Você sabia que dar beijos no rostinho do bebê pode transmitir de gripe a doenças fatais? Parece exagero, mas infelizmente não é. Aquela velha preocupação dos pais em não deixar todo mundo vir agarrar o recém-nascido para dar-lhe um estalinho na bochecha é muito mais do que compreensível, é necessário.
O problema não está no beijo, em si, mas na possibilidade da saliva deixada no rosto do bebê por uma pessoa doente chegar à sua boca.
O poder do contágio pela saliva
Vamos pensar: o corpo humano abriga em torno de 100 trilhões de bactérias, cerca de três vezes mais que o número de nossas próprias células. É e exatamente na boca que está a maior diversidade destes micro-organismos, com mais de 700 espécies diferentes. Em um único beijo, de dez segundos, são transferidas até 80 milhões de bactérias entre os indivíduos (de acordo com o estudo realizado na Organização Holandesa para Pesquisa Científica Aplicada). Agora imagine, mesmo que uma parcela pequena dessas bactérias, entrando no corpinho recém-formado do seu filho. Não é um cenário nada favorável para a saúde do pequeno.
Por que é tão perigoso?
Os bebês têm um risco tão alto de infecções devido a fragilidade de seu sistema imunológico, que não está totalmente desenvolvido. Esse quadro facilita o contágio por vírus, fungos e bactérias que podem estar presentes na saliva de crianças mais velhas e adultos.
Até os seis meses de idade os pequenos ainda não conseguem produzir rapidamente as próprias células de defesa e utilizam os anticorpos da mãe. O leite materno colabora, dando células de defesa extras. Depois desse período inicial, a criança passa a produzir mais células, mas é também o período em que entra em contato com mais doenças e as desenvolve. Apenas com dois anos que o sistema imunológico está maduro o suficiente para se defender sozinho.
Principais doenças
A lista é muito maior do que gostaríamos e dentre os males mais comuns que podem ser causados pelo beijo estão: infecções na garganta, ouvido e boca, gripe, resfriado, herpes e as famosas doença do beijo (mononucleose infecciosa) e sapinho (monilíase oral). Bebês muito pequenos ainda podem pegar o vírus sincicial respiratório, que pode levar a graves consequências em prematuros.
Vírus, fungos e bactérias podem ainda causar pneumonias, inflamações nas meninges e no encéfalo - caso mais raro, porém mais grave.
Inclusive, meningite é a doença que representa maior risco por ser mais comum que a encefalite e por deixar sequelas graves, como retardo mental. A principal e mais eficiente maneira de proteger o bebê contra causadores da meningite é a vacinação: siga a cartilha à risca e dê a vacina pentavalente (ministrada aos 2, 4 e 6 meses, além de reforço) e a meningocócica C (3 e 5 meses e mais reforço).
Especificando: Herpes neonatal
Como metade da população adulta tem o vírus herpes (tipo 1, simples) alojado em seu organismo, é muito importante saber detalhes sobre esse tipo de infecção.
A doença denominada como herpes neonatal é causada pelo vírus do herpes simples e não tem cura. A transmissão se dá para outras pessoas por meio de lesões ativas – quando o vírus sai dos nervos onde fica escondido e passa a circular pelo corpo, formando aqueles machucadinhos característicos nos lábios dos adultos. Mas, pouco antes de as lesões ficarem “expostas”, a transmissão também podem acontecer. E é nesse momento que mora o perigo (pois normalmente quem está com a ferida aberta tem a consciência de não tascar um beijo molhado no recém-nascido, UFA)!
Uma forma do portador do vírus identificar se já está transmitindo a herpes é checar se o lábio está amortecido, e se sente uma área da boca mais sensível. As pessoas que estão nesta fase de contágio devem evitar beijar, tossir, falar e até respirar próximo às crianças, que também ficam sujeitas a desenvolverem estomatites. Ficou perceptível como o herpes neonatal é altamente contagioso para os pequenos, não é mesmo?
As consequências da infecção
Nos casos mais brandos, afeta os olhos, a boca ou a pele do bebê. Felizmente, nesses casos, a criança normalmente se recupera com tratamento antiviral.
Já se a infecção se espalhar para os órgãos internos de um bebê, as chances de recuperação são mais complicadas: um em cada três recém-nascidos não resiste, mesmo que ele receba tratamento adequado.
Fique de olho!
Sinais que devem servir de alerta para a possibilidade de o bebê estar com herpes neonatal:
Cansaço;
Perda de apetite;
Febre;
Choro constante;
Dificuldades respiratórias;
Língua ou pele azul;
Erupção cutânea;
Como proteger a criança?
Claro que a mamãe e o papai não irão privar os gestos de carinho, pois o bebê merece esse afeto e todo mundo conhecer de verdade o novo membro da família! Mas então, como apresentar o meu filho? Os pediatras sugerem que apenas os pais – e os parentes próximos que tenham certeza que não estão doentes – possam dar beijos no rosto, mas NUNCA selinho.
Para amigos e conhecidos, o indicado é falar para darem beijinhos na cabeça e no pezinho do pequeno. Muitas pessoas irão, automaticamente, mirar nas mãozinhas do seu filho: outro erro, já que o bebê tende a colocá-las na boca.
Dica da Alô Bebê: não pense duas vezes antes de pedir para as pessoas lavam as mãos antes de segurarem e fazerem carinho no seu filho! Explique a importância da higiene e como são transmitidas as doenças, caso ache necessário, mas jamais sinta-se constrangida (o) por pedir tais condutas. É tudo pela saúde do bebê!
Se quiser, complemente a rotina da sua família com as sugestões abaixo e pronto, a saúde do seu filhote estará muito bem fortalecida. Confira:
Proteja a pele do bebê contra pequenas lesões que servem de porta de entrada a microrganismos nocivos.
Higienize todos os utensílios envolvidos na preparação da alimentação do bebé.
Nos primeiros meses de vida, não misture os utensílios usados na alimentação do bebé com os da restante família.
Cumpra Plano Nacional de Vacinação.
IMPORTANTE
Todo cuidado é pouco, até mesmo para os próprios pais/cuidadores, que devem sempre estar com as mãos higienizadas e tomarem o máximo de cuidado com as infecções.
Esse conteúdo é extremamente importante! Infelizmente, perdemos pequenas vidas por conta de hábitos inocentes. Compartilhe esse post para que mais pais se prepararem para o nascimento de seus filhos, e outras pessoas se conscientizem sobre as suas ações na hora de visitar recém-nascidos. É vital!