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Cafeína na gravidez: pode ou não?

Cafeína na gravidez: pode ou não?
Alô Bebê
jan. 21 - 6 min de leitura
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Café, chá, refrigerante, chocolate ou até mesmo alguns remédios. O que tudo isso tem em comum? Cafeína! A substâncias é a consumida no mundo todo, inclusive pelas mulheres grávidas. Presente em uma das bebidas mais populares e antigas do mundo, ela merece atenção redobrada durante a gestação – e nós vamos explicar o porquê!

Estima-se que aproximadamente 90 por cento das gestantes consomem cafeína através da alimentação ou de alguma medicação. Além do gosto pelo tradicional cafezinho, muitas ingerem a substância exclusivamente para combater cansaço, tão presente no início da gravidez. Quem nunca usou essa técnica para ficar alerta, não é mesmo?

E como todos sabemos, funciona muito bem. Isso acontece porque em menos de 20 minutos a cafeína chega às células do corpo, aumentando a influência do neurotransmissor dopamina, que é o precursor natural de estimulantes do sistema nervoso. O grande problema dessa prática, assim como tudo na vida, é o excesso!

Segundo especialistas, existem estudos que afirmam que o alto consumo de cafeína durante a gravidez pode dobrar o risco de um aborto espontâneo, de parto prematuro, de atraso no crescimento intrauterino do feto, de bebês com baixo peso. Mas antes que você já fique toda arrepiada de preocupação porque tem se empolgado na dose, calma. As chances de problemas acontecerem são consideradas baixas. O importante é ter informações para realizar a melhor prevenção!

Os estudos partem do princípio que o organismo de uma pessoa leva de quatro a seis horas para eliminar os efeitos da cafeína no seu corpo. No caso das grávidas, seu organismo demora até 18 horas para fazer o mesmo, aumentando o estado de alerta. Isso quer dizer que seu corpo retém mais cafeína no seu corpo do que em outras pessoas. Então aquele café com leite da manhã facilmente se acumula com o café puro de depois do almoço, que logo encontra com o café da tarde, e por aí em diante... Isso quer dizer que mesmo com cuidado, o consumo pode tornar-se exagerado.

E é aí que mora o perigo, pois está comprovado que a cafeína pode cruzar facilmente a barreira placentária e atingir o líquido amniótico e corrente sanguínea do bebê.

Dependendo da idade gestacional, o fígado do feto ainda não estará completamente maduro, e terá dificuldades para metabolizar a substância. Com esse novo elemento no seu organismo, há grandes chances da frequência cardíaca do bebê aumentar e, em alguns casos, gerar arritmias. Nos casos mais graves, pode levar o bebê a ter à síndrome de abstinência, similar ao que acontece com qualquer droga.

Além de, literalmente, tirar o sono da mamãe, a cafeína causa uma maior vasoconstrição. Ou seja, a diminuição do diâmetro dos vasos sanguíneos da gestante. O que é extremamente problemático, pois pode influenciar no desenvolvimento placentário, já que diminui o suprimento de oxigênio e nutrientes para o feto.

Vale também lembrar que o café, quando ingerido em demasia, provoca dificuldade na absorção do ferro pelo organismo. E esse nutriente é um dos elementos essenciais para a boa saúde das gestantes!

A bebida também pode ser o responsável pelo aumento da secreção gástrica e refluxo gastroesofágico, aumentando os problemas digestivos já comuns nas mulheres grávidas.

Calma! Sabemos que essa lista de contraindicações pode ter intimidado a maioria das mulheres que adora um cafezinho ou não abre mão de um refrigerante de cola. Mas queremos deixar claro que ninguém aqui está falando que a cafeína precisa ser banida por 9 meses. Inclusive, o consumo da substância em pequenas quantidades não trará problemas a mamãe, nem tão pouco para o desenvolvimento do bebê.

Quantidade indicada

A Agência de Classificação de Alimentos Inglesa estabelece que uma mulher grávida pode consumir até 300mg de cafeína por dia, o equivalente a quatro xícaras de café solúvel (75 mg de cafeína por xícara) ou três de café fresco (100 mg por xícara) ou seis xícaras de chá (50 mg cada uma) ou oito latas de refrigerante ou 400 gramas de chocolate.

Já a Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos, defende que a ingestão deveria se manter abaixo de 200 mg diários (correspondente a duas xícaras de café coado ou uma xícara e meia de café expresso).

Apesar da divergência quanto a dose, a dica é maneirar no consumo e sempre consultar seu obstetra sobre alterações em sua dieta.

Dicas para diminuir o consumo de cafeína

  • Reduza a quantidade de cafeína no chá deixando o saquinho na água por menos tempo. Se você está acostumada a esperar cinco minutos antes de tirá-lo, diminua para um só e terá a metade da cafeína na sua bebida

  • Troque o chá industrializado por um chá caseiro à base, por exemplo, de mel e limão ou de casca de laranja.

  • Experimente tomar café instantâneo, em vez de coado, pois o coado tem mais cafeína; ou então faça o seu café coado com uma quantia menor de pó.

  • No caso dos refrigerantes, veja se consegue trocar os à base de cola pelos de guaraná ou limão (estes sem cafeína nenhuma na fórmula), ou, se quiser aproveitar o momento para ficar longe de vez desse tipo de bebida, experimente substituí-los por água com gás.

Para quem tem o costume de beber muito café ou chá, a falta da cafeína costuma provocar sintomas de abstinência nos primeiros dias. É possível que você sofra com fraqueza, tontura, fadiga e dor de cabeça. A melhor maneira de amenizar esse tipo de reação é diminuindo sua ingestão de cafeína devagarinho. Comece eliminando meia xícara por dia, e não se cobre tanto! O seu paladar irá mudar com o tempo. É preciso persistência e paciência.

Você já sabia dos famosos "perigos da cafeína" quando ficou grávida? Teve dificuldades em ficar longe das bebidas que citamos no texto? Compartilhe a sua experiência conosco! Deixe seu comentário e aproveite para fazer parte da Comunidade Alô Bebê!


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