Você já deve ter visto por aí aqueles bebês lindos de 6 meses a 1 ano e meio usando um colar fofo, com jeito de acessório de surfista. Com continhas irregulares cor de mel, o colar de âmbar promete reduzir o desconforto provocado pelo nascimento dos dentes no bebê.
E, vamos combinar, é um período chato mesmo. O bebê se irrita, a gengiva incha e coça, nada parece dar sossego. Quando acaba um ciclo de dentes, logo começa outro, e ninguém fica em paz. Fora que, nessa fase, o bebê fica mais doente, o nariz entope, e a casa não dorme com o chororô noturno.
Nessa hora, os pais apelam para tudo para reduzir o mal-estar: mordedores gelados, compressa com analgésico e até simpatia! Nem todo mundo confessa, mas um monte de gente faz. O colar de âmbar entra como uma dessas soluções para diminuir a dor e a irritação sem precisar recorrer a remédios.
E como isso funciona?
O âmbar é uma resina fossilizada de árvores muito, muito antigas. Há quem diga que são plantas com mais de 50 milhões de anos. Um exagero, certamente. O que se sabe é que essa resina é usada pelo homem desde a pré-história para várias finalidades.
Lá no livro de Hipócrates, o pai da Medicina, ainda na Grécia Antiga, já tem a descrição das propriedades medicinais e possibilidades de aplicação material.
Para o colar, o mais comum é que seja usado o âmbar báltico, por conta da região de origem, onde fica, por exemplo, a Lituânia, a Estônia e a Letônia, que são banhadas pelo Mar Báltico. Os comerciantes juram que é também o mais raro e valioso entre os tipos de âmbar.
O que aparece na literatura sobre o âmbar? Que ele seria terapêutico ou medicinal por conter diversas substâncias na composição. Entre elas, o ácido succínico, que no âmbar báltico apresenta concentrações maiores que nos outros tipos de âmbar.
A ideia é que, em contato com o calor da pele do bebê, o material melhora o sistema imunológico, combate inflamações e irritações, funcionando como uma espécie de relaxante muscular, com poder analgésico. Os pais de bebês que usam ou usaram o colar de âmbar juram que, quando a criança está com o acessório a dor e o desconforto aparecem menos.
Alguns bebês começam a usar o colar de âmbar quando os dentes iniciam a erupção e não param mais, porque mesmo depois da dentição completa, quando estão com o colar, eles ficam mais calmos e tranquilos. Ao menos é o que garantem seus pais.
A filha mais nova da supermodel Gisele Bündchen, Vivian, há um tempo apareceu em fotos usando o colar de âmbar. Questionada sobre o poder do âmbar, Gisele disse que, na casa dela, funciona como um relaxante.
Para ter efeito mesmo, o âmbar precisa estar em contato direto com a pele, porque o calor do corpo é que ativa as propriedades mágicas — opa! — terapêuticas do colar.
Mas e para dormir? A criança se mexe pra chuchu, pode dar uma apertadinha no pescoço, certo? Certo. Não vale bobear. Tire do pescoço e dê duas voltas no tornozelo. Ou, ainda, tire antes de o bebê deitar e recoloque-o de manhã.
A opinião dos especialistas
Os médicos e odontólogos, ao contrário, afirmam que não há comprovação científica para as ações terapêuticas do âmbar. Mas sabem que a indústria farmacêutica usa o âmbar que vem do mar báltico em seus medicamentos; ou seja, pode ser que falte comprovação, mas a tradição popular talvez esteja correta.
Por outro lado, os pediatras alertam para os riscos de usar o colar o tempo todo. Sabe aquela piscada que os pais dão, e a criança aparece com o dedo na tomada? É igual com o colar do âmbar. Se bobear, a criança pode tentar arrancar e acabar se machucando feio.
Pode também morder o colar e engolir uma continha de âmbar. Para fugir desses riscos, o jeito é manter olhos abertos, a vigilância e escolher um colar que seja quase justo e impeça a criança de manusear.
Se a peça estourar, procure recolher o âmbar rapidamente, antes que o bebê se sinta tentado a experimentar aquela "balinha" de cor tão apetitosa. A resina não faz mal se for engolida, mas precisa de acompanhamento para ver se sai naturalmente.
Por fim, é imprescindível verificar se o âmbar do colar tem origem certificada, porque pode ser âmbar mesmo, mas não báltico, ou, ainda, plástico com jeitão de âmbar. Aí, além de não fazer o suposto efeito, pode ferir o bebê e até causar uma irritação. Se for de plástico, em vez de contas arredondadas, pode apresentar pontas que ferem a pele fininha do bebê.
Existem lojas que vendem o colar com registro de procedência. Procure por essas e peça indicações para outras mães que já usaram e curtiram o efeito do colar de âmbar em seus filhos.
É melhor prevenir
Se optar por usar o colar de âmbar no seu bebê, converse com o pediatra antes e receba as orientações. Mantenha a peça limpa e esterilizada e fique sempre de olho quando o bebê a estiver usando.
Antes de finalizar, vale lembrar que os pediatras recomendam que, na época da erupção da dentição, os pais mantenham a gengiva limpa e massageada de leve com gaze e soro fisiológico, principalmente depois da mamada e das refeições sólidas. Vale evitar comida quente demais também.
Por outro lado, estão liberados líquidos ou talos gelados para a criança provar. O gelo dá uma anestesiada leve e natural na região. Normalmente, não é necessário entrar com analgésicos, mas, na dúvida, fale com o médico, que pode receitar algo para os períodos mais chatos.
Depois, se decidir usar o colar de âmbar no seu filho, conte aqui para a gente qual foi o efeito. Como foi a sua experiência? Funciona mesmo? Basta escrever aqui embaixo e compartilhar com toda a comunidade Alô Bebê!