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Obesidade e fertilidade: tudo o que você precisa saber sobre essa relação

Obesidade e fertilidade: tudo o que você precisa saber sobre essa relação
Alô Bebê
Apr. 2 - 21 min read
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Quando o assunto é a obesidade, todo mundo está mais do que ciente de que ela está associada com o surgimento de uma vasta e séria variedade de questões de saúde, como é o caso das cardiopatias, do diabetes e condições que afetam as articulações. No entanto, entre os muitos males potencialmente causados pelo excesso de peso, pouco se fala sobre o fato de ele estar diretamente relacionado com problemas de fertilidade em homens e mulheres – e, consequentemente, com a dificuldade de engravidar. Pois esse é o tema que nós aqui da Alô Bebê vamos tratar neste artigo.

Breve panorama sobre a obesidade

Já que vamos falar sobre a obesidade, vale a pena comentar como ela se define e compartilhar alguns números assustadores sobre esse mal. Você já deve ter ouvido falar sobre o IMC – Índice de Massa Corpórea –, não é mesmo? Ele consiste em uma medida internacional empregada para se determinar se uma pessoa se encontra ou não dentro do peso considerado ideal e é obtido através da divisão do peso em quilos pela altura em metros ao quadrado. Esta é a fórmula usada para o cálculo: IMC = massa / altura x altura.

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O ideal, segundo essa métrica, é que uma pessoa saudável tenha o IMC entre 20 e 25. Acima desse valor, o indivíduo fica caracterizado como tendo sobrepeso, e com IMC igual ou superior a 30, o sujeito é considerado como obeso. Aliás, com relação à fertilidade, com um índice equivalente a 30, ela já pode ser dramaticamente afetada.

É válido mencionar que a obesidade não é causada por um único fator, embora a genética possa ser um aspecto determinante para o surgimento da doença em algumas pessoas. A realidade é que um dos maiores contribuintes para o aumento da obesidade no mundo foram as mudanças que ocorreram ao longo dos últimos séculos – resultantes dos progressos tecnológicos e da adoção de novos estilos de vida –, que acabaram por moldar o comportamento e o ambiente que no qual a sociedade moderna se encontra inserida, tornando-a menos ativa fisicamente.

Números avassaladores

De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a obesidade se transformou em um dos maiores desafios para a saúde pública no mundo, e já vem sendo tratada como epidemia há várias décadas.

O problema tem se tornado cada vez mais comum entre pessoas de países desenvolvidos e em desenvolvimento do mundo ocidental, e a expectativa é que, até o ano de 2025, mais de 2 bilhões de adultos apresentem sobrepeso – e que mais de 700 milhões de pessoas sejam classificadas como obesas no planeta. Sem falar que, se medidas para controlar epidemia não forem tomadas, o número de crianças com sobrepeso ou obesas poderia chegar a 75 milhões nos próximos anos.

Na atualidade, a obesidade se tornou uma das principais causas de morte evitáveis no mundo e, todos os anos, mais de 3 milhões de adultos morrem em decorrência de complicações associadas com o sobrepeso ou com a obesidade. Aqui no nosso país, os números seguem a mesma tendência, infelizmente, e levantamentos realizados por órgãos nacionais de saúde apontaram que a obesidade afeta quase 19% dos brasileiros, sendo que o sobrepeso atinge 54% deles, ou seja, mais da metade da população. Ainda segundo as estatísticas, entre os anos de 2007 e 2017, o índice de pessoas com sobrepeso entre as idades de 25 e 34 anos teve um aumento de 33%, e de 25% entre brasileiros com 35 a 44 anos.

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Sim, o panorama é assustador, especialmente quando consideramos que o peso em excesso está relacionado com o aumento dramático no risco de surgimento de diversas complicações de saúde. Entre elas, as mais comuns são, como já é sabido de todos, o diabetes do tipo 2, a hipertensão, os altos níveis de colesterol e triglicerídeos no sangue, as tromboses, os acidentes vasculares cerebrais, as dificuldades respiratórias, alguns distúrbios do sono, problemas nas articulações, disfunções hepáticas e até o possível desenvolvimento de alguns tipos de câncer, como é o caso do de mama, útero e ovários.

E, ademais, a obesidade também é responsável por causar uma diversidade de irregularidades hormonais, de problemas de fertilidade e complicações, tanto na hora de engravidar, como ao longo da gestação – e esse é o tema sobre o qual vamos nos aprofundar a partir de agora.

Efeitos nos futuros papais

Conforme já mencionamos, a obesidade pode prejudicar seriamente a fertilidade das mulheres, mas o problema afeta também os seus parceiros – se eles apresentarem excesso de peso –, o que significa que o problema pode interferir inclusive nas chances de engravidar de mulheres que se encontrem dentro de um limite saudável de peso.

Nos homens, inúmeras pesquisas revelaram que o aumento de depósitos de gordura no organismo e a obesidade estão relacionados com a elevação dos níveis de estrogênio e a redução nos níveis de testosterona, dois hormônios associados com a atividade sexual e com a fertilidade masculina. Inclusive, segundo os levantamentos, homens classificados como apresentando sobrepeso têm níveis de testosterona que podem ser 24% mais baixos do que os dos homens dentro do peso ideal. Já entre os obesos, os níveis desse hormônio são 26% menores.

A elevação dos índices de estrogênio nos homens, especificamente, pode interferir na síntese dos hormônios necessários para o desenvolvimento e manutenção das funções reprodutivas normais, além de contribuir para o surgimento da Síndrome Metabólica – que consiste em um conjunto de fatores de risco associados ao desenvolvimento das doenças causadas pela obesidade que listamos antes.

Pois, nos homens, os problemas de ereção também estão entre esses males todos – e nós nem precisamos nos estender em sobre como essa questão especificamente pode impactar a probabilidade de que uma mulher consiga engravidar, não é mesmo?

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Além disso, o excesso de peso também está relacionado com o aumento do estradiol, um componente que está envolvido na produção do esperma, bem como a uma elevação no índice de fragmentação do DNA dos espermatozóides, causando uma queda na sua qualidade que, por sua vez, pode resultar em falhas na fertilização do óvulo.

O excesso de gordura também pode impactar de forma negativa a síntese e liberação do hormônio gonadotropina, secretado pela glândula hipófise – uma espécie de “glândula mestre” do organismo e sobre a qual falaremos um pouco mais adiante – e que é fundamental para a produção de espermatozoides, já que essa substância provoca a liberação do hormônio luteinizante, que é crítico para o desenvolvimento dessas células.

E mais: nos homens, o excesso de gordura no organismo pode levar a uma elevação da temperatura corporal e, consequentemente, dos testículos, situação que pode resultar em uma queda significativa na produção e na viabilidade dos espermatozoides. Ademais, para se ter ideia do tamanho do problema, estudos apontaram que basta com que o homem esteja apenas 10 quilos acima do seu peso ideal para que a sua fertilidade já seja reduzida em até 10%. Pois é, não é necessário muito para que o reflexo seja potencialmente devastador.

Os efeitos nas futuras mamães

Segundo as estatísticas, ao longo de um período de 1 ano de tentativas, mulheres com índice de massa corpórea equivalente a 35 têm uma chance 26% mais baixa de engravidar do que as mulheres com IMC entre 21 e 29. A porcentagem de mulheres com problemas de fertilidade salta para 43% quando o IMC é equivalente a 40.

Aqui no Brasil, não existem levantamentos que apontem o número específico de quantas pessoas com excesso de peso sofrem com problemas de infertilidade, mas sabe-se que por volta de 60 milhões de brasileiros não conseguem ter filhos, pelos motivos que sejam – o que representa 1 em cada 10 casais no país.

Mas, focando nas mulheres que desejam engravidar, o sobrepeso e a obesidade estão relacionados com um sem fim de problemas de que podem afetar a sua fertilidade. O organismo feminino e os níveis hormonais trabalham em um equilíbrio muito, muito delicado, e é extremamente fácil interferir nessa harmonia de funções.

Caos hormonal

Para começar, o excesso de peso pode interferir no funcionamento da glândula hipófise – também conhecida como glândula pituitária –, à qual nos referimos antes e que se trata de uma estrutura que se encontra situada na base do cérebro, logo abaixo do hipotálamo. Pois ela é responsável por liberar hormônios que controlam o funcionamento de outras glândulas do organismo, incluindo aquelas envolvidas na regulação do ciclo menstrual e da ovulação.

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Além disso, as variações hormonais decorrentes da obesidade podem provocar um aumento na produção de androgênios – que consistem em hormônios relacionados com o desenvolvimento e manutenção das características masculinas no organismo. Essa elevação, por sua vez, pode dar origem a uma condição de saúde chamada Hiperandrogenismo, que tem como principais sintomas a perda de cabelo, o surgimento de acne e de pelos pelo corpo, irregularidades no ciclo menstrual e até a interrupção da menstruação e a ausência da ovulação. As mulheres com sobrepeso e obesas têm ainda uma maior tendência a apresentar índices mais elevados de um hormônio chamado leptina, que é produzido pelo tecido adiposo e que, quando está presente em quantidades irregulares no organismo, pode aumentar os problemas de infertilidade.

Aliás, como você deve saber, a gordura pode ser armazenada em diferentes células e tecidos do organismo – incluindo os óvulos, o que, em consequência impacta a sua qualidade. Assim, apesar de muitas mulheres com excesso de peso continuarem ovulando normalmente, pesquisas indicaram que, em muitos casos, por conta da qualidade mais baixa de seus óvulos, a sua capacidade de engravidar acaba sendo prejudicada.

O tecido adiposo também está relacionado com a produção e liberação das adipocinas, que são proteínas que atuam na comunicação entre as células do organismo. No entanto, interferências nesse processo podem afetar regiões do cérebro que são responsáveis pelo controle do ciclo menstrual e da ovulação.

Aliás, quanto maior for o excesso de peso, e mais elevada for a quantidade de gordura concentrada na região abdominal, também é maior o risco de que a mulher desenvolva problemas hormonais e de fertilidade. Ainda sobre a questão da gordura abdominal, pesquisas apontaram que esse fator está diretamente relacionado com o surgimento da resistência à insulina.

Os desequilíbrios hormonais podem, como dissemos, levar a resistência insulínica – uma condição que se dá quando o organismo é obrigado a produzir mais dessa substância para conseguir manter os níveis de glicose no sangue dentro dos níveis normais. Pois, se o problema não for devidamente tratado e revertido, ele pode dar origem ao surgimento do diabetes do tipo 2.

Acontece que a insulina – que se trata de um hormônio que é produzido e liberado pelo pâncreas – atua na síntese e regulação de hormônios sexuais e, sendo assim, tanto a resistência insulínica, como o excesso dessa substância no organismo, pode ter um impacto negativo sobre a fertilidade feminina. Ainda sobre a resistência à insulina, essa condição pode suspender a ovulação ou afetar a forma como o organismo feminino produz os óvulos.

E não é só isso: essa bagunça hormonal toda decorrente do excesso de peso pode ocasionar o surgimento da Síndrome do Ovário Policístico, um problema que afeta um elevado número de mulheres e que pode fazer com que os óvulos não se desenvolvam de maneira adequada e não sejam liberados por meio das trompas de falópio como deveriam, dificultando as chances que ocorra a fecundação.

Além disso, as mulheres com sobrepeso e obesas também têm níveis mais reduzidos de uma proteína chamada globulina que se liga aos hormônios sexuais androgênio e estrogênio, e o desequilíbrio dessa substância que pode ocasionar ciclos menstruais irregulares. O problema é que a elevação dos níveis de estrogênio pode fazer com que o organismo feminino se comporte como se estivesse controlando a reprodução, da mesma forma que ocorreria se a mulher estivesse tomando pílulas anticoncepcionais.

A mente também sofre

Como se fosse pouco, as variações hormonais podem provocar uma queda na libido e um aumento nas disfunções sexuais – tanto em homens como em mulheres, na verdade! –, condições que podem levar os indivíduos que tenham excesso de peso a terem relações sexuais com menos frequência, tendência que pode ser observada inclusive entre pessoas que se encontram em relacionamentos sérios.

Além do mais, ademais dos fatores fisiológicos, existem ainda uma série de questões psicológicas ligadas à obesidade e que podem interferir nas chances de uma mulher engravidar. Isso porque o excesso de peso pode ter impacto sobre o humor e a autoestima, tornando a prática do sexo menos rotineira.

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Com esses efeitos todos, não é de se estranhar que engravidar se torne um desafio maior para mulheres obesas, tanto pelas vias naturais como através de tecnologias de reprodução. Mas as complicações associadas com o sobrepeso e a obesidade não param por aqui...

Impacto na fertilização artificial

Outro detalhe importante a se mencionar é que, no caso de mulheres com dificuldades para engravidar e que decidem se submeter a tratamentos de fertilidade ou fazer uso de tecnologias de fertilização, como é o caso da fertilização in vitro, por exemplo, o índice de sucesso dos procedimentos é significativamente mais baixo naquelas que apresentam sobrepeso ou obesidade.

Estudos envolvendo milhares de mulheres que buscaram tratamentos para engravidar apontaram que as que tinham índice de massa corpórea equivalente a 35 já apresentam índices de sucesso mais reduzidos do que mulheres que tentam a fertilização assistida e têm IMC entre 25 e 30.

Já as obesas, isto é, mulheres com índice de massa corpórea igual ou superior a 40, têm um índice de sucesso na implantação embrionária de 13% – contra 19% das mulheres com peso dentro do considerado saudável –, e as chances de que a fertilização in vitro funcione é de 22% (contra mais de 30% das mulheres com peso normal).

Mais problemas

Obviamente, o sobrepeso e a obesidade não impedem completamente que as mulheres engravidem – essas condições atuam no sentido de dificultar que a concepção aconteça. O problema é que também existem diversas complicações decorrentes do excesso de peso que podem surgir ao longo de toda a gestação, bem como durante o trabalho de parto e após o nascimento do bebê.

Além de sentirem um desconforto bem maior do que as mulheres com peso dentro do normal no decorrer de toda a gravidez, as gestantes com excesso de quilos têm uma maior probabilidade de desenvolver infecções e tromboses – sem falar que há um maior risco de que o parto precise ser induzido ou que a grávida tenha que ser submetida a uma cesárea.

Ainda, as gestantes com sobrepeso ou obesas apresentam um maior risco de sofrerem abortamentos naturais e mais chances de que seus bebês nasçam prematuros, que eles apresentem algum tipo de malformação congênita, que necessitem de internação após o nascimento e de que ocorra o óbito fetal.

As gestantes obesas ainda têm uma maior tendência a sofrer de diabetes gestacional, uma condição em que a mulher, mesmo sem ser diabética, passa a apresentar índices de glicose no sangue elevados durante a gravidez. Se não for controlado, o problema pode oferecer riscos ao bebê, aumentando as chances de que ele nasça acima do peso, com níveis de glicose abaixo do normal ou com icterícia – provocada por uma elevação nos índices de bilirrubina no organismo.

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Ademais, a diabetes gestacional pode aumentar os riscos de surgimento da pré-eclâmpsia – um distúrbio potencialmente grave e que se caracteriza por um aumento significativo da presença de proteínas no sangue e pelo aparecimento da hipertensão na gravidez. Essa condição é mais frequente em mulheres obesas e, geralmente, se manifesta depois da 20ª semana de gestação. Além do mais, a pré-eclâmpsia pode gerar disfunções hepáticas e renais, inchaço, acúmulo de fluidos nos pulmões e dificuldades para respirar, a ruptura de hemácias e baixa contagem de plaquetas, assim como problemas de visão.

Entretanto, se o distúrbio não for devidamente controlado e tratado, além de oferecer riscos à mãe e ao feto, ele pode evoluir para a eclâmpsia, cujas complicações incluem insuficiência renal, convulsões, hemorragia cerebral e até a parada cardiorrespiratória, ou seja, situações que podem resultar na morte da mãe e do bebê.

Calma, calma!

Sim, nós estamos cientes de que a lista de problemas e complicações relacionadas com a obesidade e a fertilidade é imensa e absolutamente é assustadora. No entanto, por sorte, uma boa parte das dificuldades pode ser revertida e até completamente eliminada com a perda de peso. O mais incrível é que essa redução nem precisa ser absurda – embora o ideal seja que a futura mamãe tente chegar a um patamar de peso que seja saudável para ela.

De acordo com inúmeras pesquisas realizadas mundo afora, uma redução de peso pequena, na ordem de 5% a 10% do peso corporal, mais ou menos, já é suficiente para que os efeitos positivos do emagrecimento sejam notados sobre a fertilidade. Sendo assim, a primeira recomendação que se faz às mulheres com sobrepeso ou obesas e que desejam engravidar é que elas emagreçam antes.

 

O ideal é que as futuras mamães sigam programas de perda de peso que incluam uma dieta saudável e equilibrada em conjunto com alguma e atividade física que ela ache prazerosa. E o legal é que essas pequenas mudanças de hábito, além de promoverem uma melhora significativa da saúde do corpo, refletem de maneira positiva na saúde da mente também.

Com isso, além da normalização de vários processos fisiológicos – indispensáveis para melhorar as chances de sucesso de uma possível gravidez e de que a gestação transcorra de forma mais tranquila –, a perda de peso também provoca um aumento dramático na autoestima e, consequentemente, na frequência de encontros amorosos entre o casal.

Vale mencionar que as mulheres magras demais e com IMC abaixo do recomendado pelos órgãos de saúde também apresentam dificuldades para engravidar, uma vez que a redução dramática ou falta de gordura no organismo inibem a produção de estrogênio e de outros hormônios, o que acaba impedindo a correta formação e liberação de óvulos.

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Além disso, o peso muito abaixo do considerado saudável também está relacionado com hipertireoidismo, sem falar que, em mulheres muito magras, o endométrio – aquela membrana que reveste o útero e onde o óvulo fertilizado se fixa – se torna menos propenso a aceitar a uma gravidez.

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