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Por que você DEVE vacinar os seus filhos?

Por que você DEVE vacinar os seus filhos?
Alô Bebê
mar. 12 - 7 min de leitura
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É um tanto quanto assustador, mas a Organização Mundial de Saúde divulgou recentemente que a relutância à vacinação está entre as 10 maiores ameaças à saúde da população mundial para o ano de 2019, juntamente com riscos como uma possível pandemia de gripe, surtos de ebola e outros agentes patogênicos e epidemias de dengue.

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Entretanto, as vacinas não apenas protegem as crianças contra uma série de doenças potencialmente letais, como o sarampo, a poliomielite e a difteria, como evitam que elas sejam transmitidas de um pequeno a outro. Sendo assim, elas são uma arma fundamental na guerra para controlar o contágio e erradicar esses e outros males do mundo.

As vacinas, como você deve saber, são criadas a partir de vírus inativos, uma parte deles ou vírus em versões enfraquecidas, e funcionam ao expor os organismos a esses agentes para que o sistema imunológico crie as defesas necessárias para o caso de que as crianças entrem em contato ou contraiam os patógenos “de verdade”.

Por conta dessa característica, pode acontecer de acontecerem reações às vacinas, como febre, dor e inchaço no local onde elas foram aplicadas, e daí também vem parte do receio de expor os nossos filhos às imunizações. Mas, acredite, isso não é nada comparado às doenças que as vacinas evitam! Afinal, elas podem salvar a vida das crianças.

Calendário de vacinação

No Brasil, o calendário de vacinação estabelece que as imunizações tenham início já na maternidade, onde o bebê deve receber a BCG, contra a tuberculose, e a vacina contra a Hepatite B. Depois, é de responsabilidade dos pais ou guardiões levar os pequenos dos 2 aos 12 meses para receberem a Tríplice Viral, que imuniza as crianças contra o sarampo, a rubéola e a caxumba, a Penta, a Pneumocócica 10 Valente, a Oral contra o Rotavírus (VORH), a Inativada de Poliomielite (VIP), a Oral contra a Poliomielite (VOP), a Meningocócica C e a vacina contra a febre amarela.

Mais tarde, aos 15 meses, a criança deve receber a Tetraviral, contra o sarampo, a rubéola, a caxumba e a varicela, e a imunização contra a Hepatite A e DTP, chamada Tríplice Bacteriana. Então, quando os pequenos cumprem os 4 anos, eles devem receber reforço da DTP e da Pólio, assim como a vacina contra a varicela e, aos 9 e 14 anos para meninas, e 11 e 14 para meninos, duas doses da imunização contra o HPV. Por último, entre os 10 e 19 anos, é preciso receber um reforço da Meningocócica C e doses da vacina Duplo Adulto, para difteria e tétano, com reforço a cada 10 anos.

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Mas, segundo dados do Ministério da Saúde, desde 2015 que a cobertura das imunizações a crianças não alcança a meta estabelecida e, das 10 vacinas obrigatórias até 1 ano de vida, 9 tiveram adesão abaixo do recomendado pela Organização Mundial da Saúde. Em 2018, pouco menos de 35% das crianças foram vacinadas contra a gripe no Brasil e, em 2017, a dose de reforço contra o sarampo, doença que havia sido erradicada no ano anterior, atingiu apenas 71% do objetivo.

E não é só isso: no caso da poliomielite, a cobertura nacional atingiu 77% da meta, com mais de 300 cidades com adesão inferior a 50% do estabelecido. Pois, em 2018, foram registrados surtos de sarampo no Norte do país, e a pólio é outro mal que havia sido erradicado, mas que corre o risco de voltar ao Brasil.

Consequências legais

Os pais ou guardiões são responsáveis por manter as vacinas dos filhos em dia, e não fazê-lo, seja por esquecimento ou questões relacionadas com crenças religiosas ou motivos pessoais, implica em negligência. Segundo a Lei, quando há recusa de imunizar as crianças, os responsáveis não só os colocam em situação de vulnerabilidade, como podem prejudicar a terceiros e, portanto, estão colocando um direito pessoal acima do coletivo, o que é entendido como um ato grave contra a saúde pública.

Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, o não cumprimento do calendário de vacinação, seja ele deliberado ou por esquecimento, pode acarretar em multa de 3 a 20 salários mínimos e, em caso de reincidência, o valor cobrado passa a ser o dobro da primeira multa e pode chegar a R$ 19 mil.

Ademais, como o descumprimento do calendário pode ser entendido como negligência e falta de cuidados, pais ou responsáveis ainda correm o risco de perder a guarda dos filhos. E se a criança vir a falecer por conta de uma doença resultante da falta de vacinação, segundo o Código Penal, pais ou guardiões podem ser acusados de homicídio culposo – quando não há intenção de matar –, cujas penas podem variar de 1 a 3 anos de prisão.

Movimento antivacina

Você deve ter ouvido falar do movimento antivacina – uma tendência que se caracteriza pela recusa de pais ou responsáveis em vacinar os filhos e que, pouco a pouco, vem ganhando força mundo afora. Ele surgiu graças a um estudo publicado na conceituada revista britânica de pediatria Lancet, pelo gastroenterologista Andrew Wakefield, em 1998, e, nele, o médico apresentou uma pesquisa que apontava que a vacina contra o sarampo teria provocado um aumento nos casos de autismo na Inglaterra.

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Embora o estudo tenha causado bastante preocupação, um jornalista descobriu que o médico tinha baseado sua pesquisa em apenas 12 casos, havia forjado os dados que relacionavam o autismo com as vacinas, tinha um acordo com advogados que pretendiam mover uma ação milionária contra a empresa farmacêutica que produzia o medicamento e tinha intenção de patentear uma nova droga. Wakefield acabou perdendo a licença e a Lancet se retratou publicamente, mas a história pegou e até hoje serve de base para muitos defensores do movimento antivacina.

Ato de amor

Por sorte, aqui no Brasil a adesão ao movimento antivacina ainda é baixo, com levantamentos apontando que apenas 4 a 6% da população afirma ser contrária às imunizações, contra 70%, que acredita na segurança das vacinas.

As imunizações vêm ajudando a reduzir e, em alguns casos, levaram à erradicação de doenças que não só causaram deficiências graves, mas provocaram a morte de milhões de pessoas, como foi o caso da varíola. Assim, as vacinas não só protegem os pequenos agora, como permitem preservar a saúde e a vida de gerações futuras. Portanto, não deixe de imunizar os seus filhos, mantenha a carteirinha de vacinação sempre em dia e compartilhe essa ideia com todos pais e responsáveis que você conhece!


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