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Como tratar a gagueira infantil?

Como tratar a gagueira infantil?
Alô Bebê
Feb. 4 - 6 min read
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Primeira lição de hoje: esqueça grande parte do que você já ouviu sobre gagueira! Antigamente essa condição era associada somente a pessoas tímidas e/ou inseguras, e tinha apenas uma causa conhecida: a emocional - que não tinha tratamento. Felizmente, isso é mentira! Gagueira tem cura sim. E quanto mais precoce for diagnóstico, melhores serão os resultados.

Por que devo me preocupar?

Essa dificuldade na fala atinge cerca de 5% das 7,6 bilhões de pessoas no mundo! E apesar dos índices na infância serem iguais para meninos e meninas, na fase adulta atinge 3,4 homens para cada mulher. Ou seja – mamães de mocinhos, atenção redobrada!

Afinal, o que é a gagueira?

Um distúrbio de fluência caracterizado por interrupções ou prolongamentos da fala que impedem que a pessoa fale de forma contínua, fluida e sem esforço. Pode ser causada por fatores sociais, psicológicos, linguísticos (crianças que falam 2 línguas ou mais) ou ainda atraso no desenvolvimento da linguagem.

Existe apenas um tipo de gagueira?

Podemos dizer que existem duas grandes categorias de pessoas com gagueira, e somente os sintomas, somados a uma avaliação médica, irão determinar qual será o diagnóstico. De maneira geral, podemos classificar o primeiro como uma reação episódica ao estresse. Nele, a criança (adolescente ou adulto) gagueja porque está sob tensão, falando em público ou enfrentando uma situação de perigo, por exemplo. Seu corpo está envolvido na ação como um todo: ela transpira, treme: fica visivelmente abalada. Não é um simples problema de fala.

A gagueira crônica, por assim dizer, acontece quando a fala é interrompida em diferentes formas de comunicação, inclusive na leitura. Não existe uma situação específica que incite essa “complicação”. Crianças com gagueira infantil geralmente apresentam alguns tiques nos momentos de bloqueio e usam palavras de apoio muitas vezes nas frases, mesmo que essas palavras não se enquadrem no contexto.  Confira as principais diferenças entre o quadro leve e grave dessa condição:

Gagueira infantil leve - Surge com a repetição de sons ou palavras por mais de duas vezes e com duração de um som de forma exagerada. Pode causar tensões leves no pescoço ou perto da boca, e até a impressão de que a criança está com falta de ar por não conseguir pronunciar o som.

Gagueira infantil grave - Ocorre em quase todas as formas de comunicação. A criança gagueja em mais de 10% da fala. Existe um bloqueio ou uma demora em conseguir falar as palavras, como se o som fosse impedido de sair, nesse caso são mais comuns que a repetição de palavras ou sílabas. O esforço e tensão para falar podem causar movimentos faciais ou corporais.

“Mas todas as crianças têm dificuldades quando aprendem palavras. Como eu vou identificar a gagueira ainda no seu início?

É claro que os pequenos trocam letras, tropeçam em algumas sílabas e até ganham apelidos por seus neologismos na primeira infância. Essa descoberta do vocabulário é esperada e divertida! Com 3 ou 4 anos, as crianças podem apresentar uma defluência fisiológica, porque não dominam o vocabulário necessário para dizer tudo o que querem. Muitas sabem os nomes das coisas, mas não conseguem ligar esses substantivos dentro de uma frase.

Pense na maneira que ensinamos sobre o mundo aos pequenos? Mostramos objetos e seres interessantes e dizemos “casa”, “gato”. Agora imagine a ansiedade deles para mostrar o carro azul que está passando ou o cachorro lambendo sua mão? No nervosismo, certamente tudo se atrapalha. Esse é o famoso “atravessar a frase”.

Essa agonia é normal nessa fase de desenvolvimento da fala e nesses casos, a gagueira faz parte do desenvolvimento, desaparecendo espontaneamente, sem necessidade de tratamento.

A gagueira só deve ser motivo de preocupação para os pais quando a criança está consciente da dificuldade e luta para falar. Quando ela está decidida a falar uma palavra, sabe como é a forma correta de dizê-la, e não consegue. Nesse caso, se o problema persistir por mais de seis meses, eles devem procurar ajuda especializada.

Tratamento

Não há um medicamento específico para tratar a gagueira. Para tentar acabar ou diminuir os episódios de gagueira infantil, é recomendado o acompanhamento periódico com um fonoaudiólogo, que traçará estratégias específicas para cada caso, com o objetivo de propiciar suavidade e continuidade da fluência da fala.

Além disso, algumas técnicas de respiração e conscientização corporais podem ser utilizadas. E lembre-se de se mostrar interesse – tanto no processo quando na melhora! A inclusão da família no tratamento pode aumentar as chances de sucesso e deve ser estimulada.

Em casa, como podemos ajudar meu filho?

• não ridicularize o problema e nem a criança. Lembre-se que essas atitudes trarão consequências emocionais pra ela;

 

• respeite o tempo do seu filho. Sugira que ela pense ou respire antes de falar. A gagueira é involuntária, então pedir que a criança mantenha o controle não adianta;

• facilite o entendimento do pequeno! Fale de forma suave, tranquila e em um ritmo mais lento, mas sem perder a naturalidade da fala;

• espere a criança terminar de falar e evite responder imediatamente. Aguarde alguns segundos antes de responder;

• cante músicas infantis, recite poesias, ou conte histórias para a criança, articulando bem os sons e com uma boa entonação, sempre de forma suave e devagar.

Dica a longo prazo: mantenha o costume de conversar com seu filho! As habilidades de linguagem das crianças têm mais chances de serem desenvolvidas se os pais e a família se comunicarem com elas todos os dias. Contar histórias ou perguntar sobre os amigos e escola, são ótimas maneiras de estimular a comunicação verbal. Conversando sobre seu cotidiano, o pequeno tem a chance de pronunciar novas palavras, aprendê-las e, assim, será capaz de se comunicar de maneira correta.

Essas informações foram úteis pra você? Conhece alguma criança que passou ou está passando por essa dificuldade nesse exato momento? Então compartilhe esse artigo! Indique a Comunidade Alô Bebê e leve mais conteúdo de qualidade para mamães e papais! Quem orienta, amigo é!


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