Cada bebê vem para o mundo já com características próprias e peculiaridades. Uns são comilões, outros dorminhocos e outros são dengosos. Mas existem algumas crianças que, mesmo devidamente enquadrados nos quesitos da normalidade, demandam uma atenção interminável dos pais, por chorarem demais e não dormirem quase nada.
A essa categoria de bebê que pede muita atenção, os médicos deram o nome de bebês high-need — algo como bebês com altas necessidades. Esse grupo de nenéns agitados ganhou a fama no final da década de 1990, época em que foram classificados e aliviaram a barra dos pais, que achavam estar fazendo tudo errado.
Os pediatras são rápidos em dizer que os bebês high-need não têm nenhuma doença ou condição psicológica especial. Essa é uma característica da personalidade da criança. Nascem assim e se desenvolvem usando essa ferramenta: chorar mais que o habitual e não dormir.
Em geral, os bebês high-need se acalmam no colo da mãe. O que é bom, porque dá um alívio. Mas também é difícil porque sobrecarrega a mulher. Em geral também, o excesso de sensibilidade é passageiro — mais no comecinho da vida — e vai diminuindo com o passar do tempo. Por um lado, os pais vão aprendendo o que deixa aquele bebê sensível mais confortável. Por outro, a própria criança vai se adaptando à vida nesse mundo.
O comum, para dar um parâmetro, é uma criança chorar entre 30min e 4 horas por dia. Bebês high-need choram mais do que isso e mantém por mais tempo essa característica. O comum é que depois do sexto mês os nenéns chorem menos e menos a cada fase.
Converse com o pediatra
A boa notícia é que dá para melhorar, sim. Primeiro, antes de bater o martelo, converse com o pediatra e veja se a criança é mesmo high-need. Talvez seja só uma agitação passageira. Se o pediatra achar que sim, o primeiro passo é os pais relaxarem: é uma característica do seu filho e não há nada de errado com isso. Vocês estão se empenhando ao máximo e esse chororô logo vai passar.
Descartadas as causas físicas, é bem importante descobrir o que causa o desconforto que faz os bebês high-need chorarem. Cada bebê tem seus motivos. Achou? Evite! Pronto. Se for impossível evitar o gatilho que principia o choro — por exemplo trocar fralda, tomar banho ou mamar — minimize e procure acalmar a criança. Colo costuma funcionar.
Não negue
Antes que você pergunte, a resposta é não. O bebê não vai ficar mimado porque fica muito no colo. Ele precisa disso, não é manha nem safadeza. Efeitos bem mais sérios — como insegurança, desamparo, ansiedade e sensação de abandono — são as consequências de negar o "remédio" para a choradeira.
O mesmo vale para a falta de sono: desenvolvam uma estratégia que funcione e sigam diariamente. Ter uma rotina bem estabelecida costuma funcionar com os bebês high-need. Vale a pena experimentar e também compartilhar com outros pais e mães que podem estar passando por esse aperto.
Poste essas informações na suas redes sociais e espalhe entre os amigos e parentes. No final, não deixe de escrever que a condição de bebês high-need, como todos os desconfortos da primeira infância, também vai passar. Com um pouco de informação, paciência e bom humor, tudo funciona melhor.