Apesar de Crianças superdotadas não ser um tópico muito recorrente na maternidade, elas existem e muitos pais têm dificuldade de lidar com uma situação rara como essa. Nesse mega artigo vamos elaborar um superguia com tudo o que é necessário saber sobre esse assunto e como os pais que possuem filhos assim podem lidar com isso da melhor maneira possível.
LEIA MAIS - Muito além dos pais: qual a influência do resto da família no desenvolvimento da criança?
Vamos ajudar você a conhecer os sinais, testes e outros processos para identificar crianças superdotadas, quais as diferenças entre elas e crianças muito inteligentes, como é a criação delas e como os pais, familiares e amiguinhos devem lidar com ela com a ajuda de recomendação de especialistas no assunto.
Para começar, o que é, de fato, ser inteligente?
Quando falamos de inteligência, geralmente estamos falando sobre inteligência cognitiva. Isto é, quando alguém tem muito conhecimento (técnico ou não) sobre alguma coisa. Geralmente associamos uma pessoa ser inteligente ao fato de que ela tira notas boas na escola ou que facilmente consegue falar sobre um tema que, do ponto de vista de outras pessoas, é muito complexo ou demanda muitos detalhes.
O que muitas pessoas não sabem é que, na verdade, o conceito de inteligência tem muitas faces e representam maneiras diferentes de obter conhecimento. De acordo com a teoria de inteligências múltiplas propostas pelo ganhador do prêmio Príncipe de Astúrias de Ciências Sociais, Howard Gardner, existem nove tipos de inteligência: a linguística, lógico matemática, corporal-cinestésica, espacial, musical, interpessoal, intrapessoal, naturalista e existencial.
Dito isso, os testes de quociente de inteligência focam muito mais na análise de inteligência cognitiva do que nas outras. O que pode significar que nem sempre um alto QI signifique que uma pessoa seja superdotada. É preciso analisar diversos fatores além da capacidade de obter – e reter – conhecimento didático antes de bater o martelo e de fato identificar uma criança como superdotada.
A inteligência não é algo abstrato. O “QI” significa quociente de inteligência e propõe uma pontuação mensurável. A escala de weschler, por exemplo, é um teste de QI que calcula inteligência e capacidades cognitivas em adultos e jovens adultos e que pode ser usado como indicativo de que uma criança é superdotada.
Como saber se o meu filho é inteligente ou superdotado?
Falando de maneira geral, uma criança inteligente é aquela que tem um desenvolvimento rápido, porém sua inteligência é voltada para apenas uma faceta – geralmente a cognitiva. Se formos levar em conta a teoria das inteligências múltiplas de Gardner, a criança inteligente é especificamente apta em uma só vertente: sua capacidade de leitura é elevada, tem uma memória muito boa ou tem uma habilidade distinta que a destaca do resto das crianças.
LEIA MAIS - Ajude o desenvolvimento do seu bebê brincando!
Enquanto acredita-se que pode se chamar de gênio qualquer pessoa que tenha um QI alto, alguém verdadeiramente superdotado muito provavelmente pode múltiplas inteligências elevadas, uma personalidade tímida e mais isolada pois seu processo mental é diferente do resto. Um grande exemplo disso é o próprio Albert Einstein, que em sua infância era considerado difícil de lidar e por isso tinha muitos problemas em sua infância e isso era mais devido a falta dos estímulos corretos do que necessariamente um temperamento ruim e sem sentido.
Quais são as características de uma criança superdotada?
Mostrar primeiramente a diferença entre crianças inteligentes e superdotadas. Enquanto as crianças inteligentes são curiosas e precisam entender as coisas ao seu redor. No caso das crianças superdotadas, elas mostram uma grande capacidade de aprendizado, curiosidade e compreensão do que há ao redor delas. Gostam de fazer perguntas e tentar resolver problemas, além da capacidade de se auto avaliar e inferir sobre temas que os interessam.
Enquanto as duas características são razoavelmente parecidas, elas não são a mesma coisa e por isso é muito comum confundir. De acordo com a OMS (organização mundial de saúde) o fato é que apenas entre 2% e 4% da população do mundo é superdotada, em outros estudos o número pode variar, mas não passando muito mais do que poucos 5%. Em termos numéricos, uma criança é considerada superdotada caso o seu quociente de inteligência (o QI) seja igual ou superior a 130 pontos na Escala Weschler.
Apesar de toda a conversa sobre inteligência e QI, há estudos que apontam também que o resultado no teste pode não abranger o conceito de inteligência como um todo, e sim a capacidade cognitiva elevada das pessoas. Para facilitar a explicação, uma pessoa que é considerada inteligente pode não ter os mesmos níveis elevados em outras áreas. No caso de crianças (e até adultos) superdotados, é possível notar habilidades em diversas áreas, de diferentes maneiras.
Apesar das crianças não serem definidas por especificações claras, é possível encontrar características e atitudes mais comuns a elas. Por exemplo, é comum que crianças superdotadas tenham uma criatividade mais abastada, boa memória, aprendizado autodidata e com tendências de serem distraídas e não lidar muito bem com tarefas cotidianas.
É possível até haver sinais claros mesmo nos primeiros meses de vida, quando um bebê apresenta altos níveis de exigência, temperamento sensível ou se é estimulado com facilidade. Além disso, caso os pequenos demonstrem habilidade em controlar sua coordenação motora como levantar a cabeça, fixar o olhar nas primeiras semanas de vida ou até mesmo soltar as primeiras palavras no primeiro semestre.
Alguns estudos nem focam na questão intelectual propriamente dita. Alguns estudos pelo mundo até chegaram à conclusão que alguns sinais como o peso elevado de um recém-nascido ou até mesmo a altura da criança podem indicar um QI levemente maior que o de costume.
Um aviso que é interessante de se apontar é que, as vezes, os sinais mais comuns podem apontar para hiperatividade, déficit de atenção e outros transtornos comportamentais. Por esse motivo, é interessante, no caso de suspeitas, buscar um psicólogo especialista para não haver confusão.
Dicas para os pais de como trabalhar o desenvolvimento da criança superdotada
O primeiro passo após identificar que o seu pequeno possui habilidades que o diferem das outras crianças, como foi dito antes, é ter um acompanhamento psicológico especializado. Não só porque o especialista irá ajudar tanto o seu filho quanto aos próprios pais e orientá-los a manter o seu desenvolvimento em dia.
Uma questão que vale notar é que, mesmo tendo tendências ao aprendizado, questionamento próprio e todas as outras características que tornam o seu filho único, o fato é que são apenas tendências e é muito importante que os pais ajudem a criança em seu desenvolvimento. De acordo com a especialista do US Department of Education (Departamento de Educação dos Estados Unidos) Linda Kreger Silverman, a educação e acompanhamento dos pais em conjunto com a de um especialista é fundamental.
Continuar trabalhando para que seu desenvolvimento progrida de uma maneira constante pode ser tão simples quanto incentivar conversas e brincadeiras. No entanto também é necessário ficar atento as suas habilidades e gostos e incentivá-las da mesma maneira. Permitir que a criança questione as coisas e fazê-la entender seus aborrecimentos também fazem parte do processo.
LEIA MAIS - O que fazer na hora de escolher a escola do seu filho?
Um ambiente propício também ajuda. Uma escola com um bom sistema didático, atividades extracurriculares e um espaço em que a criança possa aproveitar e exercer seus estudos podem incentivá-la a aproveitar melhor suas capacidades mentais.
Além disso, por mais que seja extremamente difícil não enaltecer o seu pequeno pelas suas habilidades exemplares. Colocar a criança em um pedestal pode causar uma dificuldade em lidar com situações diferentes da dele, gerar certa arrogância ou mesmo torná-los manipuladores.
Sobre o ensino
A princípio, programas de ensino comuns podem gerar uma frustração tanto didática quanto social na criança superdotada. Isso porque a educação pode não se ajustar ao passo que eles precisam e as próprias relações intersociais entre professores e colegas podem se tornar um problema. Por esse ponto, é importante tomar cuidado pois essa irritação pode gerar desinteresse por parte da criança de desenvolver sua própria capacidade e torná-la inativa, exclusa e com uma conduta delicada, levando-o a se auto sabotar ou ativamente querer tirar notas baixas.
Apesar de haver programas destinados especificamente para crianças superdotadas, existem lados positivos e negativos para isso também. Enquanto – supostamente – os programas dedicados vão oferecer mais suporte à criança, o psicólogo especialista em educação para superdotados Kenneth Shore acredita que apesar de necessitar sim de uma atenção especial, mas a recomenda uma escola normal para evitar que o pequeno seja isolado de uma vida mais comum.
O problema pode ser facilmente resolvido com algumas horas de estudos e atividades fora da escola para que a criança possa construir tanto o seu lado social – junto dos colegas – quanto o seu lado cognitivo, que muitas vezes não acompanha o mesmo passo das outras crianças e métodos de ensino comuns.
Mesmo existindo crianças superdotadas, é importante entender o limite delas – e de qualquer criança, verdade seja dita – e auxiliá-las sendo elas “normais”, inteligentes ou superdotadas. O importante é sempre oferecer o apoio necessário e acompanhar o seu caminho da maneira mais eficaz, didática e, é claro, divertida.
LEIA MAIS - Aulas de música: qual a idade ideal para matricular meu filho?
Você tem uma história na família ou já teve que interagir com uma criança considerada superdotada? Como foi a sua experiência? Conte aqui nos comentários do post a sua história e nos diga o que achou das informações que apresentamos!