Mesmo quando temos todo o cuidado do mundo e nos preocupamos em manter a pele dos nossos pequenos sempre limpinha, é comum que, principalmente no verão, de uma hora para a outra, apareçam aquelas erupções chatas que a maioria de nós conhece pelo nome de “brotoeja”.
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Mas, e você, o que sabe sobre essa condição, as razões específicas de ela surgir e como ela pode ser evitada e tratada? Pois, essas e outras questões serão tratadas aqui, neste artigo que a Alô Bebê preparou!
Brotoeja: definição e causas
Também conhecida pelo nome de “miliária”, a brotoeja é uma condição de pele relacionada diretamente com a liberação de suor pelo nosso organismo. Ela pode afetar crianças e adultos, mas é incrivelmente comum em recém-nascidos e bebês mais novinhos, já que os pequenos ainda não conseguem regular a temperatura corporal de forma eficiente por meio da transpiração.
Mais precisamente, quando transpiramos, o suor parte das glândulas sudoríparas e chega até a superfície da pele por meio de dutos –, onde evapora e, consequentemente, reduz a nossa temperatura corporal. No entanto, o que ocorre é que, nos bebezinhos, esses dutos ainda são pouco desenvolvidos e podem se romper com bastante facilidade e se tornar obstruídos, dando origem à miliária.
Principais características
A brotoeja se apresenta na forma de uma porção de minúsculas bolinhas na pele contendo líquido – que, nada mais é do que o suor que não foi devidamente liberado – que constituem áreas irritadas e de vermelhidão.
As bolhas têm apenas alguns milímetros de tamanho, e o fluído normalmente é transparente ou parece ligeiramente esbranquiçado, com um aspecto meio leitoso. Como essas erupções podem vir acompanhadas de coceira e irritação, é comum que os bebês fiquem mais chorosos, inquietos e impacientes.
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Ela normalmente aparece por ação do calor e da umidade em regiões do corpo que ficam cobertas pelas roupas, como é o caso do abdome, virilha e axilas e, nos bebezinhos, é supercomum que a condição surja em regiões onde a pele tende a apresentar mais dobrinhas, como o pescoço, as perninhas e os braços. Mas a brotoeja também costuma aparecer no peito e nos ombros, e pode causar coceira, ardor e bastante desconforto.
Diferentes tipos de miliária
Existem 3 tipos distintos de miliária, a cristalina, a rubra e a profunda, e você pode conferir as principais características de cada uma delas a seguir:
Miliária cristalina
É a mais leve e comum das brotoejas, e normalmente consiste em bolhas de líquido cristalino que se formam na camada mais superficial da pele e não coçam nem produzem dor. As bolinhas costumam estourar e desaparecer sozinhas e são as que mais habitualmente aparecem nos bebês.
Miliária rubra
Esse tipo de brotoeja causa mais desconforto do que a miliária cristalina, já que ocorre em uma camada menos superficial da pele, a epiderme, e costuma vir acompanhada de coceira, irritação, inflamação e vermelhidão. Ocasionalmente, as bolinhas podem ficar com pus e, quando isso ocorre, a condição pode ser chamada de miliária pustulosa.
Miliária profunda
Essa é a forma menos comum da brotoeja e ela se caracteriza por ocorrer em uma camada mais profunda da pele, a derme, e pode se tornar crônica. É raro que ela ocorra em crianças e tipicamente acomete adultos após períodos de atividade física intensa e que produzem sudorese abundante.
Como evitar o problema?
Apesar de a brotoeja ser mais comum no verão, quando as temperaturas são mais altas, ela pode surgir quando o bebê fica doentinho e apresenta febre, e também em dias frios e até no inverno, caso a criança esteja agasalhada demais e seu organismo precise de livrar do calor em excesso por meio do suor e não consiga.
Para evitar o problema, seja no verão ou no inverno, é necessário encontrar um equilíbrio entre a temperatura do ambiente e as roupinhas que a criança está usando – para evitar que seu corpinho superaqueça e tente transpirar sem sucesso.
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Nos dias de mais calor, a orientação é a de manter a criança em ambientes bem ventilados e não exagerar na quantidade de roupinhas. O ideal é que os pais vistam os bebês com uma peça de roupa a mais do que estão vestindo, ou seja, se os adultos estiverem confortáveis de camiseta, os pequenos devem usar manga longa, se estiverem de manga comprida, pôr um casaquinho nas crianças, e assim por diante.
Além disso, é importante manter as regiões mais problemáticas, como o pescoço e as dobrinhas, sempre secas e limpas, e dar preferência a roupinhas feitas com tecidos que permitam que a pele respire melhor, como o algodão, e que não fiquem muito justinhas. A mesma orientação serve para os dias de frio, quando os pequenos precisam ficar bem agasalhados, então, deve-se evitar materiais sintéticos e o exagero de roupas – apenas o suficiente para proteger o pequeno das baixas temperaturas –, e os pais devem ficar longe de cremes e pomadas que possam obstruir os poros do bebê.
Como tratar?
O tratamento é bastante simples e, basicamente, consiste em manter a temperatura do bebê sob controle e evitar que a sua pele fique úmida ou molhada de suor. O problema costuma desaparecer em poucos dias, e uma alternativa caseira e supereficiente é a de colocar um pouco de amido de milho na água para dar banho na criança, já que a farinha ajuda a aliviar os sintomas da brotoeja.
Os pais podem usar creminhos a base de lanolina ou pomadas específicas para a miliária para aliviar o desconforto – sempre que o pediatra seja consultado e libere o uso desses produtos –, entretanto, caso as áreas afetadas se tornem mais inchadas e doloridas, o bebê apresente febre ou calafrios, as vesículas comecem a vazar pus, os linfonodos da virilha, axilas e pescoço se tornem inchados, e o corpinho da criança fique quente demais, procure ajuda médica.
Possíveis complicações
É bastante raro que os quadros de miliária apresentem complicações, mas, pode ocorrer de as áreas afetadas serem infectadas por bactérias – tornando as bolhas maiores, mais inflamadas e, consequentemente, mais desconfortáveis e doloridas. Quando isso ocorre, é necessário buscar acompanhamento médico e o pediatra poderá receitar antibióticos ou tratamentos à base de corticoides.
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Contudo, a consequência mais grave, apesar de incomum, é que a obstrução dos dutos interfira totalmente na capacidade de o organismo da criança regular a própria temperatura e seu corpo produza mais calor do que ele pode eliminar. Se o quadro não for revertido, o bebê pode sofrer danos em vários órgãos do corpo e a condição pode ser bastante perigosa para o pequeno.
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