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Quais são os riscos de usar Ibuprofeno durante a gestação?

Quais são os riscos de usar Ibuprofeno durante a gestação?
Alô Bebê
jul. 15 - 8 min de leitura
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O ibuprofeno certamente está entre os anti-inflamatórios mais populares para o tratamento de febres, processos inflamatórios e no combate à dor, e pode ser comprado facilmente e sem necessidade de prescrição médica em qualquer farmácia. No entanto, como todos sabem, o organismo feminino passa por uma série de alterações dramáticas durante a gestação e uma variedade de fármacos de uso comum acabam sendo contraindicados. Pois o bom e velho ibuprofeno está entre eles e, a seguir, nós aqui da Alô Bebê vamos explicar as razões e falar sobre as possíveis reações adversas que o uso do medicamento na gravidez pode trazer.

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Fármaco versátil

O ibuprofeno – nome abreviado do ácido isobutilpropanoicofenólico – consiste em um analgésico e anti-inflamatório não esteroide que foi desenvolvido para o tratamento da artrite reumatoide. Hoje em dia, no entanto, o medicamento é largamente indicado para o alívio dos mais variados quadros, como dores nas articulações, febre, dores de cabeça, musculares, nas costas, cólicas menstruais, enxaquecas etc.

No caso das gestantes, infelizmente, elas não estão imunes à dor e podem desenvolver quadros que desencadeiem processos dolorosos. Aliás, devido às variações hormonais e ao barrigão que vai ganhando volume no decorrer da gravidez, é bastante comum que as mulheres se queixem de novas dores e desconfortos. Entretanto, nem todos os medicamentos podem ser usados nessa fase, incluindo aqueles que podem ser comprados livremente sem a necessidade de receita médica.

Possíveis consequências

O ibuprofeno atravessa a barreira placentária e é fornecido pela mãe ao bebê por meio do cordão umbilical, o que pode ser perigoso e expor o feto a riscos de malformações e outras complicações. O problema é que, segundo apontam as estimativas, cerca de 30% das gestantes fazem uso desse medicamento nos primeiros 3 meses de gravidez, quase sempre sem saberem que estão grávidas.

Durante o 1º trimestre de gestação, o uso do ibuprofeno pode aumentar a probabilidade de que a grávida sofra abortamentos espontâneos. Além disso, existem evidências de que o medicamento pode afetar a formação do bebê e gerar malformações e problemas no desenvolvimento do coração, dos pulmões, dos rins, da parede abdominal, do sistema gastrointestinal e do cérebro.

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Ademais, a ingesta do fármaco pode dar origem ao Lábio Leporino – condição também conhecida como Fenda Lábio Palatina que consiste em uma fenda no lábio superior que pode se estender até o nariz e atingir o céu da boca, gerando problemas de fala, alimentação e audição à criança, além de expor o pequeno ao risco de desenvolver infecções de ouvido constantes.

Mais complicações possíveis

Também existem evidências de que, no caso de fetos do sexo feminino, o uso de ibuprofeno nas primeiras 24 semanas de gestação pode fazer com que a contagem das células presentes nos ovários que darão origem aos óvulos caia dramaticamente, reduzindo, dessa forma, a fertilidade no futuro. E o emprego do fármaco pode afetar os fetos do sexo masculino, uma vez que pesquisas revelaram que o ibuprofeno pode dar origem à malformação dos sistemas genitais e reprodutivos dos bebês a partir do 1º trimestre de gravidez, assim como interferir na produção de diferentes hormônios, como a testosterona, que controla as características sexuais primárias e secundárias, bem como a descida dos testículos nos meninos.

Há, ainda, o risco de que o ibuprofeno iniba a vascularização da placenta, prejudicando, dessa forma, o suprimento de nutrientes da mãe para o bebê e contribuindo para que ele nasça prematuro ou abaixo do peso, situações que podem acarretar uma variedade de complicações à criança. Pode ocorrer também de que o fármaco cause a obstrução do canal arterial – um pequeno vaso sanguíneo que só existe no feto e é indispensável para o seu desenvolvimento.

Essa estrutura tipicamente se fecha pouco depois do nascimento, quando o bebê começa a fazer uso do circuito pulmonar. Mas o consumo de ibuprofeno durante a gestação pode fazer com que o canal arterial fique aberto e, com isso, pode acontecer de que pequenos coágulos viajem pela abertura até os pulmões, gerando o risco de que o bebê sofra uma embolia ou derrame.

Já mais para o final da gravidez, o uso do medicamento pode interferir na produção das prostaglandinas – substâncias produzidas pelas células e encarregadas de regular uma grande quantidade de processos biológicos –, responsáveis por manter o canal arterial em funcionamento até o nascimento. E falando em nascimento, o uso do ibuprofeno pode prolongar o trabalho de parto e até mesmo atrasar a chegada do bebê. 

Atenção

Vale destacar que uma única dose do medicamento durante a gestação, usado como um analgésico comum, dificilmente causará qualquer dano ao feto ou trará consequências indesejáveis para a gestante. Mas é recomendado que seu uso seja evitado no início da gravidez e que o fármaco seja completamente excluído após o 2º trimestre.

Aliás, o uso do ibuprofeno pode ser prejudicial inclusive antes da gestação, visto que o fármaco pode afetar a produção de prostaglandinas, necessárias durante o processo de ovulação, e dificultar a fixação do embrião na parede uterina. Mas, no caso de que o médico indique o emprego do medicamento para o tratamento de alguma condição dolorosa, como seria a artrite reumatoide, por exemplo, o fármaco deve ser usado nas doses mais baixas possível e por curtos períodos de tempo. Além disso, o desenvolvimento do bebê deverá ser monitorado com mais frequência para garantir que tudo corre dentro do esperado e que o ibuprofeno não está prejudicando a sua formação e crescimento.

Alternativas

O paracetamol – ou acetaminofeno –, que também é um analgésico indicado para o alívio de dores leves a moderadas e em caso de febre, é um tipo de medicamento considerado mais seguro para o uso de gestantes. Entretanto, as grávidas jamais devem se automedicar e, antes de fazer uso de qualquer fármaco, elas devem consultar com o obstetra.

Isso porque inclusive o paracetamol, quando usado de forma contínua por longos períodos de tempo e dependendo da dosagem, pode oferecer riscos durante a gravidez. Evidências sugerem, por exemplo, que o consumo desse medicamento por 28 dias ou mais, pode amentar as chances de que o bebê apresente pequenos atrasos de desenvolvimento e que ele sofra de Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade no futuro. Outros problemas que podem surgir por conta do uso de paracetamol – especialmente durante a segunda metade da gestação – são a asma e outros problemas respiratórios.

Já os opioides estão relacionados com um nível mais elevado de defeitos congênitos, de que o bebê nasça prematuro e até venha a óbito. Mas, se a futura mamãe faz uso constante dessa classe de medicamentos, ela deve informar imediatamente ao médico – e este provavelmente pedirá que a paciente reduza a dosagem até que os fármacos sejam gradualmente eliminados da rotina e possam ser substituídos por alternativas mais seguras.

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Em qualquer caso, o ideal é evitar o uso de qualquer medicamento durante a gestação – lembrando que resfriados e processos dolorosos leves geralmente dispensam o tratamento por meio de remédios. E, se a grávida realmente tiver necessidade, ela deve conversar com o obstetra ou especialista antes de se medicar, seguir à risca as recomendações e, seja qual for o remédio prescrito, usar a menor dose efetiva possível e não prolongar o consumo além do estritamente necessário.


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