Piebaldismo. O nome pode ser estranho, mas você já deve ter visto alguém com essa condição, caracterizada por uma mecha de cabelo branco ou pequenas regiões de pele desprovidas de pigmentação. É importante não confundir o piebaldismo com o vitiligo, já que se tratam de afecções diferentes, então a seguir explicaremos quais são as causas, os impactos na vida dos pequenos e os cuidados necessários com os portadores.
Condição rara
O piebaldismo consiste em uma condição genética em que os melanócitos (células que determinam a tonalidade da pele, dos olhos e dos cabelos) estão completamente ausentes em algumas regiões do corpo. Em quase 90% dos portadores de piebaldismo, a área desprovida de pigmentação se encontra na testa, junto à linha em que começa o couro cabeludo, por isso é comum a presença de mechas de cabelo com fios brancos, mas a condição também pode afetar sobrancelhas e cílios.
Causado por mutações genéticas que afetam a produção de melanina pelo organismo, o piebaldismo quase sempre pode ser identificado já no nascimento. Por se tratar de uma condição autossômica dominante, as chances de que um portador a transmita para os filhos é de 50%. Além disso, a condição não tem cura, mas a boa notícia é que o piebaldismo não oferece riscos à saúde, embora exija alguns cuidados.
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Como o piebaldismo se caracteriza por criar regiões desprovidas de melanina, essas áreas ficam mais expostas aos efeitos dos raios solares e podem se tornar mais propensas a queimaduras, aumentando o risco de surgimento de câncer de pele. Assim, é importante manter o local bem protegido e sempre aplicar protetor solar.
Existem tratamentos que podem ajudar em alguns casos, como a dermoabrasão seguida de fototerapia para estimular a pigmentação da pele e o transplante de melanócitos e queratinócitos, que são células produtoras de melanina. Outra questão é que as crianças podem desenvolver problemas de autoestima por conta das mechas brancas ou áreas sem pigmentação, e cabe aos pais e responsáveis trabalhar com os pequenos para que eles não sofram com distúrbios psicológicos ou de autoimagem.
Não confunda
No caso do vitiligo, que pode ser confundido com o piebaldismo, é uma doença autoimune rara – apenas 1% da população é afetado por ela – em que o próprio corpo ataca os melanócitos, causando variações na pigmentação da pele, dos cabelos, dos olhos, das mucosas etc., porém não é uma condição genética. A Síndrome de Alezzandrini é outro problema que pode causar confusão, já que também provoca variações na cor da pele, dos olhos e dos cabelos, mas se trata de uma doença bastante rara, provocada por infecção viral ou parte de uma condição autoimune.
Existe ainda a poliosis circumscripta, que consiste na ausência de pigmentação em áreas em que existem pelos e cabelos, como couro cabeludo, cílios e sobrancelhas. Isso significa que os portadores de piebaldismo geralmente apresentam poliose.
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Entretanto, a presença de mechas brancas também pode ser sinal de várias outras condições, como a Síndrome de Waardenburg, uma doença genética que se caracteriza pela perda de audição e por variações na tonalidade da pele, dos cabelos e dos olhos; a esclerose tuberosa, que também é genética e provoca o surgimento de tumores benignos em diversas partes do corpo; a Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada, que é autoimune e afeta apenas os olhos; a Alopecia Areata; e doenças inflamatórias.
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