Quando uma criança nasce, seu primeiro alimento deve ser o leite materno, que contém todos os nutrientes de que o bebê precisa para crescer forte e saudável, além de ajudar no desenvolvimento de anticorpos que serão essenciais para a proteção do organismo do pequeno no futuro. Por isso, a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é de que o leite materno seja o único alimento do bebê até os 6 meses; se não for possível amamentá-lo, deve ser oferecida uma fórmula adequada, indicada pelo médico. Após os 6 meses de idade, no entanto, a papinha de bebê pode entrar em cena.
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De acordo com a nutricionista Raphaela Machado, da Maternidade-Escola da Universidade Federal do Rio de Janeiro, a introdução alimentar deve ser feita de maneira gradativa tanto para que a criança possa dar sinais de suas preferências quanto para que os pais possam perceber reações alérgicas e sensibilidades. Por isso, no começo, os alimentos devem ser apresentados um de cada vez, cozidos no vapor ou em um pouco de água, para que a criança possa experimentá-los. Depois, é possível escolher alimentos de grupos diferentes para compor a papinha de bebê.
O que colocar na papinha de bebê?
Mesmo que você possa variar bastante, a papinha de bebê deve conter ingredientes que garantam uma alimentação balanceada, com todo tipo de nutrientes. Confira o que não pode faltar no cardápio diário dos pequenos:
Carboidratos
Os carboidratos são os responsáveis por fornecer energia ao organismo, por isso são muito importantes para os bebês. Algumas fontes de carboidratos que podem ser colocadas na papinha são arroz, batatas, mandioca e inhame.
Proteínas
Proteína é a substância que auxilia a construção do organismo e pode ser de origem animal ou vegetal. Algumas das melhores escolhas para a papinha são carnes, ovos, feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha e vagem.
Vitaminas e minerais
Por fim, uma papinha precisa ter micronutrientes, como vitaminas e minerais, para garantir a saúde do bebê. Alguns alimentos que oferecem vitaminas são frutas, beterraba, abobrinha, brócolis, cenoura, agrião e espinafre.
Algumas combinações que fazem sucesso com as crianças e que fornecem todo tipo de nutrientes são:
feijão, cenoura e mandioca;
carne, feijão e abóbora;
frango, cenoura e espinafre;
banana e morango;
maçã e cenoura;
manga e banana.
Lembre-se de que alguns alimentos, como leite de vaca e mel, não devem ser incluídos na alimentação dos pequenos até certa idade. Consulte seu pediatra para saber quais são os produtos que seu filho pode consumir de acordo com a faixa etária.
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Como preparar a papinha de bebê?
Preparar a papinha do jeito certo é tão importante quanto usar os ingredientes indicados, porque desenvolver a mastigação, a deglutição e o paladar é essencial para o crescimento do bebê.
Confira algumas dicas importantes para fazer esse preparo:
Use um garfo
Depois de cozinhar os alimentos no vapor ou de refogá-los, amasse-os e misture com um garfo em vez de usar o processador ou o liquidificador. Isso permite que a comida ainda tenha alguma textura, o que é essencial para que a criança conheça de fato os alimentos e saiba como diferenciá-los. Além disso, as fibras presentes nos ingredientes permanecem.
Até os 9 meses de idade, a textura ideal para a papinha de bebê pode ser um creme não homogêneo, com pedacinhos que estimulam a movimentação da mandíbula. Dos 9 aos 12 meses, a papinha pode ser mais encorpada, já que o bebê começa a mastigar alimentos sólidos. Depois de completar 1 ano, a criança já pode comer a papinha com pedaços de carnes e legumes, além de receber os alimentos em estado natural.
Utilize alimentos frescos
De acordo com a culinarista Pat Feldman, criadora do Projeto Crianças na Cozinha, o grande segredo para fazer uma boa papinha de bebê é utilizar alimentos frescos, sem temperos prontos ou condimentos artificiais. Você pode começar temperando com um caldo de carne feito em casa, manteiga ou azeite de oliva e adicionar ervas naturais, alho e cebola quando a criança se acostumar ao sabor.
Comece pelo salgado
Bebês preferem sabores mais doces, mas isso não quer dizer que eles possam comer apenas papinhas de frutas. Na verdade, é melhor que a papinha salgada seja introduzida primeiro e, quando o pequeno se acostumar com ela, só então seja introduzida a versão doce. Assim, ele não pensará que pratos doces são mais satisfatórios e seu paladar se expandirá mais.
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Quanto à quantidade, não se preocupe: cada bebê tem seu ritmo e suas necessidades. Uma criança que toma mais leite ou sucos, por exemplo, come menos papinha. Mesmo que a média seja de 200 gramas por papinha, o mais importante é que a alimentação do seu filho seja equilibrada.
É possível congelar a papinha de bebê?
Preparar a papinha de bebê todos os dias, mais de uma vez por dia, não só é trabalhoso mas também consome um tempo que nem todos têm disponível. Por isso, muitas pessoas se perguntam se há algum problema em congelar a papinha e descongelar quando for o momento de servir para o bebê.
Boas notícias: as papinhas podem ser congeladas e então descongeladas em banho-maria, no micro-ondas ou mesmo na geladeira, de um dia para o outro. Só tome o cuidado de armazená-las em embalagens ou potes apropriados para o freezer.
Dividindo em porções, você pode fazer diversos tipos de papinhas, congelá-las e oferecer uma boa variedade para o seu filho ao longo da semana.
E se meu filho não gostar da papinha de bebê?
Quando começam a comer papinha, muitas crianças rejeitam as primeiras colheradas ou não querem comer determinados tipos de alimentos. Os pais não sabem o que fazer diante dessa situação: e se meu filho não gostar das comidas?
O primeiro ponto a se observar é que, muitas vezes, a rejeição da criança é temporária, não querendo comer naquele momento ou naquele dia. Se você tentar oferecer o mesmo alimento em outro dia, ela pode aceitar e gostar. O mesmo pode acontecer por conta da temperatura da comida, pois algumas crianças preferem a papinha quente e outras, a papinha gelada.
Em alguns casos, o problema da criança não é com a papinha em si, mas com quem está oferecendo. Se ela estiver magoada com o pai por algum motivo, por exemplo, não aceitará a papinha quando ele quiser dar, mas comerá se for oferecida pela mãe ou por um irmão.
De qualquer modo, dois elementos são de grande importância para aguçar o paladar do seu filho: temperos e variedades. As crianças, assim como os adultos, não gostam de monotonia, então oferecer todos os dias as mesmas combinações deixam a comida sem graça para elas. Por isso, inove tanto na mistura de ingredientes quanto no uso de temperos (desde que em pouca quantidade).
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Procure sempre fazer a papinha de bebê em casa, com alimentos frescos, sem recorrer às versões prontas do supermercado. Mesmo que seu filho goste delas, elas contêm conservantes e outras substâncias que não são tão recomendadas para os pequenos. Nada substitui a nutrição e o sabor da comida caseira.
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