam a aliviar o enjoo na gravidez.
O azedo estimula a produção dos ácidos digestivos, o que traz alívio imediato. E ainda ajuda a reduzir a azia através do chamado efeito tampão. O próprio corpo é obrigado a regular a produção de ácidos no estômago, reduzindo a queimação.
Já os alimentos gelados, dão uma espécie de anestesiada momentânea no sistema digestivo que está mega excitado. Essa anestesia reduz de maneira natural e sem riscos o enjoo na gravidez.
Picolé de fruta, gelo, chá gelado e raspadinha funcionam muito bem para essa medida.
Medicamentos
Como a causa do enjoo na gravidez é hormonal e os hormônios, como já falamos são bons amigos da gravidez, não dá para cortar o mal pela raiz.
Por isso, alguns medicamentos são usados como inibidores de sintomas. Funcionam, mas com suavidade. Além disso, são medicamentos e, por isso, só podem ser prescritos pelos médicos e devem ser tomados com parcimônia, porque podem causar efeitos colaterais.
A Federação Brasileira de Associações de Ginecologia e Obstetrícia sugere que a mulher que sofre com enjoo na gravidez pode ser tratada com piridoxina com extrato de gengibre.
É uma combinação disponível no Brasil e considerada classe A, porque não apresenta risco algum para a gestante nem para o bebê. Mesmo assim, o tratamento só poderá ser indicado pelo obstetra.
Atenção: o gengibre puro ou seu extrato devem ser consumidos com moderação e com autorização do obstetra, porque pode irritar as mucosas e causar efeitos não recomendados. Não vale a pena correr o risco.
Enjoo na gravidez não é frescura e todos devem respeitar. Alguns são bem leves e outros, bem severos. Para essa segunda forma é que são recomendados medicamentos. A conversa franca com o médico é que encaminha para uma ou outra forma de encarar.
O que ajuda muito é o acolhimento. Quando a grávida está enjoada, ofereça água gelada com umas gotinhas de limão e deixe ela quieta, descansando. Não force a barra e nem desmereça.
Outra grande ajuda é a informação. Quanto mais todo mundo souber sobre enjoo na gravidez, melhor para a mãe e para o bebê.
Aí, nem precisa ser médico. O conteúdo desse post, por exemplo, pode ser de grande utilidade. Que tal compartilhar e espalhar para as famílias que têm uma grávida no começo da jornada? Não custa nada e ajuda muito.