Ter um bebê saudável, cheirosinho e bem apresentável envolve muito mais do que simplesmente trocar fraldas, dar banhos diários, escolher roupinhas bonitas e manter os cabelinhos dos pequenos bem arrumados. Existem outros cuidados que pais e responsáveis precisam ter com a higiene das crianças para manter a sua saúde e o seu bem-estar em dia e evitar alergias, irritações e infecções.
Mas, considerando que, especialmente nas primeiras semanas e até meses de vida, os bebês são tão frágeis e pequeninos, a tarefa de manter unhas, narizinhos, pele, áreas íntimas etc. limpinhas pode ser um baita desafio. É por isso que nós aqui da Alô Bebê preparamos este artigo para você!
Higiene das mãos
É recomendado que os adultos sempre lavem ou higienizem as mãos antes de pegar o bebê, uma vez que eles podem transferir germes e bactérias ao pequeno por meio do contato, aumentando o risco de que a criança pegue um resfriado, tenha diarreia e coisas do tipo. Ademais, é importantíssimo lavar bem as mãos antes de preparar a mamadeira ou dar de mamar, assim como logo após a troca das fraldas.
Mas as mãos também são um ponto crítico nos bebês, uma vez que, enquanto os pequenos vivem com as suas na boca, os maiores tocam absolutamente tudo e não costumam ter a iniciativa de lavar as mãozinhas com frequência. Por isso, a higienização regular das mãos é um hábito que deve ser motivado nas crianças desde cedo, visto que, como todos sabem, o risco de contração de infecções e doenças pela via oral é grande.
Obviamente, no caso dos bebês, cabe aos adultos cuidar da higiene das mãos e do que eles levam à boca, mas, com as crianças maiores, podemos facilitar a vida delas posicionando banquinhos ou degraus próximo à pia para ajudar no acesso, escolhendo produtos que sejam de simples manuseio e motivando as crianças participando da higienização e mostrando a elas de maneira lúdica e divertida como devem proceder. Ah! As “lições” devem incluir a secagem das mãos também, hein!
O temido corte das unhas
Além de terem dedinhos minúsculos e super delicados, os bebês simplesmente não param de mexer as mãos, e os pés são tão pequeninos... Isso torna a tarefa de aparar as unhas uma desafiadora operação – uma que muitos adultos têm pavor de realizar. Para piorar, as unhas, especialmente as dos recém-nascidos, crescem bastante depressa e, se não forem cortadas com periodicidade, eles podem se arranhar e se machucar. Sem falar que germes e bactérias podem se acumular sob as unhas e causar infecções; então, não dá para fugir da missão!
Muitos adultos aproveitam o momento após o banho, quando as unhas estão ainda mais molinhas, e a hora do soninho para dar um jeito na manicure e na pedicure dos pequenos, e uma dica para quando eles estiverem acordados é que uma pessoa gentilmente segure a criança enquanto a outra apara as unhas.
Também é recomendado o uso de tesouras com a ponta arredondada ou cortadores para minimizar o risco de acidentes, assim como respeitar o formato da unha na hora de cortar e pressionar a ponta dos dedinhos ligeiramente para baixo, de modo a evitar de pegar a pele junto. E as unhas não devem ser cortadas curtas demais, para não aumentar o risco de infecções.
“Faxinando” o pequeno
O rosto do bebê deve ser limpo sempre que necessário ao longo do dia e, durante o banho, nunca deve ser lavado com sabonete – nem o infantil –, apenas com água. Os adultos também não devem se esquecer de limpar a parte de trás das orelhinhas, já que ali costuma ocorrer o acúmulo de sujeirinhas, e basta passar um paninho ou algodão úmido delicadamente na área e secar bem certinho depois.
Sobre os ouvidinhos, se os médicos aconselham os adultos a limparem os próprios ouvidos com bastante delicadeza e a evitarem cutucá-los com bastões, imagine o cuidado que devemos ter com os dos bebês! A área precisa ser higienizada com extremo cuidado, e o uso de cotonetes não é recomendado. Somente a parte exterior deve ser limpa, visto que a cera é drenada naturalmente pelo organismo e o excesso, eliminado durante o banho. Para limpar o ouvido, pode-se usar um pedacinho de algodão umedecido apenas para evitar a formação de tampões.
Além disso, os adultos devem ficar atentos na hora de limpar os ouvidinhos dos pequenos, pois, se eles demonstrarem qualquer desconforto nesse momento, esse pode ser um indicativo de que eles estejam com dor ou uma infecção – e, se for o caso, é necessário buscar a ajuda de um pediatra.
Com relação ao minúsculo nariz, os adultos dificilmente conseguem introduzir os dedos para desobstruir as narinas dos bebês, então, a melhor opção é usar um pano bem macio ou um pedacinho de algodão – moldado com dedos para parecer um tubo – e umedecê-lo com água morna ou soro fisiológico para remover as secreções acumuladas. E, não, não se deve tentar introduzir nenhum tipo de objeto para facilitar o processo de limpeza.
Os olhos devem ser mantidos sempre limpos para evitar o risco de alergias e infecções, e o procedimento de higienização é semelhante ao empregado para o nariz; ou seja, o recomendado é usar um tecido bem macio ou um pedaço de algodão ligeiramente umedecido nas pálpebras e nos cantos dos olhos. Um detalhe importante: não use o mesmo material para higienizar os dois olhos. Limpe um de cada vez e no sentido da região onde fica o canal lacrimal para o canto do olho.
A boca do bebê também precisa ser higienizada e, antes que os dentinhos comecem a nascer, a recomendação é usar uma gaze ou um paninho umedecido com água filtrada ou soro fisiológico para limpar as gengivas, o céu da boca e a língua após as mamadas da manhã e as da noite. Depois, quando os dentes começarem a aparecer, a higiene bucal pode ser feita com escova infantil de cerdas bem macias e creme dental sem flúor e específico para crianças.
Chegou a hora do banho!
Não pense que todos esses passos que descrevemos até aqui substituem o banho! Na realidade, todas as rotinas mencionadas têm como objetivo manter os bebês limpinhos, mas os banhos são imprescindíveis, já que servem para proteger os pequenos de possíveis irritações, alergias e infecções, e os adultos sempre devem dar atenção especial ao rostinho, às mãos e à região genital da criança. E, claro, existem algumas dicas e macetes que podem ajudar nesse momento que tantos adultos temem!
É muito importante é organizar tudo antes do banho, o que significa separar fralda limpa, roupinhas e a toalha antes mesmo de tocar no bebê. A banheira também deve ser deixada prontinha, lembrando que a temperatura da água precisa ficar entre os 36,5 °C e 37,5 °C, e tudo o que será usado durante o banho tem de estar à mão. Ademais, é importante que a banheira seja posicionada em um local onde não existam correntes de ar.
O corpinho do bebê pode ser lavado apenas com água, com óleos de banho especiais para recém-nascidos ou sabonetes líquidos infantis, sempre usados em pequenas quantidades, para não ressecar e agredir a delicada pele do pequenino. Também é ideal dar preferência a cosméticos sem perfume ou com fragrância bem suave e, antes de começar a tirar a roupinha da criança, uma dica é remover qualquer acessório ou peça de roupa que possa atrapalhar o adulto na hora de dar o banho.
O banho geralmente é iniciado pela cabecinha e pelo rosto do bebê – lembrando que a face nunca dever ser ensaboada e que é preciso ter cuidado para que não entre água nos ouvidos! –, que são delicadamente secos com uma toalha macia antes de o corpo ser banhado. Já na hora de colocar o pequeno na banheira, deve-se posicionar o braço esquerdo nas costas dele e segurar sua cabecinha com a mão esquerda, de forma que ele fique apoiado e seguro enquanto a mão direita permanece livre para lavar o corpinho.
Depois, para limpar as costas e o bumbum, basta virar o pequeno de bruços e deixar que o seu tronco fique apoiado na mão e no braço esquerdo. Assim que o banho terminar, o bebê deve ser enrolado em uma toalha, seco com cuidado e vestido, começando sempre pela parte superior do corpinho.
De modo geral, a recomendação é que os banhos dos recém-nascidos ocorram nos horários mais quentes do dia, mas, depois, com o tempo e após o bebê entrar na rotina, os banhos podem começar a acontecer à noite, antes da última mamada, já que a água quentinha é relaxante para os pequenos e, depois de eles estarem limpinhos, confortáveis e com as barriguinhas cheias, deverão estar prontos para o soninho.
Higienizando as “partes”!
Pode parecer uma tarefa difícil limpar direitinho e ao mesmo tempo usar extrema delicadeza quando se trata da região genital dos bebês. Entretanto, a higienização adequada é especialmente necessária porque o contato do xixi e das fezes com a pele pode causar assaduras e inflamações e, se os devidos cuidados não forem tomados, inclusive evoluir para algo mais sério, como uma infecção.
Na troca de fraldas
As fraldas devem ser trocadas sempre que estiverem sujas, ainda que seja apenas com xixi, e a higienização pode ser feita com o uso de chumaços de algodão embebidos em água morna. Tanto em meninas como em meninos, os adultos devem remover da pele todo e qualquer sinal de cremes e produtos para prevenir assaduras, assim como de urina ou fezes, fazer a limpeza seguindo o sentido de cima para baixo e nunca usando o mesmo pedaço de algodão mais de uma vez. Caso seja necessário, o cocô também pode ser retirado com água morninha e sabonete infantil ou hipoalergênico.
Nos meninos, além da higienização de pênis, virilha e traseirinho, uma área que merece atenção é o escroto, pois é comum que a região que fica entre o saquinho e o bumbum acumule mais detritos, e a limpeza deve ser feita no sentido do pênis para o ânus. Já nas meninas, é imprescindível limpar bem a região externa dos genitais, mas também caprichar na parte interna, onde ficam os grandes lábios, já que é ali que o excesso de pomadas, assim como de xixi e de cocô tende a se acumular.
Aqui se repete o mesmo procedimento usado com os meninos, de higienizar toda a área com chumaços de algodão umedecidos com água morna e no sentido da vulva para o ânus, e nunca em vai e vem. Os lenços umedecidos podem ser usados tanto nos meninos quanto nas meninas, mas é bom os adultos ficarem atentos, pois pode acontecer de eles causarem irritações e alergias na pele de alguns bebês quando usados em excesso. Outra coisa: o uso de talco deve ser evitado, já que ele é composto por partículas bem fininhas que podem obstruir os poros da pele e ser inaladas pelos pequenos.
Depois de tudo limpinho e seco, basta aplicar uma pomadinha contra assaduras, se essa for a indicação do pediatra, e colocar a fralda nova. Lembrando que, no caso dos meninos, até que os adultos conheçam bem os hábitos do pequeno, é aconselhável colocar um paninho sobre o pipi para evitar banhos indesejados de xixi!
Na hora do banho
Para lavar os genitais dos meninos, basta limpar bem o escroto e toda a parte externa do pênis com água morna e sabonete infantil ou hipoalergênico, e a parte que fica debaixo do prepúcio só é higienizada com o tempo, depois que essa pele começa a subir e pode ser empurrada para trás com facilidade – ela jamais deve ser forçada. É nessa área que normalmente se acumula uma substância esbranquiçada chamada esmegma, que consiste em células epiteliais e secreções do próprio corpo, e basta usar um paninho ou algodão com água para removê-la.
No caso das meninas, também é necessário dar atenção à parte externa e à dos lábios e lavar a região toda com água morna e o sabonete infantil habitual – e nunca usar sabonete íntimo ou para adultos. Vale mencionar que as pequenas podem apresentar um corrimento clarinho, com coloração puxando um pouco para o amarelo, que é normal, mas se a criança apresentar alguma secreção diferente, o pediatra deve ser consultado.
Depois de finalizar o banho, é necessário secar bem o bebê com uma toalha de algodão que seja macia e sem esfregar o seu corpinho para não irritar a pele. Todas as dobrinhas, os cantinhos entre os dedinhos e atrás das orelhas também devem ser secos para evitar o acúmulo e a umidade. Depois disso, pronto: o bebê estará limpinho!
E o coto umbilical, como lidar?
Antes de tocar o coto umbilical, os adultos devem lavar bem as mãos. E, na hora de higienizar a área, basta segurar o coto e limpar a base do umbiguinho, na junção com a barriga, usando um pouco de algodão embebido em álcool 70%.
Depois, também é necessário limpar direitinho a parte de cima do coto e deixar que a região seque e fique bem arejada para promover a cicatrização. Aliás, não é recomendado que a área fique coberta, portanto a fralda deve ser dobrada de forma a não manter contato com o coto, e o uso de faixas e curativos é dispensado.
Cabelo, cabeleira
Os cabelos podem ser lavados todos os dias na hora do banho, desde que sejam usados produtos específicos para os cuidados do bebê – e com selo da Anvisa, obviamente – e que não exista nenhuma contraindicação por parte do pediatra. Além disso, ao contrário de nós, adultos, que adoramos encher as mãos com shampoo e criar uma verdadeira festa da espuma na nossa cabeça, a quantidade necessária para higienizar os (muitas vezes poucos) fios dos pequenos é bem reduzida: basta usar o equivalente ao tamanho de uma moeda.
No caso de que os cabelos dos bebês apresentem muitos nós ou fiquem mais rebeldes, um caminho é testar diferentes produtos e, com crianças um pouco maiores, a vantagem é que existem mais opções de cosméticos que podem ser usados para os cuidados dos fios, como condicionadores e cremes de tratamento. De qualquer maneira, é sempre válido bater um papo com o pediatra antes de fazer trocas, especialmente quando se tratar da higiene dos bebês.
Atenção aos detalhes!
Como todos sabem, os pequenos têm o hábito de levar tudo o que encontram à boca – e isso também se aplica aos brinquedinhos. Assim, para evitar a potencial transferência de microrganismos, é importante lavar os brinquedos periodicamente e não se esquecer de secá-los bem, visto que as superfícies úmidas oferecem o ambiente ideal para proliferação de germes e bactérias.
Contudo, não adianta nada manter os brinquedos das crianças bem limpinhos se o local por onde elas transitam, brincam e se alimentam não for higienizado adequadamente também.
A cozinha, em especial as áreas usadas para a preparação de mamadeiras e papinhas, deve ser mantida sempre limpa e seca para evitar a proliferação de microrganismos – e já que mencionamos as mamadeiras, esses itens, assim como os bicos, devem ser lavados e, antes de cada uso, esterilizados (até a criança completar 1 ano de vida).
Os equipamentos usados na ordenha também devem ser sempre bem higienizados e esterilizados – já que as bactérias, assim como os bebês, adoram leite! –, e é recomendado esterilizar chupetas, pratinhos, copos e talheres usados pela criança também.
A superfície onde os adultos normalmente fazem a troca de fraldas merece atenção e deve ser limpa após cada uso. E no caso da banheira do bebê, ela deve ser esvaziada depois do banho e deixada para secar, e os brinquedinhos que vão para a água com o pequeno têm de ser lavados periodicamente para evitar o acúmulo de bactérias e trocados a cada 6 meses, mais ou menos.
Um adendo!
Antes de os adultos se transformarem em maníacos por limpeza ou ficarem paranoicos, é importante ter em mente que os sistemas imunológicos dos bebês se desenvolvem e se tornam mais eficientes através do combate a germes e bactérias. Portanto, embora seja importante manter o ambiente limpo, não se deve manter a criança em uma redoma nem transformar a casa em um mundo estéril.
O que estamos tentando dizer é que, assim como é importante cuidar da higiene para evitar infecções potencialmente perigosas, também devemos permitir que os nossos pequenos sejam expostos a microrganismos para que seus corpinhos desenvolvam as defesas necessárias para combater as mais variadas doenças e eles sejam menos propensos a sofrer com alergias. E como podemos proporcionar isso? Não é limpando demais nem deixando a casa suja, evidentemente!
Os bebês não nascem com um sistema imunológico bem desenvolvido, por isso o aleitamento materno é tão importante, uma vez que o leite da mãe proporciona os nutrientes necessários para fortalecer as defesas do organismo do pequeno. Então, sempre que seja possível, as mães devem amamentar os seus filhos.
Ademais, é vital que as vacinas sejam mantidas sempre em dia, visto que os pequenos precisam da proteção extra que elas garantem contra uma série de doenças graves e potencialmente fatais. Além disso, expor as crianças a banhos de sol – nos horários recomendados pelo pediatra – ajuda na sintetização de vitamina D, que, por sua vez, contribui para o fortalecimento das defesas do organismo.
Os adultos também devem permitir que os bebês tenham contato com outras crianças, já que, assim, seus sistemas imunológicos serão postos à prova quando pegarem alguma tosse ou resfriado de outros pequenos. Por último, vários estudos demonstraram que as crianças que crescem em lares com animais de estimação são menos propensas a desenvolver alergias, alguns problemas de pele – o eczema, por exemplo – e a asma. E para que a convivência “higiênica” dê certo, basta manter potes, tapetes de xixi e caixas de areia fora do alcance dos pequenos!
Pois é! Conforme nós aqui da Alô Bebê avisamos no comecinho do artigo, a higiene do bebê envolve muito mais do que simplesmente dar banho e deixá-los cheirosos e lindinhos. Entretanto, apesar de tudo parecer super complicado e trabalhoso, essa é uma fase deliciosa da vida dos pequenos. Esperamos que as informações e as dicas ajudem e, se você curtiu o conteúdo, não deixe de compartilhá-lo com outras mamães.