Tem se tornado mais e mais frequente: a cada temporada de calor, com as temperaturas sobem também os cuidados que a população deve tomar contra o mosquito Aedes aegypti. Depois do surto de microcefalia causado pelo zyka vírus, que assustou as grávidas de todo o país, é importante lembrar que a prevenção ainda é o melhor remédio e que essa não é a única doença que pode afetar a saúde das gestantes e dos fetos. A dengue pede cuidados assim como os outros males. Saiba como se prevenir e tratá-la estando grávida.
Qual é o melhor método de prevenção?
"É melhor prevenir que remediar." Em geral, disso todos já sabem, não é mesmo? Ainda assim, quando o assunto é Aedes aegypti e dengue, nunca é demais reforçar. A melhor prevenção é eliminar focos que facilitem a proliferação do mosquito, e isso é um dever de toda a população. Checar pontos de água parada que possam receber os ovos do Aedes aegypti é algo que deve ser feito ao longo de todo o ano, em todo lugar.
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Mas, para afastar os mosquitos que já estão à solta, a indicação de especialistas é colocar telas mosquiteiras nas janelas e manter os ambientes frios quando possível (com ar-condicionado, por exemplo), pois o mosquito não sobrevive em temperaturas baixas. Preferir roupas claras, mangas compridas e calças ajuda a prevenir picadas, assim como o uso de repelentes espirais e vaporizadores elétricos.
Grávidas podem usar repelentes comuns em creme ou spray nas áreas de pele expostas. O ideal é que isso seja a "última camada", ou seja, aplicado sobre um creme hidratante ou filtro solar; vale lembrar que é preciso reaplicá-lo depois do tempo indicado na embalagem ou após entrar na água. Também existem no mercado repelentes especiais para bebês que podem ser usados durante a gestação, e há um repelente destinado à aplicação nas roupas. Há, ainda, quem prefira o repelente caseiro feito à base de álcool e cravo-da-índia, mas sua eficácia não foi atestada pela Anvisa.
Outra recomendação frequente é evitar viagens a regiões de infestação do mosquito e de maior incidência das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti.
Quais são os sintomas?
Os sintomas da dengue nas gestantes são os mesmos que nos demais infectados; porém, devido às mudanças que ocorrem no corpo e no sistema imunológico, inspiram cuidados. Os sinais da dengue em geral surgem após cerca de 4 a 10 dias depois da picada e incluem febre alta, dor de cabeça, dor atrás dos olhos, dores musculares, nas juntas, prostração e vermelhidão no corpo.
A doença também pode se mostrar por meio de tremores, diarreia, enjoo, perda de apetite, mudanças no paladar, sensibilidade ao toque, vômitos e, em alguns casos, placas vermelhas na pele. Quando qualquer desses quadros surgir, a orientação é ir ao médico e fazer um exame assim que possível. Por ser muito similar à zika e à chikungunya, o ideal é detectar se existe o vírus da dengue no sangue e, assim, realizar o tratamento correto. Em hipótese alguma indica-se a automedicação.
Qual é o melhor tratamento?
Para ajudar no diagnóstico, é importante relatar à equipe médica se houve viagens nas semanas anteriores aos sintomas. Mesmo sem a confirmação por exame de sangue, o médico pode iniciar o tratamento básico para garantir a saúde da mãe e do bebê. O protocolo utilizado procura amenizar os sintomas da dengue, assim como em pacientes comuns: repouso e hidratação oral ou por meio de soro intravenoso. A doença tende a se curar sozinha em 10 dias, em média, e a recuperação total deve acontecer entre 2 e 4 semanas.
No entanto, há também a versão grave da dengue, que se manifesta quando a febre começa a baixar, a partir do terceiro dia. Os principais sinais de alerta para se observar são dor abdominal intensa, vômito contínuo, inchaço e sangramento em qualquer parte do corpo.
Há riscos para a mãe?
Ao contrário da chikungunya, a dengue não deixa sequelas nem se torna crônica. No entanto, se a futura mãe for infectada no começo da gravidez, há risco de aborto. Caso a doença se manifeste no meio da gestação, não há registros de contaminação do bebê e no período próximo ao nascimento do bebê existe o risco de infecção da criança, mas é pouco frequente. Nas formas mais graves da doença, o parto pode acontecer de forma prematura, em virtude de fatores como pressão baixa, hipertensão gestacional e descolamento prematuro da placenta.
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Por existirem quatro tipos de vírus da dengue, quem é infectado uma vez não está completamente imune. Em teoria, ainda é possível adoecer outras três vezes, caso os vírus sejam diferentes. Então, manter os cuidados é sempre importante.
Quem está com dengue pode amamentar?
A amamentação protege o bebê de diversas doenças, dentre elas a dengue. Pesquisas descobriram a presença de anticorpos contra o vírus no leite materno e no colostro, o que só reforça a importância de amamentar o bebê, mesmo se a mãe estiver com dengue. Por isso, é recomendado amamentar normalmente.