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Por que não devemos engrossar o leite do bebê?

Por que não devemos engrossar o leite do bebê?
Alô Bebê
Apr. 30 - 5 min read
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Durante muito tempo, a ideia de engrossar o leite para os bebês foi sugerida por pais, avós e profissionais de saúde como uma forma de auxiliar o crescimento das crianças. Com o passar do tempo, mais informações foram descobertas e a prática começou a levantar dúvidas sobre sua eficácia: será que ajuda mesmo ou traz problemas para o desenvolvimento das crianças?

É hora de sabermos melhor o que engrossar o leite realmente significa para o organismo das crianças.

Uma prática muito mais cultural do que eficaz

A ideia de incrementar o leite com farinhas especiais vem de décadas atrás, com nossos avós sendo levados a crer que isso ajudaria a deixar seus filhos mais fortes. Pediatras recomendavam a prática geralmente para bebês que não tinham ganhado muito peso entre as consultas.

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Isso acabou potencializado no Brasil com combate à desnutrição, problema que afetou o País por um tempo; mas hoje especialistas acreditam se tratar de uma solução vazia, pois, apesar de realmente fazer as crianças ganharem peso, o faz de maneira que pode ser prejudicial à saúde.

“Hoje, nossos problemas de saúde pública são a obesidade e o sobrepeso, por isso precisamos rever urgentemente nossos hábitos e costumes para promover uma alimentação saudável e combater esse problema”, comentou a nutricionista infantil Paola Bueno Preusse.

Por que faz tão mal?

O maior problema de engrossar o leite com farinhas especiais é que esses produtos industrializados trazem doses elevadas de açúcares em sua composição, algo não indicado para crianças pequenas. Por causa desse ingrediente, o bebê realmente ganha peso com rapidez, mas sem nenhum benefício nutricional, mesmo com os alimentos prometendo a presença de vitaminas em sua fórmula.

Além disso, já que as mamadeiras com o leite mais grosso geralmente são dadas várias vezes ao dia, os bebês acabam criando uma dependência do doce, devido às altas doses de açúcar. Por estarem em fase de desenvolvimento, isso afeta as papilas gustativas das crianças, que acabam não querendo aceitar outro tipo de alimento com a mesma facilidade.

Por causa disso, alguns pais podem acabar gerando um ciclo prejudicial nos filhos: como o bebê não aceita muito bem outro tipo de alimento, para fazê-lo comer dão mais uma mamadeira com farinha especial para engrossar o leite, algo que a criança consome com tranquilidade. Caso a criança continue não se alimentando direito, pode acontecer de a família dar mais do produto para ela, que vai ganhar peso, gerando a ilusão de que o processo está dando certo, mas está apenas prejudicando seu desenvolvimento e organismo.

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Vale lembrar que o alto consumo de açúcar é prejudicial até mesmo para adultos; nos pequenos, é potencializado e pode gerar doenças como diabetes, obesidade, entre outros. Outro motivo que deve chamar atenção é que as farinhas industrializadas são manipuladas quimicamente, trazendo componentes que podem causar reações adversas em algumas crianças, principalmente nas mais novas.

O que fazer para ajudar na alimentação do bebê?

Existem meios mais saudáveis de enriquecer a alimentação de seu filho, como fazer mingau ou papinha com aveia, quinoa e gergelim, assim como misturas com frutas e aveia. As frutas são bastante indicadas, já que trazem uma dose aceitável de açúcar, além de benefícios próprios para o desenvolvimento das crianças.

De acordo com a nutricionista Paola Bueno Preusse, o ideal é que os pequenos comam adequadamente de acordo com sua idade e ganhem peso de maneira saudável nas outras refeições, não consumindo apenas leite. Caso a questão seja a recusa em relação ao sabor do leite, é possível, por exemplo, misturar banana e aveia a ele e oferecer para a criança.

Em resumo, a prática de engrossar o leite para os bebês não é muito interessante se você deseja que a criança tenha um crescimento mais saudável. Obviamente, nem todos que cresceram consumindo esse tipo de produto desenvolveram algum problema de saúde, mas a chance de isso acontecer existe e deve ser levada em consideração na hora de escolher como fazer a criança ganhar mais peso.

Também é importante verificar as indicações dos próprios produtos, já que muitos deles deixam em suas embalagens a recomendação de uso em poucas doses diárias, algo que não é seguido à risca por muitas famílias.

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Você já teve experiência com esse tipo de produto? Ele trouxe algum resultado sem apresentar problema para a criança? Você tem alternativas de alimentos para reforçar o desenvolvimento de bebês a partir dos 2 anos de idade? Não deixe de compartilhar sua opinião e experiência nos comentários, já que é muito importante para outros pais que ainda possam estar em dúvida.


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