Você já viu isso acontecer mil vezes: por uma bobagem qualquer, um brinquedo quebrado ou um suco muito azedo, a criança abre o maior berreiro. Chora copiosamente mesmo, frustrada ou triste com o acontecimento.
Por que gastar tanto tempo e tanta energia com algo aparentemente pequeno? A resposta é inteligência emocional. Ninguém nasce sabendo lidar com os próprios sentimentos. Essa habilidade é, acredite, algo que se aprende com exemplos, com diálogo e com muita orientação dos pais.
Garantir que seu filho resolva bem os próprios conflitos, usando para isso a sabedoria da ponderação, do equilíbrio e, principalmente, da empatia, é um dever de casa importante. A educação para a inteligência emocional pode ser trabalhada nas famílias e traz excelentes resultados.
A primeira providência é entender que não é natural e que a criança não nasce com esse conhecimento. Canalizar bem as emoções é algo que precisa ser treinado. A segunda medida para educar o filho a usar a inteligência emocional é reconhecer os momentos em que a criança não está lidando bem com as emoções.
Quando ainda é bebê, por exemplo, aqueles choros sem sentido, quando tudo parece estar certinho, é um desses momentos. Um pouco mais velhos, as birras e os ataques de manha são exemplos claros.
Como os pais podem atuar?
Com firmeza e postura, mostrando que voltando à tranquilidade, à negociação e ao diálogo, tudo se resolve melhor. Grito, choro e confusão não resolvem os problemas.
Outra dica é ajudar a criança a identificar e a nomear os sentimentos. Quando os sentimentos são sistematizados, é mais fácil enfrentá-los e saber qual é o melhor antídoto para controlar melhor cada emoção.
Educar a inteligência emocional do seu filho também vale para os sentimentos positivos. Identificar, nomear e dar valor a cada um desses momentos ensina a criança o que é valoroso na vida. Se os pais conseguirem demonstrar que é mais gostoso e mais vantajoso sentir coisas boas, aí marcarão um golaço.
Crianças gratas e felizes lidam melhor com todos os outros sentimentos.
E sabe o que é melhor? Gratidão e serenidade também podem ser estimulados. Em termos práticos, diante de uma confusão emocional da criança, como pais devem estimular a inteligência emocional?
1. Valide os sentimentos do seu filho. Não negue e não deixe ele achar que está errado. Todos os sentimentos são nobres e merecem respeito. Abaixe, olhe a criança nos olhos, explique o que ela está sentindo e diga qual seria o melhor comportamento diante daquele sentimento.
2. Se precisar, num ataque de birra, por exemplo, contenha a criança até que ela se acalme. Só então sugira o que o pequeno deve fazer para contornar a questão.
3. Foque no que está causando o desequilíbrio. Ajude a criança a identificar o que está sentindo e o que causou aquele mal estar. Alguém não emprestou um brinquedo e a criança se frustrou, alguém passou na frente na fila, ela perdeu num jogo. Proponha então algo que possa fazer o menino ou a menina se sentir bem.
Raiva se cura com uma boa corrida no jardim. Injustiça se cura com um pedido de desculpas. Frustração se resolve com mais uma chance para o jogo.
4. Cada vez que seu filho entender e tomar uma atitude que comprove que lidou bem com aquela emoção, elogie e continue estimulando a inteligência emocional.
Agora que você, além de pai ou mãe, é professor de inteligência emocional, pode espalhar seus conhecimentos entre amigos e parentes. As redes sociais são boas parceiras para disseminar esse aprendizado. Vamos fazer isso?