Certamente você já ouviu falar na Manobra de Kristeller. Essa é uma é uma técnica de parto tanto popular quanto controversa, que recentemente foi banida pelo Ministério da Saúde, sendo considerada prejudicial à saúde da mamãe e do bebê. Mas você sabe o porquê disso? Toda futura mamãe precisa saber o que consiste essa prática e quais os seus riscos!
O que é?
Também conhecida como pressão fundal, Manobra de Kristeller consiste na aplicação de força na parte superior do útero em direção ao canal de parto, para encurtar o trabalho de parto.
Geralmente, esta técnica é feita durante a segunda fase do trabalho de parto, conhecida como fase de expulsão, e para isso um médico ou enfermeiro faz força, com as mãos ou o braço, na parte superior da barriga da grávida, durante as contrações, para ajudar o bebê a descer.
Detalhando: a 2ª fase do trabalho de parto inicia-se quando a dilatação está completa (10 cm) e termina com a saída do bebé.
Origem
No século XIX, o ginecologista alemão Samuel Kristeller criou um movimento de colocar as mãos sobre o abdômen da mulher e empurrar o fundo do útero. Essa prática foi usada inicialmente pelo médico quando uma paciente ficou sem forças para dar seguimento ao trabalho de parto. O médico ficou com receio do bebê ficar parado no 'meio do caminho'. Caso a situação permanecesse, a criança poderia ter diversas sequelas, tais como lesão cerebral.
Proibição
Em março do ano passado, o Guia dos Direitos da Gestante e do Bebê, publicado pelo Ministério Público, Ministério da Saúde e Unicef, estabeleceu que “não se deve jamais empurrar a barriga da mulher para forçar a saída do bebê (manobra de Kristeller) porque isso expõe a mulher e o bebê a riscos”.
Conforme comentamos, a ação foi criada apenas para dar assistência ao trabalho de parto, prezando pela saúde de todos os envolvidos. O grande problema do procedimento hoje está na força aplicada na barriga da mãe: alguns médicos empurram com as mãos, braços, cotovelos e até joelhos.
Com tal brutalidade, quais são os riscos?
Interferência nas contrações uterinas;
Ruptura ou inversão uterina;
Lacerações do períneo;
Necessidade de usar forceps ou ventosa;
Hipertonia materna (aumento da tensão muscular) que se repercute sobre a vitalidade fetal;
Hematomas na cabeça do bebê;
Fraturas da clavícula ou crânio do bebê;
Lesões nos nervos dos braços do bebê.
Então, ela nunca deve ser utilizada?
Existem alguns momentos específicos em que o método pode ser aplicado, como quando o período expulsivo se prolonga excessivamente, causando o esgotamento físico materno e fetal. Confira todos:
Sofrimento do bebê durante o parto;
Dificuldade para expulsar o bebê;
Cansaço excessivo da grávida;
Efeito intenso da anestesia que impede a grávida de empurrar o bebê.
Importante: antes de utilizar o procedimento é importante avaliar se o bebê não está em distócia de ombros, que é quando um dos ombros fica preso contra os ossos do quadril da grávida, pois se for aplicada nesses casos, a manobra não resolve a distócia e pode ainda provocar lesões graves nos nervos do braço do bebê.
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