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Como cuidar das varizes durante a gravidez?

Como cuidar das varizes durante a gravidez?
Alô Bebê
abr. 11 - 9 min de leitura
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A gravidez é uma experiência única, mas ela pode vir acompanhada de uma série de sintomas e pequenas complicações não muito agradáveis. Uma delas são as varizes, condição que afeta perto de 30% das gestantes, e como se trata de um assunto que preocupa muitas grávidas, nós da Alô Bebê vamos falar sobre suas causas, possíveis consequências e se a condição representa algum risco para a saúde da futura mamãe e seu bebê.

O que são as varizes?

Basicamente, as varizes são veias que se tornam inchadas e ingurgitadas devido à distensão de veias e vasos sanguíneos e ao acúmulo de sangue em seu interior. Elas podem surgir em qualquer parte do corpo, na verdade, mas é mais comum que elas apareçam nas pernas.

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No caso dos membros inferiores especificamente, o que ocorre é que as nossas pernas contam com veias dotadas de pequenas válvulas que se abrem e fecham em uma única direção, e sua função é a de ajudar o sangue a vencer a gravidade e seguir em seu trajeto de volta ao coração. Quando caminhamos, a musculatura das panturrilhas ajuda a bombear o sangue em direção à parte superior do corpo, e essas válvulas que mencionamos acima evitam que o sangue volte a “descer”.

Só que, às vezes, as paredes das veias e vasos sanguíneos se tornam mais fracas e perdem a sua elasticidade, fazendo com que as válvulas deixem de trabalhar como deveriam. Com isso, o sangue começa a “vazar” através delas e voltar, em vez de seguir o caminho normal – e quando isso acontece, ele vai se acumulando nas veias, fazendo com que elas fiquem inchadas e maiores do que o habitual.

É aí que surgem aquelas veias inchadas, de cor azulada e aparência nada agradável. Essas, aliás, são as que ficam mais próximos à superfície da pele e é por isso que são visíveis. Pode acontecer de as varizes afetarem veias e vasos mais profundos também, e o diagnóstico só pode ser realizado com exames mais detalhados, como, por exemplo, por meio de uma ultrassonografia ou com o uso de um fleboscópio, um aparelho específico para a identificação de veias.

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Independentemente de que se trate de veias superficiais ou mais profundas, o fato é que as varizes nos membros inferiores costumam aparecer com mais frequência dos joelhos para baixo, especialmente na parte posterior das pernas. Os sintomas das varizes nas pernas são a sensação de cansaço, coceira, ardor, formigamento, inchaço e dor, e pode acontecer de a condição desencadear a ocorrência de câimbras. Contudo, as veias ingurgitadas também podem surgir nas coxas, no reto – dando origem às hemorroidas – e na área vulvovaginal.

Por que as varizes aparecem?

O que, exatamente, faz as veias se tornarem distendidas e as válvulas perderem a sua força é um mecanismo que ainda não foi completamente compreendido. Outro mistério é a razão de algumas pessoas desenvolverem esse problema circulatório sem que haja qualquer motivo aparente.

No entanto, existem alguns fatores de risco para o surgimento de varizes, como a idade, ser mulher, ter histórico familiar, estar acima do peso ideal, exercer uma atividade profissional que exija que o indivíduo permaneça durante longos períodos em pé ou sentado, e estar grávida – e é sobre isso que vamos nos aprofundar agora.

Varizes na gestação

O risco de desenvolver varizes na gestação é maior porque, para começar, na gravidez, as mulheres produzem mais sangue do que o normal para suprir as necessidades do feto em desenvolvimento. Além disso, conforme o bebê cresce, o útero começa a pressionar e bloquear parcialmente as veias que estão envolvidas no processo de retornar o sangue dos membros inferiores ao coração, como a veia cava inferior e outros vasos que ficam concentrados na região pélvica.

Outro fator é que os hormônios produzidos pelo organismo na gestação, ademais de fazerem com que o sangue se acumule em maior quantidade na parte inferior do corpo, tornam as paredes musculares das veias e dos vasos sanguíneos mais relaxadas, o que, por sua vez, faz com que eles tenham mais dificuldade de trabalhar corretamente.

É possível evitar?

Tudo bem que existe um forte fator hereditário no surgimento das varizes – se há histórico familiar, a probabilidade de que elas apareçam na gestação é bem maior. Mas, com todas as transformações pelas quais o organismo da mulher passa na gravidez, é muito fácil que a condição se manifeste, mesmo que a gestante jamais tenha sofrido com o problema. E o pior é que, infelizmente, não há muito o que as futuras mamães possam fazer para impedir o aparecimento das varizes.

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A boa notícia é que as varizes costumam melhorar bastante e até desaparecer sem necessidade de tratamento de 3 a 12 meses depois do nascimento do bebê. Além disso, embora para muitas gestantes a condição seja inevitável, existem algumas medidas que podem ser tomadas para aliviar os sintomas e evitar que o quadro piore.

Como aliviar os sintomas?

Uma forma de aliviar o problema na gestação é evitar passar muito tempo em pé ou sentada, e é aconselhável que a grávida faça intervalos regulares para dar uma voltinha, mover o corpo e ativar a circulação. Entretanto, se for inevitável ficar sentada por longos períodos, deve-se evitar cruzar as pernas, e no caso de ter de permanecer em pé, a sugestão é que a gestante flexione os pés e trabalhe a musculatura das panturrilhas para ajudar no retorno sanguíneo.

A realização de atividades físicas leves, como caminhada, hidroginástica, pilates e natação ajudam a circulação sanguínea e são benéficas na gestação. Ademais, também é interessante reduzir o consumo de sódio, para minimizar o inchaço das veias, tomar bastante líquido durante o dia, consumir alimentos ricos em sódio e fibras com regularidade – para evitar a constipação, uma das causas do surgimento das hemorroidas.

Elevar as pernas um pouco acima da altura dos quadris também é superválido para promover o retorno do sangue dos membros inferiores ao coração, e as grávidas devem evitar o uso de sapatos de salto e de roupas justas demais, especialmente as que comprimam a região da pelve e da cintura.

Por fim, as meias de compressão ajudam bastante, mas elas devem ser prescritas pelo obstetra, uma vez que existem vários modelos, tamanhos e níveis de compressão, e comprar a meia errada pode ser prejudicial. E na hora de dormir, o ideal é que as gestantes se deitem sobre o lado esquerdo do corpo, já que a veia cava inferior fica no lado direito.

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Com relação aos tratamentos, procedimentos invasivos e cirurgias não são indicados na gravidez, e o uso de medicamentos deve ser evitado enquanto a mãe estiver amamentando. Também vale lembrar que, como as varizes costumam reaparecer durante as gestações, se a mulher tiver intenção de ter mais filhos, é melhor esperar antes de eliminar as varizes.

Há algum risco grave?

As varizes propriamente ditas não oferecem qualquer risco à mãe ou ao bebê. Contudo, a condição está associada a algumas complicações, como o surgimento de ulcerações na pele, próximo do local onde as varizes se encontram, normalmente na região dos tornozelos. Pode ocorrer de as veias mais superficiais estourarem, gerando pequenos sangramentos subcutâneos – e é sempre bom consultar um especialista quando esses eventos acontecerem.

Também é bom ficar de olho quando a dor e o inchaço se tornarem muito persistentes e desconfortáveis, pois esses podem ser indicativos da existência de um coágulo de sangue – ou uma condição conhecida como tromboflebite. E na gestação há um aumento no risco do desenvolvimento da trombose venosa profunda, mas esse problema, além de ser relativamente raro, pode não ter relação direta com as varizes.

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