Você procura por
  • em Publicações
  • em Grupos
  • em Usuários
BACK

Como identificar um atraso na fala dos filhos?

Como identificar um atraso na fala dos filhos?
Alô Bebê
May. 23 - 9 min read
000

A fala, como todos sabem, está entre os muitos marcos no desenvolvimento dos pequenos. Entretanto, assim como acontece com outras habilidades que os bebês adquirem conforme vão crescendo – como é o caso de aprender a caminhar, a se alimentar sozinhos e ganhar mais autonomia e independência –, quando isso ocorre exatamente depende e varia bastante de criança para criança.

Ainda assim, embora alguns pequenos contem com mais desenvoltura do que outros, é esperado que todos tenham acumulado uma variedade de habilidades de acordo com a etapa de desenvolvimento em que se encontram. Contudo, com relação à capacidade de se comunicar, determinar se a criança está progredindo como deveria ou se ela apresenta algum atraso estão entre as questões que mais causam dúvidas entre os pais – por isso, nós aqui da Alô Bebê decidimos compartilhar este artigo.

O que esperar?

As crianças aprendem a falar durante os primeiros 2 anos de vida, mas a verdade é que o processo de aprendizado começa muito antes disso. Nos últimos anos, vem crescendo o número de especialistas que defendem o conceito de que a compreensão e o desenvolvimento da linguagem tem início quando o bebê ainda se encontra no útero e, segundo essa linha de pensamento, antes mesmo de nascer, a criança já passa a se habituar e até a diferenciar o som da voz da mãe dentre as das demais pessoas que convivem com a gestante.

Antes de balbuciarem as primeiras palavras, os pequenos começam a aprender regras de linguagem e como os adultos as usam para se comunicarem. Então, aos poucos, os bebês passam a usar a língua, os lábios e o céu da boca para produzir sons e ruídos que, gradualmente, vão se transformando em palavrinhas e frases. Porém, o progresso esperado para cada fase de desenvolvimento é:

Dos 0 aos 3 meses

O choro do bebê é a sua primeira forma de comunicação – e, efetivamente, não demora até os pais aprenderem a identificar o que cada tipo quer dizer. Sendo assim, nos primeiros 3 meses de vida, a criança vai apresentar choros diferentes para expressar se está com fome, sono, algum tipo de desconforto ou quando precisa trocar de fralda. Também é ao longo desse período que o pequeno começa a usar uma variedade de barulhinhos para se comunicar com os pais e a reconhecer tons de voz.

Dos 4 aos 6 meses

Nessa fase, as crianças já começam a combinar vogais e consoantes para formar ruídos e, por volta dos 6 meses, são capazes de reconhecer o próprio nome. Durante esse período, o repertório de vocalizações aumenta bastante e, apesar de os pequenos muitas vezes repetirem palavrinhas como “mama” e “papa” – e encherem os pais de emoção e orgulho! –, a verdade é que eles ainda não conseguem relacionar essas vocalizações com a figura da mãe ou do pai.

Dos 7 aos 12 meses

A partir dos 6 meses, as vocalizações já começam a fazer um pouco mais de sentido, visto que a criança passa a experimentar mais com diferentes entonações e padrões de fala e tenta copiar a forma como os adultos se comunicam. Por volta dos 9 meses, os bebês começam a usar diferentes tons de voz e a “costurar” os sons para formar palavras, ainda que eles não entendam exatamente o seu significado; e, antes dos 12 meses, as crianças também devem ser capazes de prestar atenção aos sons e começar a reconhecer nomes de objetos comuns – como naninha, brinquedo, copo etc.

Dos 12 aos 15 meses

Nessa fase, os pequenos já devem apresentar um repertório um pouco maior e ser capazes de imitar sons e palavras que eles ouvem, assim como ter habilidade de falar algumas palavras – além de “mama” e “papa”. Geralmente, o vocabulário começa a se expandir a partir do aprendizado dos nomes dos objetos e das pessoas com as quais os pequenos interagem, somando por volta de 20 palavras. Ademais, durante essa etapa do desenvolvimento, é esperado que as crianças consigam entender e seguir orientações simples, como quando pedimos que elas nos passem alguma coisa ou guardem um brinquedinho.

Dos 18 aos 24 meses

Entre os 18 e os 24 meses, mais ou menos, é esperado que as crianças tenham acumulado um vocabulário de 50 ou mais palavras, e é a partir dessa fase que elas começam a combinar palavras para criar frases simples, como “bebê chorando”, “mamãe comida” e “bola grande”. Os pequenos também devem ser capazes de identificar objetos comuns e pessoas em fotografias, reconhecer partes do corpo – como olhos, orelhas, nariz e pés – e seguir ordens compostas por duas etapas, como “pegue o brinquedo e dê para mim”.

Dos 2 aos 3 anos

Nessa idade, o desenvolvimento da fala deve dar um grande salto, já que o vocabulário do pequeno deve aumentar bastante e ser composto de, pelo menos, cem palavras. Além disso, a criança já começa a combinar mais de três ou quatro vocábulos para formar frases, a sua capacidade de compreensão também aumenta, e o pequeno deve conseguir entender e executar ordens simples, além de ter desenvolvido a habilidade de reconhecer cores e compreender conceitos descritivos, como diferenciar o que é grande do que é pequeno, quente de frio etc.

Quando devemos nos preocupar?

Na realidade, toda vez que o bebê vai ao pediatra, o médico checa se ele está alcançando os marcos de desenvolvimento dentro do esperado. Portanto, se houver algum problema, o profissional encaminhará a criança a um especialista. Entretanto, os pais podem – e devem – ficar atentos, uma vez que ninguém conhece melhor os filhos do que eles, mas alguns sinais de alerta são:

  • Se até os 6 meses o bebê não fizer ou tentar produzir sons, não fizer contato visual com os pais e não responder ao próprio nome.

  • Se até os 9 meses o bebê não balbuciar ruídos ou não for capaz de se comunicar através de gestos – como acenar, apontar e bater palminhas – e formar palavrinhas com até 1 ano.

  • Se o bebê preferir se comunicar por gestos em vez de vocalizações e ter dificuldade para imitar sons ou entender comandos simples até os 18 meses.

  • Se até os 2 anos o bebê usar sempre as mesmas palavras ou repetir determinados sons e não for capaz de usar a linguagem oral para se comunicar, não conseguir atender a pedidos simples e possuir um tom de voz fora do normal, como muito anasalado ou rouco.

  • Se até os 2 anos os adultos que convivem com a criança tiverem dificuldades de compreender pelo menos metade do vocabulário dela, e se dos 3 aos 4 anos pessoas fora do convívio familiar não conseguirem entender o pequeno.

Caso qualquer uma das situações acima for identificada, vale uma visita ao pediatra para uma boa conversa e para que a criança seja devidamente examinada. E se o médico identificar algum tipo de atraso, poderá encaminhar o pequeno a um fonoaudiólogo para que esse profissional faça o diagnóstico correto e determine a causa e a melhor forma de corrigir o problema.

Importante!

É vital que os pais se comuniquem bastante com os filhos, mesmo quando eles ainda são bebezinhos, já que isso pode ajudar – e muito – no seu desenvolvimento linguístico. Então, é importante conversar, ler livros infantis, contar historinhas, cantar músicas e expor o pequeno a todo tipo de estímulo.

Vale sentar com a criança e mostrar personagens durante a leitura, identificar pessoas em fotografias, apresentar objetos e dizer os nomes das coisas quando o bebê estiver em algum cômodo da casa, for levado para passear ou ao supermercado. Esses são exercícios supersimples que podem ajudar imensamente a expandir o vocabulário e a capacidade de comunicação dos pequenos – e não custam nada!


Você tem alguma experiência interessante com os seus filhos para compartilhar? Não deixe de dividir com outras mães através de um post aqui na comunidade!


Report publication
    000

    Recomended for you