Pais que estão esperando bebê têm sempre um olho no presente e outro no futuro. No presente, acompanham a gestação, o desenvolvimento do filho, o resultado dos exames.
Sobre o futuro, as grandes perguntas que acompanham desde o dia da descoberta da gravidez e para o resto da vida são: que pai, ou mãe, eu vou ser? E como será a educação do meu filho?
As respostas — porque serão muitas ao longo da vida — para a primeira pergunta vem com muita preparação, estudo, ouvindo os mais velhos e procurando se conhecer bem.
Já para a segunda pergunta, o melhor é conhecer os métodos já desenvolvidos e testados. Aquele que combinar mais com sua família, com os valores do pai e da mãe, pode ser aplicado, com as devidas adaptações.
Um dos métodos mais globais é o método Montessori de educação. Desenvolvido pela médica e educadora Maria Montessori, entende a educação como algo que acontece na escola, claro, mas também fora dela. Parte sempre do pressuposto de que o centro da aprendizagem é a própria criança.
Parece óbvio, mas não é
Durante muito tempo, as crianças não eram vistas como seres com características próprias, com direitos e com desejos que precisam ser respeitados. O método Montessori defende que a criança é um ser em construção e que merece apoio e respeito na sua trajetória de aprendizado.
No entanto, apoio não é fazer pela criança e respeito não é deixá-la quieta e sem estímulo. É um equilíbrio delicado, mas muito bem explicado e embasado. A fase em que a criança está também é extremamente importante no método Montessori. É mais importante, inclusive, do que a idade cronológica.
Em paralelo na importância, está o ambiente, que deve ser acolhedor e convidar à exploração. Objetos em locais altos, obstáculos para se movimentar, subir e descer, pontas e outros perigos não entram num local montessoriano. Ao contrário. O quarto de dormir e brincar, a sala de aula e o jardim da infância são cheios de elementos que provocam a curiosidade, a brincadeira e a liberdade de ir e vir.
Em termos teóricos, o método Montessori se sustenta sobre seis pilares:
Autoeducação;
Educação como ciência;
Educação cósmica;
Ambiente preparado;
Adulto preparado;
Criança equilibrada.
Trocando em miúdos, quando a família adota o método montessoriano, entende e acredita que a criança é capaz de aprender sozinha. Sem que os pais se dêem conta de como foi, de repente, o filho já sabe andar, falar, comer, pegar, reconhecer a voz e a aparência, receber e fazer carinho.
Apoio dos adultos facilita tudo, porque a criança amparada se sente segura e livre para descobrir como fazer. Oferecer os objetos e estímulos certos para cada fase, portanto, é fundamental. Assim seu filho não atropela ou pula etapas importantes. O mais indicado é oferecer um desafio por vez e estimular a criança a tentar de novo quando errar e perceber que errou.
Perceber e entender a conexão entre as coisas, as pessoas, as sensações e os sentimentos é o que os montessorianos chamam de educação cósmica. A resposta a isso é a gratidão. Uma criança agradecida é mais generosa, aprende mais facilmente, troca, se sente incentivada a continuar. Encantada pelo universo, ela mantém vivo o desejo de saber sempre mais.
Educação é coisa séria
O método Montessori também entende e defende que educação é coisa séria, é uma área do conhecimento, algo a ser pesquisado, refletido, discutido e praticado. Educar não é enfiar a criança num modelo rígido, com padrões inegociáveis, que a transforma numa peça perfeitamente adaptada para servir ao mundo industrializado.
Através da observação das ações da criança, a família e o educador afinado com Montessori oferecem conteúdos e tarefas que não são estéreis, ao contrário, colaboram para a construção do equilíbrio interior e da felicidade da criança e do adolescente.
Já foi dito, mas vale retomar: o ambiente é parte fundamental na educação montessoriana. Precisa estar construído e pensado para dar liberdade e independência. Deve ser organizado e arrumado. As estruturas precisam ser adaptadas para o tamanho da criança, precisam facilitar e estimular, mas não excitar demais.
Objetos do dia a dia, como panelas, caixas, embalagens, colheres de pau, etc, são muito atraentes para as crianças e podem ser mostrados e oferecidos para brincadeiras, caso não sejam perigosos.
O conselho é criar espaços diferentes em uma prateleira para armazenar livros, quebra-cabeças, jogos, bonecas e carrinhos, tudo separado e classificado. Deixar tudo à disposição para que a criança escolha e alcance o que quer usar.
Da mesma forma, ensiná-la a guardar de forma arrumada o que pegou antes. Sempre terminar uma brincadeira para depois iniciar outra. O ambiente que atende o método Montessori é simples, minimalista, mas com objetos interessantes e convidativos.
O adulto é o apoio...
...o guia da criança no método Montessori. Montessori dizia que é preciso abandonar o orgulho de ser adulto e também a frustração em relação à criança que não se conforma, nem se contenta, com as idealizações, planos e vontades dos pais, dos educadores e dos cuidadores.
O adulto preparado, na visão montessoriana, é um observador que confia na criança. Esse adulto nunca ajuda mais do que o mínimo necessário, mas está presente verdadeiramente caso seja necessário. Liberdade com presença.
Escolhas com consicência
A liberdade defendida por Montessori significa poder escolher com consciência e não fazer o que quiser, sem regras. É saber decidir pela coisa certa para atender às necessidades e dar um novo passo no processo de crescimento.
O método montessori defende que a criança nasce com uma espécie de guia interior, que indica o que fazer em cada fase: andar, pular, correr, falar, aprender algo, etc. Quando essa orientação interna é respeitada, a criança alcança um estado emocional e psicológico de graça e de equilíbrio. A concentração aparece, assim como a felicidade e a generosidade.
Ato contínuo, vem o esforço, a vontade de fazer, a independência e a consideração pelo outro, a bonita solidariedade. Essa é a criança que Montessori chama de preparada.
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