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Hipertensão gestacional: o que é e quais os cuidados?

Hipertensão gestacional: o que é e quais os cuidados?
Alô Bebê
nov. 29 - 6 min de leitura
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Hipertensão gestacional: uma doença silenciosa e sorrateira. Se instala sem muitos sintomas e pode causar mal-estar e riscos para a gestante e para o bebê. A pressão alta específica da gravidez acomete cerca de 5 a 7% das mulheres grávidas. A prevenção é difícil, mas é possível cuidar bem, evitar os perigos e garantir uma gestação tranquila mesmo com essa condição.

O primeiríssimo cuidado é exigir que a pressão sanguínea da mãe seja medida em todas as consultas de pré-natal. A tensão arterial segue duas medidas: a sistólica, registrada durante a batida do coração, e a diastólica, marcada no intervalo entre os batimentos. Por isso é que sua pressão é dada por dois números, por exemplo 12 por 8 (ou 120/80 mmHg). A pressão diastólica, número mais baixo da medição, é o mais monitorado pelo especialista durante a gestação.

Comumente, a pressão de uma grávida jovem e saudável é 11 por 7 ou 12 por 8. Se a pressão ficar acima de 14 por 9 em pelo menos duas ocasiões na mesma semana, e antes a mulher apresentar pressão arterial normal, o médico pode diagnosticar a DHEG, ou pré-eclâmpsia. O normal de uma pessoa para outra, assim como de uma grávida para a outra, pode variar. Só o médico pode dizer se a pressão está adequada ou não.

Para conhecer bem a hipertensão gestacional, fizemos um guia de tópicos importantes para esclarecer de vez as dúvidas e deixar os pais relaxados antes, durante e depois da chegada do bebê.

Para começar, o que é hipertensão gestacional?

Durante os quatro primeiros meses de gravidez, o corpo da mulher produz cerca de um litro a mais de sangue. Essa produção é fundamental para levar oxigênio e nutrientes na quantidade certa para o bebê que cresce sem parar ali na barriga.

A contrapartida é que a maior circulação sanguínea, associada a questões hormonais e ambientais - como estresse, insônia e outras condições - pode desencadear uma reação inadequada: o aumento na pressão arterial da mãe. Essa condição costuma aparecer após as 20 semanas de gestação e não dá nenhum aviso prévio, mesmo em mulheres que não tinham pressão alta antes de engravidar.

É mais comum, no entanto, em pessoas sedentárias, com alimentação desequilibrada e que bebem pouca água. Porém, praticar atividade física, comer com equilíbrio e estar bem hidratada não garante que a doença fique longe. A boa notícia é que apenas 7 em cada 100 grávidas apresentam hipertensão gestacional.

A melhor maneira de acompanhar o quadro é medindo a tensão arterial em todas as consultas de pré-natal. Exija isso do seu obstetra e não tenha vergonha de cobrar. É direito da mãe e uma segurança para o bebê. Caso seu médico confirme que a pressão está elevada - acima de 14 por 9 em, ao menos, duas semanas seguidas - é preciso acompanhar e tomar as medidas mais frequentes. Em geral, basta monitorar a condição, repousar e não se estressar, que a hipertensão vai embora sozinha logo depois do parto.

Como essa condição pode evoluir?

Quando a situação, chamada também de Doença Hipertensiva Específica da Gravidez (DHEG), avança, pode desembocar em duas outras condições complicadas: a eclâmpsia e a Síndrome de Hellp, que são perigosas e podem levar ao óbito da mãe e do bebê.

Na eclâmpsia, além de pressão alta, a gestante apresenta proteína na urina e pode ter convulsões, sangramento vaginal e até entrar em coma. Já a Síndrome de Hellp é uma alteração ainda mais grave e pode desencadear problemas de fígado, rins e mudança nos componentes do sangue. É coisa séria, como dá para notar, por isso é imprescindível que o obstetra acompanhe a tensão da sua paciente.

Diante do diagnóstico de eclâmpsia, o obstetra costuma recomendar repouso, suspensão de qualquer estresse, medicamentos para baixar a pressão e internação hospitalar para controle, se necessário. A Síndrome de Hellp, ao contrário, exige interrupção imediata da gravidez através de uma cesariana de emergência.

É importante destacar que todos esses quadros são pouco frequentes e contornáveis. Pedem atenção, mas não pânico, porque tem controle e tratamento. A mulher que desenvolve a DHEG geralmente volta à condição normal logo após o nascimento do bebê e pode ou não ter predisposição para hipertensão em uma futura gestação.

O parto da grávida hipertensa pode ser normal se a pressão estiver controlada. A analgesia é bastante indicada, porque a dor e o esforço  podem fazer a pressão subir. É preciso monitorar a pressão arterial da mulher durante todo o trabalho de parto para garantir que tudo corra bem.

Todavia, é mais comum que o obstetra recomende uma cesariana assim que for adequado para o bebê, porque o parto é o principal fator para o retorno da condição normal da mulher. A recuperação costuma ser tranquila e similar à das mulheres que não apresentaram hipertensão, mas a pressão alta pode dificultar um pouco a cicatrização, então convém acompanhar de perto.

Além do médico que acompanha a gravidez, outras mulheres que enfrentaram a DHEG podem ser boas fontes de consulta. Elas conhecem a doença de dentro, podem falar como se cuidaram, as mudanças na alimentação, a necessidade de repouso e medicação. Elas são inspiração e referência para as outras gestantes, com ou sem hipertensão.

Se você passou pela pressão alta, eclâmpsia ou Síndrome de Hellp, se cadastre no nosso site e conte para as outras leitoras e para os leitores também como foi sua experiência. As dicas preciosas que só quem venceu pode dar, não substitui a orientação do obstetra, mas acolhe e tranquiliza, o que tem grande valor para outras mães. 


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