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Qual é o papel dos avós na criação dos netos?

Qual é o papel dos avós na criação dos netos?
Alô Bebê
fev. 20 - 7 min de leitura
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Para que servem os avós? Parece uma pergunta estranha, mas se pensarmos com a cabeça da natureza, a resposta pode ser bem interessante.

Em tese, para o funcionamento da natureza, um animal com idade avançada não tem muita utilidade. Não se reproduz, não caça e é presa fácil para os predadores.

No entanto, estudos recentes sugerem que os animais mais velhos são extremamente úteis para cuidar e acolher os filhotinhos. Além de serem bons professores para os pais e mães de primeira viagem.

Avós são as melhores companhias que um bebê, uma criança e até um adolescente pode desejar, mesmo que eles mesmos não saibam disso.

Mas, afinal, qual é o papel dos avós na criação dos netos?

Se você perguntar aos amigos verá que a maior parte das pessoas tem lembranças bem gostosas dos avós.

A avó não deixa ninguém de barriga vazia, acompanha nos programas que são uma roubada, bota para dormir e tem um colo cheiroso. O avô é um fanfarrão. Leva para passear, torce nas partidas de futebol, conta casos engraçados e ajuda a esconder as pequenas malandragens das brincadeiras.

Em resumo, enquanto a casa dos pais é um ambiente cheio de regras, tarefas e obrigações, a casa do vô e da vó é um quintal, com lazer e diversão. Ali, a criança experimenta a liberdade. O que é ótimo para o neto e para os avós, mas pode deixar os pais estressados.

A ideia deste post não é tesourar a relação entre avô e neto, ou avó e neto, mas discutir o papel dos avós na criação das crianças, evitando confusões desnecessárias e aprofundando o amor e a cumplicidade da dupla.

Alimentação

Na casa dos pais, a dieta é regrada e organizada. Tem café da manhã, lanche, almoço, lanche da tarde e jantar. Tudo com hora certa e alimentos apropriados.

A chance disso se repetir quando as crianças estão sob os cuidados e a responsabilidades dos avós é, digamos, bem pequena. Todo mundo sabe disso, inclusive os pais. Isso causa um estresse bem chato para o pai ou a mãe.

O problema é que os avós entendem que dar gostosuras e lanches fora de hora para os netinhos é prova de amor. E é mesmo. As crianças adoram essa rebeldia e adoram as delícias guardadas na gaveta de doces da casa da avó.

Entretanto, exagerar nos doces abre a porta para problemas de gente grande: obesidade, diabetes, pressão alta, colesterol e triglicerídeos elevados. Exagero nos lanchinhos e petiscos também. Além disso, pode prejudicar a qualidade das grandes refeições porque a criança nem chega a ter fome.

Respeitar as regras dos pais, seguir o que é combinado e dar umas roubadinhas consentidas e acertadas é a melhor maneira. Sobremesa pode, balinha e pipoca no cinema também. Cuidar da alimentação do neto e oferecer comidinhas saudáveis e variadas também são provas de amor.

Doença

Neste ponto, aparecem dois conflitos no papel dos avós na criação dos netos. O primeiro é não informar os pais que a criança adoeceu quando estava sob o cuidado dos avós.

A gente sabe que não é por mal e que a ideia é deixar o pai e a mãe — que ralam tanto — descansados. E o segundo problema decorre daí: os avós decidem medicar a criança por conta própria.

Os responsáveis pela saúde e pelos tratamentos são os pais. Mesmo que seja para poupar preocupação, os avós precisam informar os pais da doença. Se forem autorizados, podem medicar.

Pode acontecer de pais e avós seguirem linhas diferentes. Uns optarem por alopatia e outros por homeopatia, ou antroposofia. A decisão de como tratar a criança é dos pais. O papel dos avós na criação dos netos e na saúde deles é aconselhar, mimar e oferecer um colinho e um conforto.

Os pais podem ouvir com carinho a sugestão dos mais velhos. Eles já enfrentaram muitas viroses, infecções, diarreias e tombos no parquinho. Certamente têm bons segredos e dicas.

Também têm mais calma para lidar com adversidades. Por isso, a proximidade do avô ou da avó na sala de espera do médico pode ser ótimo para entreter e relaxar a criança adoentada.

Desrespeitar e ridicularizar

Isso não pode mesmo. Não é papel dos avós na criação dos netos desdizer, menosprezar e atropelar a decisão dos pais. Discordar pode, faz parte. Os avós têm experiência e visão de mundo. Com certeza sabem muito e podem trocar essa sabedoria.

Mas debochar e tirar sarro das escolhas dos pais — ainda mais na frente das crianças — é feio e deixa os netos confusos.

Religião

Aqui o papo é delicado. Quando há divergência na linha adotada pelos avós e pelos pais, é preciso ter muito tato e cuidado para ninguém se ofender.

Enquanto a criança é pequena, os pais são os responsáveis por isso. Depois que a criança cresce, caso se interesse pela religião do avô ou da avó, o papel dos avós na criação dos netos é informar e deixar a porta aberta.

Não é legal ficar cantando o neto para mudar de religião ou conhecer uma religião nova. Essa aproximação deve ser natural e com o conhecimento dos pais. Beira a traição não respeitar a religião dos pais da criança.

Por outro lado, os pais não devem menosprezar, ridicularizar ou ofender a religiosidade dos avós. É importante a criança crescer num ambiente de tolerância religiosa, com respeito e entendimento. Se ela não experimentar isso na própria família, não poderá repetir essa postura na rua.

Pegar sem avisar

Avôs e avós são os reis da carona, do quebra galho para ficar com as crianças no período complementar à escola, de pegar num compromisso quando os pais não podem por qualquer razão. O papel dos avós na criação dos netos é bem esse: apoiar, assessorar e ajudar.

Agora, esse deslocamento só pode ser feito em acordo com os pais, se não dá confusão. A criança e o adolescente devem ser informados sobre quem vai fazer o transporte e ficar com eles no período. E essa decisão deve ser respeitada por todos.

Quando os avós atravessam os pais, aparecem uma série de situações ruins: os pais sentem-se incapazes de criar seus filhos, o que é péssimo para todo mundo; as crianças podem perder o respeito pelos pais, situação totalmente indesejada; a criança cresce mal-criada; brigas entre pais e avós tornam-se frequentes.

Quando todo mundo conhece o papel dos avós na criação dos netos, ao contrário, os benefícios são incontáveis. A criança cresce se sentindo apoiada; mais tranquila; cheia de memórias e histórias para lembrar e contar; os avós ganham companheiros para aventura e uma ótima razão para renovar a fé na vida; e os pais podem, finalmente, descansar um pouco e deixar as crianças com gente da máxima confiança.

Se você conhece boas histórias de avós e netos, conte aqui para a gente no final do post. Seu comentário e suas lembranças fazem a diferença para os outros leitores.


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