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Como eu resolvi o problema de ciúmes entre meus filhos pequenos

Como eu resolvi o problema de ciúmes entre meus filhos pequenos
Patricia Guimarães
Sep. 22 - 5 min read
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Hoje em dia, eu tenho dois filhos; o mais velho tem 5 anos e o mais novo tem 2. Entre tantas tarefas e desafios que tenho diariamente como mãe, acredito que saber lidar com os ciúmes entre os irmãos foi uma das mais complicadas.

Quando descobri que estava esperando meu segundo filho, fiquei muito feliz, pois sempre quis que meu filho tivesse um irmãozinho. Mas, ao mesmo tempo, precisei de muita ajuda e orientação para saber como fazer com que meu filho mais velho aceitasse a novidade e fazer com que a mudança fosse a mais tranquila possível.

Conversei muito com o pediatra do meu filho e também com meu psicólogo para entender qual seria a melhor forma de lidar com isso. Eles me explicaram que o ciúme é muito comum com a chegada de um novo irmão. Afinal, neste momento, a criança mais velha precisa dividir a atenção exclusiva e o afeto que recebia dos pais com uma nova pessoa.

Sem dúvida alguma, é muita novidade para qualquer um! Por isso, resolvi contar para meu filhote que ele teria um irmãozinho assim que descobri que estava grávida.

Neste momento, fiz questão de contar para ele como era legal ter um irmãozinho, alguém com quem ele poderia brincar e se divertir de montão. Eu expliquei para ele que ter um irmão era como ter um melhor amigo dentro de casa.

Outra dica que o pediatra me deu foi de sempre lembrá-lo que, um dia, ele também foi pequenininho e recebeu toda a atenção que o irmãozinho agora estava recebendo. Isso ajuda a criança a entender que ele também havia passado por tudo aquilo, embora ele não se lembre.

Tivemos lingas conversas sobre o assunto, sempre muito empolgantes! Conforme a barriga foi crescendo, eu explicava para ele que, um dia, ele também foi só uma sementinha e ficou um tempão crescendo na barriga da mamãe, ouvindo muitas historinhas e recebendo muito amor.

Também o incentivei a conversar com o irmãozinho desde a barriga e a sentir sempre que ele chutava, assim ele compreendia que algo muito legal estava acontecendo ali dentro.

Outra coisa muito importante que fiz foi conversar com a família. Pessoas como os avós e tios, que sempre estão lá em casa, são muito próximos e têm muita convivência com a gente. Por isso, sempre reforçava que também precisava da ajuda deles para garantir que nosso filho mais velho não deixasse de se sentir amado e incluído nesse novo momento tão especial.

Como você pode perceber, todo o período de gestação foi dedicado a fazer com que nosso filho mais velho se sentisse envolvido e entendesse que ter um irmãozinho poderia ser muito divertido.

Quando o caçula nasceu, tivemos novos desafios. Afinal, uma coisa é falar sobre o irmão mais novo quando ele ainda está na barriga, mas é outra bem diferente depois que ele vem ao mundo.

Já sabíamos que o bebê consumiria muito da nossa atenção e da nossa energia e que isso poderia trazer certo desequilíbrio no dia a dia de casa. Por mais que tivéssemos consultado, lido e estudado sobre a chegada de um irmão, a prática é totalmente diferente.

De repente, o mais velhos recomeçou a fazer xixi na cama e a nos chamar durante a noite, um comportamento que ele não tinha já havia algum tempo. Também passou a pedir mais colo, algo que ele já nem gostava tanto quanto quando era pequeno.

Percebemos que esses eram sinais de que nosso filhote mais velho queria mais atenção. Para a gente, sempre foi um consenso de que não o acusaríamos, mas não voltaríamos a tratá-lo como um bebê – afinal de contas, ele já tinha três anos e sabia que era um mocinho.

Por isso, em todas as vezes em que situações como essas aconteceram, nós o acolhemos, mas explicamos que, naquele momento, ele precisava ajudar o papai e a mamãe a cuidar do irmãozinho, que estava maluco para ficar mais próximo do irmão mais velho.

Então, começamos a incluí-lo na rotina de cuidados com o bebê. Um dia, ele ajudou a dar banho. No outro, contou uma historinha. Lá pelo sexto mês, estava me ajudando a dar papinha e frutinhas. Com oito meses, eles sempre brincavam juntos, do jeito deles.

Aos poucos, fomos criando uma atmosfera em que ele se sentia muito orgulhoso de fazer parte da rotina do irmão caçula. Ele percebeu que poderia ser um super-herói, sempre protegendo o irmãozinho das maldades do mundo.

Foi uma delícia vê-lo abraçando esse papel, com tanto amor e parceria. Hoje, posso dizer que meus filhos são melhores amigos e estão sempre juntos, aprontando por aí. Essa fase não é fácil, mas é muito gratificante ver que os dois aprenderam a dividir o afeto que temos por eles, além de criarem um vínculo como nenhum outro no mundo, que é o de irmãos.


 


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