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Por que o cheiro do bebê é tão irresistível?

Por que o cheiro do bebê é tão irresistível?
Alô Bebê
Feb. 8 - 6 min read
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Muito se fala sobre a importância da voz dos pais durante a gestação. Conversar e cantar para a barriga da mamãe são práticas essenciais e até mesmo comuns para criar e fortalecer a relação entre o bebê e seus progenitores. Mas a audição não é o único sentido que está a todo vapor durante a formação do neném. Acredite: o olfato é uma das habilidades mais desenvolvidas ao nascer e ainda que depois venhamos a perder as algumas dessas faculdades ainda somos capazes de perceber até 1.000 cheiros distintos.

E não é somente a partir do parto que o bebê exerce todo esse poder. Durante a gestação o pequeno já usa o seu olfato, tanto para treinar a respiração, quanto para detectar alguns aromas. Tudo isso é possível graças as etapas de formação do seu corpinho: o narizinho começa a se formar pela 7ª semana de gravidez e a cavidade nasal dos fetos funciona já a partir da 9ª semana! Dessa forma, ao chegar na 13ª, os nervos olfativos já estão conectados ao cérebro, tornando possíveis associações e criações de memórias!

“Mas o que esse sentido tem de tão especial?” Ele pode ser compreendido como a primeira (e uma das mais fortes) relações entre mãe e filho! Quando chega ao mundo, grande parte das sensações são novidade, mas o aroma da sua mamãe lhe é familiar. Isso acalma, conforta e até mesmo desperta o apetite do bebê! Muito mais que uma questão de sobrevivência, é um sinal de amor. Mas vamos explicar por partes!

Reconhecimento

Comentamos que ainda no ventre, a criança consegue cheirar o que está a sua volta – principalmente o líquido amniótico. Parece improvável, mas existe algo externo ao corpo da gestante que apresenta características similares a ele: o leite materno! Pesquisas apontam que tudo que envolve a placenta absorve parte do gosto e do cheiro dos alimentos que a mamãe ingere. É exatamente a mesma coisa ocorre com o leite que ela produz! Então, é quase automático para o bebê associar o aroma desse alimento ao lugar onde se sentia confortável e seguro.

Alimentação

Um estudo realizado por cientistas do ‘Wellcome Trust Sanger Institute’ do Reino Unido comprovou esse fato observando o instinto de mamar nos bebês. A análise concluiu que os recém-nascidos que se expõem ao cheiro da mãe desde o útero materno, lembram desse aroma quando nascem. Esse reconhecimento aguça sua curiosidade – despertando sua fome e o impulso para a sucção.

Amor maior

Além de saciar o pequeno, essa familiaridade também traz bem-estar! Nada melhor do que matar a fome e ainda se sentir acolhido, não é mesmo? O conforto consequente a alimentação colabora na produção da ocitocina, o chamado “hormônio do amor”. Tudo isso apenas favorece o vínculo afetivo entre bebê e mãe!

Uma em um milhão

De acordo com uma pesquisa publicada na revista científica Communicative & Integrative Biology o cheiro é um dos primeiros fatores que faz o bebê diferenciar sua mãe de todos os outros adultos.

Segundo o artigo, os pesquisadores perceberam que recém-nascidos preferem roupas com o cheiro de suas respectivas mamães do que roupas com os cheiros de outras mulheres (que tiveram ou não filhos recentemente). Também foi observado que bebês que mamam no peito têm maior facilidade em reconhecer o cheiro de suas mães do que aqueles que consomem fórmula. Além da questão de familiaridade já citada com o aroma do leite materno, existe a questão da proximidade – a pele na pele! Os bebês que são amamentados geralmente ficam mais tempo no colo, ou seja, em maior contato com os corpos de suas mães.

Efeitos também na mamãe

Não é só o bebê que tem reações olfativas no seu contato com os pais! O cheiro de um bebê recém-nascido satisfaz uma mulher do mesma maneira que uma pessoa com fome fica feliz ao fazer uma refeição. Cientistas da Universidade de Montreal, no Canadá, descobriram que o aroma de um bebê de poucos dias causa uma comunicação química com a mãe e aciona os mesmos circuitos no cérebro de quando se come alguma coisa muito gostosa!

Os pesquisadores analisaram dois grupos de 15 pessoas - um de mulheres que tinham dado à luz até seis meses antes e outro de mulheres que nunca tinham tido filhos. Com o escâner dos cérebros de todas (perto e longe dos filhos), chegaram ao seguinte resultado: quando uma mulher segura seu bebê no colo, acontece uma reação natural (fofa) e biológica que está ligada ao instinto maternal. De acordo com a equipe responsável pelo levantamento, o circuito de recompensa acionado existe justamente para reforçar comportamentos que são fundamentais para a sobrevivência, como se alimentar e a própria reprodução, e nesse caso garante outra vantagem às mulheres: o reforço do vínculo materno! Ou seja, o combinação dos aromas naturais no pós parto – tanto para a mamãe quanto para o neném – é uma das formas mais primitivas e puras de conectar os bebês as suas mamães.

"Mas todo mundo ama o cheirinho de um bebê recém-nascido!" Como a ciência também explica isso?

Sim! Para os cientistas, existem duas possíveis razões para esse poder que o odor do bebê tem sobre as pessoas: uma afirma que o cheiro vem do venix caseoso, a substância esbranquiçada que cobre o corpo do bebê até o nascimento.

A segunda diz que o cheiro de bebê vem das glândulas sebáceas da criança. Nesse caso, os pesquisadores acreditam ainda que a informação liberada pelo cheirinho seja proposital, adquirido no processo evolutivo.

Que os bebês são irresistíveis nós sempre soubemos, mas agora temos diversas explicações científicas para embasar a nossa vontade de dar aquele cheiro gostoso em todos os recém-nascidos! Criança é tudo de bom, não é mesmo?

E por falar nos pequenos que amamos, como foi no pós-parto do seu filho? Também ficou apaixonada pelo perfume próprio do seu neném? Conte pra gente! Comente e participe da Comunidade Alô Bebê! Contamos com a sua participação!


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